domingo, 22 de dezembro de 2019

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

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FACULDADE MONTESSORI DE IBIÚNA
CURSO DE ARTES VISUAIS



ARTEMIS RIBEIRO DA SILVA







REENCONTRO COM
A MADEIRA
















Ibiúna, SP
2009
FACULDADE MONTESSORI DE IBIÚNA
CURSO DE ARTES VISUAIS




ARTEMIS RIBEIRO DA SILVA







REENCONTRO COM
A MADEIRA


Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Montessori de Ibiúna, com vistas à obtenção da licenciatura em Artes Visuais
Orientadora: Paula Akita Hana











Ibiúna, SP
2009
FACULDADE MONTESSORI DE IBIÚNA


ARTEMIS RIBEIRO DA SILVA


REENCONTRO COM A
A MADEIRA



A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão de Curso em sessão pública realizada em __/__/____considerou o candidato_________________________________________


BANCA EXAMINADORA:


______________________________________
Orientadora Profª
Faculdade Montessori de Ibiúna – Ibiúna – SP

____________________________________
1º Examinador
Faculdade Montessori de Ibiúna - Ibiúna – SP

____________________________________
2º Examinador
Faculdade Montessori de Ibiúna – Ibiúna – SP


Nota: ___________________



Ibiúna, SP
2009





































Dedico este trabalho a minha querida esposa Isaura.
AGRADECIMENTOS


A finalização deste trabalho para concluir o curso de artes visuais, foi possível graças a colaboração e paciência de varias pessoas e entidades que contribuíram para este projeto. Mas agradeço em primeiro lugar a minha esposa Isaura, que sempre apoiou e incentivou os meus estudos.
Desde o inicio até a conclusão, a professora Paula Hana (minha orientadora), me acompanhou e não deixou que os erros estragassem esse trabalho, sempre supervisionando cada etapa e cobrando a perfeição. Chegou até mesmo a me emprestar muitos livros!
Tive também a contribuição da professora Eliana Gola, que sempre me ajudou muito revisando meus textos, emprestando materiais e me dando apoio moral.
Aproveito para agradecer ao Vinicius (marido da professora Eliana Gola), que me deu muitas dicas e conselhos para elaborar este trabalho.
Tive também a contribuição da professora Regina Albuquerque (com as correções de texto), e do professor Luiz Villas, que me apoiou e me deu muita sugestões nas esculturas.
Agradeço ao professor Rômulo pelo apoio e sugestões com a fotografia e soluções de imagens.
Agradeço as professoras Laura e Beatriz que contribuíram muito com as suas aulas.
Não poderia de deixar sem agradecer a muitos artistas que já se foram, outros que estão na ativa e outros que virão. Quando me refiro a esses artistas é por que eles me mostraram a riqueza que possuímos quando trabalhamos com madeira e me ajudaram para que eu me empenhasse mais nos trabalhos artísticos. Neste contexto, posso afirmar que adentrei no mundo moderno com a teoria do reaproveitamento.


































“A árvore, quando está sendo cortada,
observa com tristeza que o cabo do machado é de madeira”
(Provérbio Árabe)
RESUMO

A escolha do tema tem a prioridade de conscientizar as pessoas do verdadeiro valor da madeira, pois percebi que nem todas elas são capazes de perceber o valor incalculável que esta tem. Infelizmente alguns imaginam que se trata apenas de um simples pedaço de madeira. Esse tema sugere mil e umas propostas, mas será abordado em especifico a proposta de caixas de madeiras de Pinus, ou Pinheiro Americano e eucalipto. Na maioria das vezes esse material é todo jogado fora, então me perguntei por que não aproveitar esse material para trabalharmos, com mais freqüência (principalmente o escultor), que pode fazer grandes obras de escultura? Assim a utilização desse material, visto como apenas caixas de frutas, verduras, será transformado em grandes obras de arte. A questão do “não sei fazer nada”, aqui não existe, porque o trabalho com caixas tem a vantagem de ter os cortes e medidas quase perfeitos para esse tipo de trabalho, de fácil manuseio, pratico, simples e praticamente de graça, e se necessário comprar, é um material barato. O interesse pela arte será iniciado e ensinarei a utilizar as ferramentas necessárias para fazer esculturas e mudar a sua cor.

Palavras chaves: Conscientização; Significação; Reencontro.












ABSTRACT

The choice of the subject has the priority to acquire knowledge the people of the true value of the wood, therefore I perceived that nor all they are capable to perceive the incalculable value that this has. Unhappily some imagine that it is only about a simple wooden piece. This subject suggests a thousand and proposals, but he will be boarded in I specify the proposal of wood boxes of Pinus, or American Pine and eucalipto. Most of the time this material all is played outside, then I asked myself why not to use to advantage this material to work, with more frequency (mainly the sculptor), that it can make great workmanships of sculpture? Thus the use of this material, visa as only boxes of fruits, vegetables, will be transformed into great works of art. The question of “I do not know to make nothing”, does not exist here, because the work with boxes has the advantage to have the cuts and almost perfect measures for this type of work, easy manuscript, I practice, simple and practically of favors, and if necessary to buy, it is a cheap material. The interest for the art will be initiated and will teach to use the tools necessary to make sculptures and to change its color.

Keys words: Conscientious; Signification ; Reemitting.




LISTA DE FIGURAS



Figura 1 – Tora de madeira pau-Brasil................................................................
15
Figura 2 – Secagem natural.................................................................................
16
Figura 3 – Secagem artificial...............................................................................
16
Figura 4 – Árvore de pau-brasil...........................................................................
17
Figura 5 – Eucaliptos...........................................................................................
19
Figura 6– Pinus Ellioti.........................................................................................
20
Figura 7 – Rainha Mãe Ti....................................................................................
20
Figura 8 – Obra de Picasso..................................................................................
21
Figura 9 – Carrancas de São Francisco................................................................
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Figura 10 – Prensagem em torno de mesa...........................................................
23
Figura 11 – Prensagem com peso (vista lateral).................................................
24
Figura 12 – Prensagem com peso.......................................................................
24
Figura 13 – Prensagem com barras rosqueadas...................................................
25
Figura 14 – Composição de obras do autor........................................................
26
Figura 15 – Esquadro...........................................................................................
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Figura 16 – Compasso.........................................................................................
28
Figura 17 – Marreta de ferro................................................................................
29
Figura 18 – Furadeira Elétrica.............................................................................
29
Figura 19– Serra de cortar madeira.....................................................................
30
Figura 20– Ferramentas improvisadas.................................................................
30
Figura 21– Óculos protetor..................................................................................
31
Figura 22– Marreta de madeira............................................................................
31
Figura 23– Martelo..............................................................................................
32
Figura 24– Alicate de pressão.............................................................................
32
Figura 25– Pé de cabra........................................................................................
33
Figura 26– Lamina para raspagem de madeiras..................................................
33
Figura 27– Serrote...............................................................................................
34
Figura 28– Plaina.................................................................................................
34
Figura 29– Chave inglesa....................................................................................
35
Figura 30– Formões............................................................................................
35
Figura 31– Torques.............................................................................................
36
Figura 32– Limas de amolar...............................................................................
36
Figura 33– Enchós...............................................................................................
37
Figura 34– Grosas...............................................................................................
37
Figura 35– Esmeril.............................................................................................
38
Figura 36 – Pedaços de ferro velho e caldo de limão..........................................
38
Figura 37 – Flores para tingimento......................................................................
39
Figura 38 – Urucum moída..................................................................................
39
Figura 39 – Tabela de cores.................................................................................
40
Figura 40 – Pablo Picasso………………………………………………………
41
Figura 41 – Escultura no Daley Plaza (Chicago, Estados Unidos)……………..
42
Figura 42 – Irmãos Campana…………………………………………………..
42
Figura 43– Caixotes de madeira..........................................................................
44
Figura 44– Cadeira da favela.............................................................................
44
Figura 45 – Placa do museu florestal................................................................
45
Figura 46 – Dentro do museu da madeira...........................................................
45
Figura 47– Cepa de aroeira................................................................................
47
Figura 48 – Nó de pinho.....................................................................................
48
Figura 49 – Nossa história..................................................................................
49
Figura 50 – Obra sem título...............................................................................
50
Figura 51 – Dobradiça artesanal........................................................................
51
Figura 52 – Objeto transformado.......................................................................
52
Figura 53 – Pato nas alturas em mosaico...........................................................
53
Figura 54 – Pato nas alturas...............................................................................
55
Figura 55 – Sanduishe de madeiras...................................................................
57
Figura 56 – Emaranhado...................................................................................
59
Figura 57– Mar Vermelho.................................................................................
62



SUMÁRIO



INTRODUÇÃO..................................................................................................
13


I - A MADEIRA E SUA RIQUEZA PARA O HOMEM
15
1.1 - As Árvores em Crescimento
15
1.2 - Existem dois tipos de secagem, natural e artificial
16
1.3 - Madeiras do Brasil.........................................................................................
17
1.4 - Características de algumas madeiras brasileiras.................................................
17
1.5 - Madeiras Adaptadas.............................................................................................
19
1.6 - Madeiras na arte..................................................................................................
20


II – TÉCNICAS...................................................................................
23
2.1 - Processo de confecção.......................................................................................
23
2.2 - Escultura com madeiras de caixote...................................................................
26
2.3 - Mostruários de Ferramentas..............................................................................
27
2.4 - Imagens das Ferramentas...........................................................................
28
2.5 - Tingimento caseiro experimental...............................................................
38


III – OBRAS DE ARTEMIS RIBEIRO..........................................
41
3.1 - Pablo Picasso e suas Quinquilharias...................................................................
41
3.2 - Irmãos Campana.................................................................................................
42
3.3 – Museu Florestal..................................................................................................
45
3.4. - Peças confeccionadas antes do curso de Artes Visuais...................................
46
3.4.1 - Cepa de Aroeira..............................................................................................
47
3.4.2 - Nó de Pinho.....................................................................................................
48
3.5 - Peças confeccionadas durante o curso de Artes Visuais....................................
49
3.5.1 – Nossa História.................................................................................................
49
3.5.2 - Sem Título.......................................................................................................
50
3.5.3 - Demonstração de uma dobradiça Artesanal....................................................
50
3.5.4 - Projeto de um objeto transformado.................................................................
51
3.5.5 - Pato nas alturas em mosaico..........................................................................
52
3.6 - Peças confeccionadas para o término do curso de Artes Visuais........................
53
3.6.1 - Pato nas alturas.................................................................................................
54
3.6.2 - Sanduíche de madeiras......................................................................................
56
3.6.3 - O emaranhado
58
3.6.4 – Mar vermelho..................................................................................................
61


CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................
64
REERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................
66
















INTRODUÇÃO

O trabalho artístico envolvendo esculturas com madeiras de reaproveitamento, já é conhecido no Brasil e em países desenvolvidos como, por exemplo, nos países europeus, onde os Irmãos Campana já apresentavam suas peças de design, e isso sem falar em alguns artistas, que já no passado, mesmo não tendo intenção direta do reaproveitamento ou reciclagem, já colocavam em suas obras esses materiais, como Picasso, por exemplo.
De algum modo, este trabalho visa refletir o mesmo pensar dos artistas que trabalharam com estes materiais, que em vez de serem desprezados prejudicando a natureza, viraram obras de arte.
A minha visita ao Museu da Madeira foi o inicio dessa pesquisa, que possui informações, e obras como produto final. A referência que o leitor encontrara nesse trabalho é a conscientização de unir o útil ao agradável e a natureza a arte, pois a arte precisa da natureza, e esta já é uma obra de arte por si só.
Quero explicar que um trabalho artístico e experimental é para todos os públicos, ou seja, para todas as pessoas que desejam entrar no mundo da arte, na proposta de apenas construir dentro dos padrões ecológicos.
Essas palavras têm o objetivo de ajudar o leitor na compreensão do passado artístico, formando um referencial que permita estabelecer a ponte de ligação com os problemas e suas opções com o presente. Picasso, por exemplo, no século passado criou a obra “quinquilharias”, hoje os irmãos Campanas utilizam materiais achados a sua volta, assim como muitos outros artistas que existem espalhados pelo mundo todo, que tem o prazer de fazer algo que não danifique o nosso planeta.
Foi com base nesta idéia simples, que investi nas madeiras de pinus que estavam sendo rejeitadas e cheguei a grandes resultados. São experimentos, mas para mim já são resultados concretos com grandes definições.
Não posso deixar de considerar alguns fatores importantes como: o prazer de fazer; mostrar para o publico, e o ser útil para a natureza e para a arte. Tudo isto faz com que aumente mais o meu desejo de produzir melhores trabalhos, para que a minha pessoa não esteja neste mundo apenas de passagem e sim fazer parte do grupo dos mestres que fizeram a diferença, mesmo que ficando no anonimato.
Através da pesquisa fenomenológica, buscando a partir dos conhecimentos teóricos construir uma proposta de reflexão e experimentação artística, esta pesquisa foi elaborada com conceitos obtidos no curso de Artes, com praticas já desenvolvidas antes e depois da faculdade e coleta de informações através das leituras concretizadas.
No primeiro capitulo explicarei o crescimento da arvore, apresentando as características das madeiras brasileiras e madeiras adaptadas no Brasil, que incluem os Eucaliptos e Pinus de Ellioti , as técnicas de secagem da madeira natural e artificial, e uma breve historia da Madeira na Arte.
Ao decorrer do segundo capitulo será definido o que é técnica, demonstrando os meios, materiais e ferramentas necessárias na confecção de obras artísticas com madeira, assim como a fabricação de tingimentos naturais.
No terceiro capitulo, serão citadas algumas características de Picasso, Irmãos Capana e o Museu Florestal que tem intuito de demonstrar a importância da utilização racional da madeira através de esculturas, moveis e objetos.
Para a finalização apresentarei algumas de minhas obras antes e após o curso, com características e tabela descritiva para compreensão e conhecimento das obras.



















I - A MADEIRA E SUA RIQUEZA PARA O HOMEM

Para se ter a noção necessária sobre o tema especificado neste trabalho, é importante conhecer o conceito e as características que o cercam, para que possamos compreender a preciosidade desse produto natural oferecido pela terra.
A madeira é um material produzido a partir de tecido orgânico, formado pelas plantas lenhosas, onde predomina a celulose, unidos por lenhina que absorve facilmente a água e é uma importante fonte de energia, foi e ainda é utilizada como lenha para cozinhar e outros usos domésticos, numa parte importante da historia da humanidade. Sua polpa é utilizada nas indústrias para artigos de papelaria e algumas indústrias químicas; na indústria da marcenaria (fábrica de moveis); na carpintaria (para construção de diversas estruturas, incluindo navios).
Vemos que a madeira é na verdade, um dos materiais mais utilizados em arquitetura e em engenharia civil, em tabuas, vigas, sarrafo, caibros pontaletes, chapa de madeirite e demais produtos da madeira. Tanto que a indústria é uma das causas de desflorestamento e a perda do habitat para múltiplas espécies, ameaçando severamente a biodiversidade a nível planetário.

1.1 As Árvores em crescimento

Figura 1 – Tora madeira pau-brasil
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/madeira

As árvores são de crescimento lento, crescem em média doze centímetros por ano. Sua estrutura é a medula, cerne, o borne ou alburno, a casca, a parte exterior, corresponde ao supor, a proteção do tronco.

Florema: transporta a seiva;
Lenho: é a parte do tronco onde se extrai a madeira;
Medula: o centro, a parte mais escura;
Cerme: ou núcleo, a parte que não participa ativamente na condução de água, são células mortas.
Alburno: (ou borne) é a porção viva do Xilena onde processa a circulação da água e de nutrientes entre a raiz e os tecidos ativos da planta, sendo células vivas e com funções. As madeiras são usualmente classificadas como duras ou macias. A madeira coníferas (por exemplo, o Pinho) é chamada madeira macia, algumas como Pinheiro tem resinas que aumenta a resistência quando seca. A ciência da madeira abrange disciplinas, como anatomia, física e química, até as disciplinas ditas tecnológicas, por exemplo, posso citar a secagem da madeira.


1.2. Existem dois tipos de secagem, a natural e a artificial.

A secagem natural permite secar a madeira sobre as peças uma sobre as outras, de modo a permitir um arejamento uniforme. Este processo é moroso, exige grandes espaços e imobiliza grandes quantidades de madeira. A secagem natural permite secar a madeira até uma umidade mínima de 12%. Abaixo dos 20% de umidade a madeira resiste a putrefação, abaixo dos 30% podem começar a surgir defeitos de secagem: rachaduras, empenamentos, eneruamentos, colapsos, abaulamentos, torções e encanoamentos.
Figura 2 – Secagem natural
Fonte: www.madeiras.cc/imagens/secagem.jpg


A secagem artificial, feita através de estufas próprias, permite aumentar a velocidade da secagem da madeira ao mesmo tempo em que a protege dos fungos e insetos. Exige instalações de alto custo e torna a madeira menos flexível além de escurecer o seu tom.


Figura 3 – Secagem artificial
Fonte: http://correiogourmand.com.br/images/cg_cod_149_220y
1.3 Madeiras do Brasil

Figura 4 – Árvore de pau-brasil
Fonte: arquivo pessoal

Algumas madeiras se destacam em nosso território principalmente a que leva o nome do país o Pau-Brasil, com o nome cientifico de Caesalpina-Echinata. Dezenas de cidades do país também emprestaram seus nomes para arvores nativas que eram importantes ou freqüentes em suas regiões geográficas, como exemplo podemos citar: Guarantã – SP, Imbua – SC, Louveira – SP, Guaiçara – SP, Angicos – PE, Cabreuva – BA e muitos outras espalhadas pelo país.
Muitas espécies se destacam por representar tamanha importância para a população local, emprestando seus nomes a várias cidades: por exemplo, a espécie araucária angustifólia (Bort.) Kuntze (pinheiro) influenciou na denominação de dezenas de cidades, o mesmo ocorrendo com o buriti (Mauritia Flexuosa). Há espécies que representaram grande importância na vida econômica do país, que historicamente, caracterizaram uma época ou um ciclo como, por exemplo, o Pau-Brasil, a Seringueira, a Carnaúba, o Pinheiro, o Cacau, o Babaçu e mais recentemente o Mogno. Nomes de arvores nativas são também utilizados de norte à sul do país para designar ruas, praças, palácios e bairros.

1.4 Características de algumas madeiras brasileiras

Pode-se dizer que cada região tem seus nomes populares para suas madeiras, mas as características são iguais, com os mesmos perfis de utilidades, sem prejuízos em suas serventias. Em estudos e pesquisas nos livros, especificamente falando sobre madeiras, encontra-se referencias a vários nomes. Os nomes científicos são os mesmos para cada família desse produto e a seguir alguns serão citados:

Schinus Terebinthifolia Raddi – Família Anacardioceae. Nome popular: Aroeira-Mansa ou Aroeira Vermelha. Madeira moderadamente pesada, medianamente dura, textura media, bastante resistente e de grande durabilidade natural, é utilizada para moirões, esteios, lenhas e carvão.
Aspidosperma Parvifolium – Família Apocynaceae. Nome popular: Guatambu-Olivia, Guatambu-Branco ou Guatambu-Legítimo. Madeira moderadamente pesada, dura, resistente, é utilizada na construção civil, como vigas, caibros, ripas, tocas para assoalho, cabos de ferramentas, moirões e cruzetas, a árvore é bastante ornamental, podendo usar com sucesso no paisagismo geral.
Aspidosperma Polyneuron – Família – Apocynaceae. Nome popular: Peroba ou Peroba-Rosa. Atinge altura entre vinte e trinta metros, tronco de sessenta a noventa centímetros de diâmetro, madeira moderadamente pesada, dura, compacta, fácil de rachar, muito durável desde que não entre em contato com o solo e umidade, própria para construção civil, como caibros, vigas, batentes de portas e janelas, confecções de moveis pesados, carteiras escolares e carrocerias. Também é uma arvores ornamental.
Araucária Angustifólia (Bort.) Kuntze – Família Araucariaceae. Nome popular: Parane-Pine, Curi ou Coruiva. Atinge altura entre vinte e cinqüenta metros, com tronco retilíneo de noventa a cento e oitenta centímetros de diâmetro, madeira leve, macia, pouco durável quando exposto ao tempo, a madeira é própria para forros, molduras, ripas, confecções de cabos de vassouras, caixas, brinquedos, estruturas de moveis, palitos de fósforo, pás de sorvete, lápis, carretéis, utensílios domésticos, etc. É amplamente cultivado no sul do país para a produção de madeiras e celulose, o seu fruto o pinhão é comestível e muito apreciado em sua região.
Tabebuia Avellanedae – Família Bignoniaceae. Nome Popular: Ipê Roxo. Atinge altura entre vinte e trinta e cinco metros, tronco de sessenta a oitenta centímetros de diâmetro, a madeira é própria para obras externas e construções pesadas, tanto civil quanto navais, como vigas, pontes, tacos e tabuas para assoalhos, taco de bilhar, bengalas, eixo-de-roda, dentes de engrenagem, folas para jogos e também arvores excelentes para o paisagismo.
Tabubia Chysotricha – Família Bignaniaceae. Nome Popular: Ipê Amarelo. Atinge altura entre quatro e dez metros, tronco entre trinta e quarenta centímetros de diâmetro, a madeira é própria para obras externas, postes, peças para pontes, tabuas para cercas e currais, para obras internas em construção civil como tacos e tabuas, extremamente ornamental, para praças e ruas de nossas cidades. Madeira moderadamente pesada, resistente difícil de serrar, de grande durabilidade mesmo quando em condições diversas.
Caesalpinia Echinata – Família Caesalpinoideae. Nome Popular: Pau-Brasil. Planta espinhenta e atinge altura entre oito e doze metros, tronco entre quarenta e setenta centímetros de diâmetro, madeira muito pesada, dura compacta, muito resistente, de textura fino espesso e diferenciada do cerne, a madeira é utilizada para confecções de arcos de violinos.
Swietenia Machophylla – Família Meliaceae. Nome Popular: Aguano ou Araputanga. Origem brasileira atinge altura media entre vinte e quatro e trinta metros, tronco médio de trinta centímetros de diâmetro. Moderadamente pesada e dura, durável e fácil de trabalhar seca, com facilidade tanto na estufa quanto ao ar livre, sem rachaduras ou empenamentos, apresenta variações de acordo com o habitat da arvore, em terreno seco, o lenho é mais duro, em terra úmida mostra-se macio, nas capoeiras é mais vermelho e duro, cor-pardo-marelo, passando o pardo avermelhado uniforme, superfície lisa, brilhante e lustrosa, com reflexos dourados. A madeira do mogno é utilizada para fabrica mobiliaria de luxo, painéis, objetos de enfeite, régua de calculo, embarcações leves, construção civil, compensados e decoração interna.


1.5 Madeiras Adaptadas
Figura 5 – Eucaliptos
Fonte: www.younggreportes.org/img/101-0103_img-2.jpg

Eucaliptos é uma espécie originária da Austrália e introduzida no Brasil em 1909. Esta árvore adaptou-se tão bem em nossas terras que, aqui leva apenas sete anos para começar a produzir. O estado de Minas Gerais é uma das maiores extensões de áreas plantadas de Eucalipto. Um dos municípios produtores da árvore, que há mais de trinta anos desenvolve a silvicultura é o município de Itamarandiba.

Figura 6– Pinus Ellioti
Fonte: http://star.walagata.com/w/horizoncustomhomes/elliotti4.jpg
Pinus Ellioti: é uma espécie originaria da América do Norte, que adaptou-se perfeitamente no Brasil e passou a ser usado amplamente em reflorestamento devido a sua rusticidade e rápido crescimento. Dá-se o nome de pinheiro a todas espécies do gênero pinus o mais numeroso da família das pináceas, esta por sua vez a maior de todas quantas integram a ordem das coníferas. Tanto o lenho, quanto as folhas do pinheiro possuem canais secretos de resina, substancia aromática e pegajosa da qual se extrai a terebintina. Uma madeira Branda, não resiste muito tampo na umidade, uma madeira bem fibrosa e com muitos nós. A madeira de Pinus Elliotti é utilizada, para fabricar móveis, caixotes, vigas caibros, ripas, aglomerados e celulose na fabricação de papel.

1.6 Madeiras na Arte

Figura 7 – Rainha Mãe Ti
Fonte: http://egyptologie.com/images/róis/tiyi.jpg

Desde a pré-historia a madeira é usada para diversas utilidades, esculpidas pelo homem e o produto final é denominada escultura. No Egito, são encontrados numerosos exemplares de esculturas que exibem, com dignidade, o material que doa corpo. Estas obras realizadas em madeira de grande beleza, são proveniente de países distantes, como exemplo posso citar a Rainha mãe Ti (o diminuto retrato em ébano de Tigi, sogra de Nefertiti). A madeira na arte combinada com outros materiais: mármore, ferro, plástico, papel já é a muito tempo usado por muitos artistas, carpinteiros e marceneiros em suas obras artísticas ou artesanais.


Figura 8 – Obra de Picasso
Fonte: www.girafamania.com.br/artistas/picasso1.jpg




A arte da marchetaria é milenar, de um gênero raro de incrustação ou aplicação de partes recortadas de madeira, marfim, bronze, ferro e mais recente plástico, em objetos de marcenaria, formam desenhos dos mais diversos tipos. Os mais antigos exemplares de marchetaria encontram-se nas escavações no Egito e datam de 3.000 a.C. A marchetaria começou a desenvolver-se principalmente com trabalhos em mosteiros e catedrais de Verona na Itália. Já mais recentemente, falando de século XX até nos dias atuais, a madeira continua com o mesmo valor nas mãos de artistas renomados, como por exemplo: Picasso, André Derain, Gauguim e muitos outros artistas famosos. O cubismo incorporou a madeira nas suas composições, que de forma real, mediante colagem ou ainda de forma figurada, pintando-a nos quadros. No Brasil o artista Maqueson Pereira da Silva1, nascido no interior do Acre, a partir de 1977 foi estudar no instituto Pe. Libermann de Salete em Santa Catarina onde adquiriu conhecimentos de marcenaria e desenho e recebeu as primeiras orientações sobre a técnica da marchetaria, e passou a se dedicar intensamente às pesquisas sobre a arte da marchetaria, realizando exposições, com as madeiras amazônicas, o mogno, cerejeira, sucupira, imbuia, cedro, caviúna, murapiranga, ipê, arvores que alimentam de cores e texturas as obras de Maqueson e remete sua obra a exuberância da floresta onde nasceu às margens do rio Juruá, produzindo toda a importância de nossas madeiras em pássaros e flores, borboletas e rios, paisagens e histórias.

Figura 9 – Carrancas de São Francisco
Fonte: http://quebarato.com.br/photos/blg/0/d/309800_2.jpg

Tem também as famosas carrancas do rio São Francisco. São as cabeças grotescas geralmente feitas de madeira e por artistas anônimos, que os barqueiros do rio colocam na proa de suas embarcações, são figuras que representam cabeças de animais com cara de gente e vice-versa. São feitas, dizem as lendas, para afastar os monstros do rio, permitindo aos barqueiros viagens seguras e felizes, quase todas elas apresentam elementos característicos: olhos grandes, longa cabeleira, cabeça e pescoço são grandes para aproveitar ao máximo o tronco da arvore (geralmente cedo, são pintadas de branco, exceto os cabelos, que são sempre pretos), boca, olhos, narinas e orelhas apresentam toques vermelhos para realçar.

II - TÉCNICAS

De acordo com o site Wikipédia2 a palavra se origina do grego techné cuja tradução é arte. A técnica, portanto, confundia-se com a arte, tendo sido separada desta ao longo dos tempos. Técnica é o procedimento ou o conjunto de procedimentos que têm como objetivo obter um determinado resultado seja no campo da Ciência, da Tecnologia, das Artes ou em outra atividade. Estes procedimentos não excluem a criatividade como fator importante da técnica. Como os conhecimentos técnicos e a capacidade de improvisação. A técnica não é privativa do homem, pois também se manifesta na atividade de todo ser vivo e responde a uma necessidade de sobrevivência. No animal, a técnica é característica de cada espécie. No ser humano, a técnica surge de sua relação com o meio e se caracteriza por ser consciente, reflexiva, inventiva e fundamentalmente individual. O indivíduo a aprende e a faz progredir. Só os humanos são capazes de construir, com a imaginação, algo que logo podem concretizar na realidade. Campos de ação: o campo da técnica e da Tecnologia responde ao interesse e à vontade do homem de transformar seu ambiente, buscando novas e melhores formas de satisfazer suas necessidades ou desejos. Esta atividade humana e seu produto resultante é o que chamamos técnica e Tecnologia, segundo o caso. Neste capitulo será mostrado como trabalhar com madeiras de caixotes, para fins de trabalho artístico, e em especial na escultura.

2.1 Processo de confecção
Figura 10 – Prensagem em torno de mesa
Fonte: arquivo pessoal
O material usado para tal finalidade é todo reciclado de caixotes antes sem utilidade. Para recorte devemos fazer um desenho ou esboço da escultura que se pretende confeccionar, após passar o esboço na madeira deve-se marcar conforme esboço e cortar com serra ou serrote, deixando sempre uma pequena sobra porque, no final terá o desbaste com uma lima grossa.
Figura 11 – Prensagem com peso (vista lateral)
Fonte: arquivo pessoal
Para ter um manuseio pratico, é importante colocar a madeira marcada bem fixa no torno de mesa, isso facilita os cortes com serrote ou serra. Uma vez que esse trabalho é com material de caixotes, pode-se ter uma peça inteira outras vezes (peça em pedaços que não atingem o tamanho do desenho), a partir daí, terá que marcar por partes e todas as peças tem que ir sendo coladas e pensadas, camada sobre camada, até atingir a medida e espessura do projeto inicial.


Figura 12 – Prensagem com peso
Fonte: arquivo pessoal
A prensagem deve seguir camada por camada. Quem for confeccionar as peças de escultura ou qualquer outra peça artística ou artesanal e não tiver ao seu alcance algum fixador, ou qualquer outra ferramenta com potência e precisão, aqui vai uma idéia e prática: por exemplo, você poderá pegar as peças camada sobre camadas com cola, colocar num piso ou mesa em nível e colocar paralelepípedo, pedaços de ferro de trilho de trem ou qualquer outro material com peso sobre as camadas, como mostra a figura 12.
Figura 13 – Prensagem com barras rosqueadas
Fonte: arquivo pessoal

Também existe a técnica de prensagem através de barras rosqueadas, onde é necessária a utilização de uma furadeira elétrica. Faça furos nos cantos das placas de madeira e empilhe-as intercalando com bastante cola (nos furos vão pequenas barras de ferro para fazer o papel da prensagem). Após a cola curada, retira-se as barras. Então para não ficarem buracos, com a mesma madeira faça recortes com pinos do mesmo diâmetro dos buracos e introduza com marreta (com bastante cola para dar um melhor acabamento). Terminando o trabalho da prensagem, comece o trabalho de desbaste, onde se utiliza muito a grosa, dependendo do tipo da madeira, muda-se o tipo de grosa. Por exemplo: tem a grosa de grão fino, as semi-finas, as extras finas, pequena curva, folha plana, meia cana, redonda, triangular, etc.
Não pode faltar um bom formão, muitas vezes a madeira de caixotes tem defeitos, sendo então preciso fazer um trabalho parecido a de um dentista obturando um dente, fazendo enxertos com a mesma madeira com muito cuidado para não perder a qualidade. Para fazer a montagem das peças usa-se furadeira e pinos de madeira, um processo parecido com o de esconder os furos na prensagem.
As madeiras de caixotes tem muitos pregos e grampos, sendo necessário também, mais enxertos após o seu desmanche (a ferramenta certa pra esse tipo de desmanche é o pé-de-cabra). Para finalizar este primeiro passo, é preciso polir a madeira já prensada e desbastada, com grosas finas, lima, laminas e lixas de madeira. Há vários tipos de lixas. Lixa desbasta: numero trinta e seis, quarenta, cinquenta e sessenta. Lixa semi acabamento números oitenta, cem e cento e vinte, lixa acabamento número cento e cinquenta, cento e oitenta e duzentos e vinte. Como a madeira é de fácil manejo, ela permite a liberdade de adaptação na falta de lixas.
2.2 Pequena demonstração de escultura sendo confeccionada em madeiras de caixote.

Figura 14 – Composição de obras do autor
Fonte: arquivo pessoal


2.3 Mostruário de Ferramentas e uma breve explicação sobre a utilidade de cada uma.


O Esquadro e Compasso são indispensáveis para traçar linhas e círculos, já o martelo é de grande utilidade para bater pinos, bater formão e tirar pregos. As marretas servem para bater pinos para prensagem. A serra e o serrote são para cortar taboas e caibros e qualquer outro tipo de madeira.
Para tirar pregos, grampos e na desmontagem de caixotes é utilizado o pé-de-cabra, para a perfuração deste material é necessário uma furadeira elétrica. A lima grossa para desbastes ou o encho que permite desbastes mais profundos para trabalhar com madeira dura. O torque para tirar grampos, pregos e para usar no trabalho com arames.
A lima de afiar é para amolar ferramentas; por exemplo: encho, laminas, facas que ajuda no desbaste mais sensíveis durante a confecção de esculturas em madeiras.
O formão é ferramenta de grande importância para fazer trabalho de talha, cortes e enxertos na madeira. O esmerilho elétrica servi para amolar ferramentas e fabricar ferramenta de improviso. A plaina é muito útil para dar o nivelamento na madeira através de raspagem com tira lamina e o alicate de pressão para fixar peças pequenas e trabalhar a prensagem na barra rosqueada.
Para a segurança é sempre necessária a utilização dos óculos para o trabalho com madeira, pois teus olhos são muito importantes.






















2.4 Imagens das Ferramentas

Figura 15 – Esquadro
Fonte: arquivo pessoal




Figura 16 – Compasso
Fonte: arquivo pessoal





Figura 17 – Marreta de ferro
Fonte: arquivo pessoal



Figura 18 – Furadeira Elétrica
Fonte: arquivo pessoal



Figura 19– Serra de cortar madeira
Fonte: arquivo pessoal





Figura 20– Ferramentas improvisadas
Fonte: arquivo pessoal


Figura 21– Óculos protetor
Fonte: arquivo pessoal






Figura 22– Marreta de madeira
Fonte: arquivo pessoal



Figura 23– Martelo
Fonte: arquivo pessoal





Figura 24– Alicate de pressão
Fonte: arquivo pessoal



Figura 25– Pé de cabra
Fonte: arquivo pessoal




Figura 26– Laminas para raspagem de madeiras
Fonte: arquivo pessoal




Figura 27– Serrote
Fonte: arquivo pessoal




Figura 28– Plaina
Fonte: arquivo pessoal




Figura 29– Chave inglesa
Fonte: arquivo pessoal





Figura 30– Formões
Fonte: arquivo pessoal





Figura 31– Torques
Fonte: arquivo pessoal




Figura 32– Limas de amolar
Fonte: arquivo pessoal


Figura 33– Enchós
Fonte: arquivo pessoal




Figura 34– Grosas
Fonte: arquivo pessoal


Figura 35– Esmeril
Fonte: arquivo pessoal




2.5 Tingimento Caseiro Experimental

Figura 36 – Pedaços de ferro velho e caldo de limão
Fonte: arquivo pessoal
Existem numerosas possibilidades de tingimento de madeira clara, todas de fácil manuseio e com materiais de fácil acesso. Serão citados alguns tipos de produtos próprios para preparar o tingimento, como por exemplo, a beterraba, que é um fruto de coloração forte que quando acrescentado álcool, torna-se uma tinta com excelente coloração. As flores e as folhas verdes também podem ser utilizadas; assim como o carvão. O processo de extração é o mesmo para todas estas matérias-primas.
Figura 37 – Flores para tingimento
Fonte: arquivo pessoal




Para se obter a extração do sumo da beterraba, deve-se cortar em pedaços e deixar de molho com o álcool doméstico ou suco de limão, depois coar com peneira fina. Para o efeito de envelhecimento existe a limalha, extraída de pedaços de ferro enferrujados. Para obter esta pigmentação, mergulhe as peças enferrujadas no suco de limão e deixe por mais de um dia e coe o suco. Todos esses tingimentos citados, depois de aplicados e secos devem ser polidos com lixa duzentos e vinte e envernizados com verniz incolor.


Figura 38 – Urucum moída
Fonte: arquivo pessoal

Um lembrete muito importante é o uso de luvas em todas as extrações e aplicações desse material para evitar irritações de pele. O ponto bom da utilização desse tipo de material é a do fácil acesso ao material, pois quando utilizamos o industrializado, este sai caro para o artesão.

Tabela de Cores

Figura 39 – Tabela de cores
Fonte: arquivo pessoal








III - OBRAS DE ARTEMIS RIBEIRO

Neste capitulo tenho a intenção de apresentar um pouco do passado e do presente do meu fazer artístico, e ao mesmo tempo render homenagens ao meu pai que foi carpinteiro. Quero também homenagear a todos os mestres que passaram pela minha vida e influenciaram o meu trabalho artístico e intelectual, pois apuraram o meu gosto de experimentar materiais que interagissem com a madeira. Apresento também alguns artistas que souberam valorizar suas obras com materiais alternativos.

3.1 Pablo Picasso e suas Quinquilharias

Já Picasso desenhava e pintava em qualquer material, sobre o primeiro suporte que lhe caia nas mãos: toalha de papel, papelão e madeira. Como escultor, utilizava terra, madeira, pano, resíduos de quinquilharias, que cobre com pinceladas. Aos oito anos de idade Picasso pintou sua primeira obra sobre madeira.

Figura 40 – Pablo Picasso
Fonte: http://dotandmae.com/wp-content/uploads/2008/04/pablo_picasso_372x495.jpg

“Não nasce um Picasso em cada século. E quem não sente que o nosso século seria mais chato, mais sombrio, menos digno de viver-se?” (MONTEIRO 1981, p.265).

Figura 41 – Escultura no Daley Plaza (Chicago, Estados Unidos)
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/picasso



3.2 Irmãos Campana

Humberto e Fernando Campana nasceram no interior de São Paulo, filhos de Alberto Campana e Célia Maria Paiva Campana; viveram sua infância e adolescência em Brotas. Humberto se formou em direito e foi para São Paulo, onde começou a criar peças, objetos e algum mobiliário. Fernando formou-se em arquitetura e logo foi trabalhar com seu irmão.

Figura 42 – Irmãos Campana

Fonte: http://www.diegonegrellos.com/site/images/stories/julho_09/trendsetter/irmos_1.jpg

Realizaram sua primeira exposição em 1989, com uma serie de cadeiras de ferro e cobre, batizadas de Desconfortáveis.
Nestes quase vinte anos, viajaram pelo mundo todo, fazendo exposições pessoais e coletivas, workshops, palestras, cursos, ganhando inúmeros prêmios, tem suas obras expostas nos principais museus do mundo e são hoje, sem duvida, como designers de maior criatividade desde o inicio do século XXI.
A critica Maria Helena Estrada, diz no livro Irmãos Campana - Cartas a um Jovem Designer que: “ Fernando e Humberto andam pela cidade, são atraídos por vendedores de rua e lojinhas de “bric-a-bric”, tiram do cotidiano popular a inspiração para suas criações, percorrem o mundo e retornam para o campo, para Brotas, a cidadezinha onde cresceram. Esse ir e vir constante traz como resultado uma obra de matriz brasileira e expressão universal”. Nesta obra Maria Helena Estrada explica a sensibilidade dos irmãos ao criar a peça Cadeira Favela, que segundo o próprio Humberto evoca as formas de uma favela brasileira.
A intenção de citar estes artistas renomados neste trabalho vem do fato de que fios emaranhados ou entrelaçados dos mais variados materiais, nas mãos deles transformam recortes e estampas coloridas em formas exuberantes de arte, uma cadeira em obra de arte. Demonstrando que como a madeira outros materiais podem ser utilizados na arte, sem afetar o meio ambiente.
Outro fato que demonstra a preocupação dos Campana com a reciclagem é o lançamento de uma nova linha de produtos criados a partir de uma parceria entre os irmãos Campana e a Masisa do Brasil. Composta por cadeiras, mesas e um balcão-buffet, a Linha Celia leva o nome da mãe dos designers, e será lançada na Kraft Store. Utilizando a técnica de fabricação do OSB (Oriented Strand Board) e resíduos da produção de melamína (painéis revestidos com resinas melamínicas), o novo material agrega, em um produto exclusivo, a aparência e a textura do primeiro produto à variedade de cores do segundo.
Batizado como OSB Campana Masisa, o desenvolvimento deste novo produto aproximou os designers, reconhecidos internacionalmente pela utilização de materiais alternativos e reciclados, da Masisa, líder latino-americana na produção de painéis de madeira que tem como uma de suas principais características o desenvolvimento de produtos de baixo impacto ambiental.
Os painéis de MDF (medium density fiberboard), terceiro produto fabricado pela empresa em Ponta Grossa (PR), foram certificados pelo SCS, Scientific Certification Systems, empresa certificadora independente sediada nos EUA, como produzidos 100% a partir de material reciclado e recuperado. De acordo com o diretor geral da Masisa do Brasil, Ítalo Rossi, este certificado representa um aval internacional de qualidade. "Ele traduz o reconhecimento de que fomos bem sucedidos na transformação de subprodutos de madeira, até então não-aproveitáveis e sem valor comercial, em um produto cada vez mais valorizado pela indústria moveleira dentro e fora do Brasil", afirma. Nas imagens seguintes uma amostra do uso de reaproveitamento da madeira, na figura 43 temos o antes e na figura 44 o depois, ou seja , a obra pronta.



Figura 43– caixotes de madeira
Fonte: arquivo pessoal


Figura 44– cadeira da favela
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9HB9X-_vIqG9tPm-xaVwkb1yC9Si69MPalPqtMBPJ3u4-etlf6HlwGm2HOB4PsfNRKcYFhJ2SGnzXWcQ5UmItn-yNZh9cob35dHDnuY4zYebDLE_JVGXZ_zcmbFEKBJSs7rzfeezbFEz3/s320/CADEIRA+FAVELA.jpg
3.3 Museu Florestal
Figura 45 – Placa do museu florestal
Fonte: arquivo pessoal

Como primeiro passo desta pesquisa, fiz uma visita ao Museu Florestal, situado no Instituto Florestal em São Paulo (capital). O Museu Florestal foi fundado em 1931, com o objetivo de expor um acervo relativo às espécies nativas e a interdependência entre fauna e flora.





Figura 46 – Dentro do museu da madeira
Fonte: arquivo pessoal

Octávio Vicchi é o idealizador do museu fundado em 1948, com o objetivo de ressaltar a importância da madeira, mostra uma composição de madeiras arranjadas artisticamente que formam desde o teto ao assoalho, moveis e objetos confeccionados por exímios entalhadores. A arquitetura do prédio inclui doze vitrais produzidos pela Casa Conrado, que retrata a fauna e a flora paulista. Octavio Vecchi continua atual, pois seu trabalho com educação ambiental busca a conscientização ecológica, atende ao publico em geral e grupos agendados com monitores e dispõe de acesso adaptado para o publico portador de necessidades especiais.
O lugar contém uma riqueza de informações sobre madeira, visando mostrar o uso racional da madeira, utilizando os troncos, raízes e galhos de arvores, que na mão de artistas recebem toques especiais transformando-os em esculturas, conhecidas como arunas ou arte-natural. Há um mostruário de pranchas entalhado de folhas, flores e frutas e sementes de arvores de oitenta e sete espécies. Uma riqueza natural, como por exemplo, o Pau-Brasil, Carvalho Brasileiro, Olho de Onça, Coração de Negro, Jatobá, Ipê Roxo, Ipê Amarelo e outras mais.
A escola de Xilografia surgiu no Porto Florestal entre 1945 e encerrou atividade em 1950, como um de seus professores, o técnico Adolf Koller, que utilizou para os clichês o Guatambu Rosa, considerada a melhor madeira para esse fim.
Todas essas informações: a pesquisa, a visita ao Museu Florestal e a conscientização ambiental auxiliaram e enriqueceram este trabalho para o aproveitamento de madeiras pinus, proveniente de material reciclado, que deixam de se perder ou poluir ambientes transformados em peças de arte.

3.4. Peças confeccionas antes do curso de Artes Visuais
Durante a realização destas obras parti de meus conhecimentos práticos e intuitivos antes do curso de Artes, já com a criatividade em utilizar madeiras para a confecção de minhas obras, que para mim sem saber seria o inicio de uma grande pesquisa.

3.4.1 Cepa de Aroeira.

Esta imagem é de uma cepa de Aroeira encontrada em 1994, ela estava enterrada em um terreno próximo a minha moradia. Depois de um processo de limpeza manual onde tirei toda a terra e partes porosas, essa cepa tornou-se uma peça de rara beleza para o mundo da arte. Os detalhes das raízes que aparecem na cepa de aroeira, nos advertem sobre a beleza da própria aroeira.


Figura 47– Cepa de aroeira
Fonte: arquivo pessoal



3.4.2 Nó de Pinho

Esta imagem é de um nó de pinheiro araucária, ou nó de pinho, posto num pedaço de madeira (resto de construção civil). Na mão do artista se tornou uma escultura. Que pode ser vista como a obra do implante de órgão, ou seja, o tronco de uma árvore recebendo um membro de outra.


Figura 48 – Nó de pinho
Fonte: arquivo pessoal











3.5 Peças confeccionas durante o curso de Artes Visuais
Estas peças foram criadas durante o curso, o que trazem um significado próximo as aulas da faculdade, com orientação e tema a escolha do professor.

3.5.1 Escultura Nossa História

Esta peça foi confeccionada com um pedaço de prancha de madeira, também resto de construção civil. Em um trabalho de marchetaria mostrei meu trajeto do curso de artes. Foi um trabalho orientado pela professora Eliana Gola. Nela esta toda a historia do artista, todos seus companheiros de sala, mestres que o acompanharam desde o inicio do curso, tudo esta escrito nessa obra. Essa peça foi exposta no Centro Olímpico da cidade de Ibiúna, onde ganhou destaque na exposição, o que me rendeu uma nota da Imprensa local, no jornal Voz de Ibiúna, que tem como sua editora chefa “Julia Tanaka”.

Figura 49 – Nossa história
Fonte: arquivo pessoal


3.5.2 Sem Título

Este trabalho em colagem utilizou - se papel, jornais, revistas velhas. Fez parte da disciplina ministrada pela professora Paula Hana, com o intuito de contar uma parte da Historia da Arte. Nessa obra, a madeira foi usada como suporte com a base giratória.

Figura 50 – Obra sem título
Fonte: arquivo pessoal




3.5.3 Demonstração de uma dobradiça Artesanal

Projeto de portão de madeira, para a amostra de uma dobradiça de ferro, toda feita manual pelo próprio artista, para trabalho durante o curso, onde o objetivo era a fabricação de um produto.

Figura 51 – dobradiça artesanal
Fonte: arquivo pessoal






3.5.4Projeto de um objeto transformado

Este é um armário de madeira que vira sobre eixo e rolamentos, para melhor comodidade de um profissional que necessita de ferramentas durante seu trabalho, sem ter de estar deslocando-se o tempo todo. È um mini-armário em experimento.




Figura 52 – Objeto transformado
Fonte: arquivo pessoal




3.5.5 Pato nas Alturas em Mosaico

Escultura Pato nas Alturas em Mosaico foi trabalhado com vários tipos de materiais: madeira, ferro, plástico, alumínio, cobre e palitos de Taquara para churrasco.

Figura 53 – Pato nas alturas em mosaico
Fonte: arquivo pessoal




3.6 Peças confeccionadas para o término do curso de Artes Visuais
As obras que apresentarei agora possuem novas características, pois foram criadas com novas experiências vividas, novos conceitos práticos e teóricos que vivenciei durante o curso de Artes Visuais e durante esta pesquisa.

3.6.1 Pato nas Alturas

Esta peça foi confeccionada, com mais sabedoria, academicismo, dando continuação ao meu interesse por esse trabalho em madeira com consciência do que seria o produto final, ou seja, a escultura de madeira de caixote. Foram usadas técnicas de prensagem e enxertos, já a inspiração de prensar a madeira sem máquinas apropriadas, veio dos costumes que presenciei morando na casa de japoneses e trabalhando na roça, onde a senhora patroa fazia conservas de nabos colocando-os num tonel de madeira. Primeiro ela enchia o tonel com água e sal e depois deste processo ela colocava uma tabua e pesos de paralelepípedos em cima, conforme o peso ia descendo dia após dia os nabos iam se achatando, e no final ficava uma conserva muito deliciosa, bem firme e com nabos finos.
Esta explicação foi para mostrar que nos trabalhos sempre temos inspirações em cada etapa, seja nas técnicas, nas idéias, nos esboços, enfim no todo. Meu imaginário ao elaborar um trabalho, acontece com prazer e depois o coloco em pratica.
O nome “Pato nas Alturas” surgiu porque existem membros de homem como seu suporte, dando a impressão de estar suspenso no ar. Este pato tem oitenta e dois centímetros de altura, o olho é feito de carvão e casca de ovos de galinha, todos moídos e misturados com cola, tingido com tinta a base de flores vermelhas, folha de couve, limalha, caldo de limão, e acabamento com duas mãos de verniz. Quero lembrar que a mão, o braço, e o pé são membros esboçados do próprio artista. Este é um trabalho para todos os públicos, desde a criança até o adulto, independente de qualquer nível de vida, porque é interessante sabemos aproveitar o melhor das madeiras, principalmente no mundo da arte.
Hoje a arte contemporânea colabora para esse processo de reaproveitamento geral onde devemos fabricar a nossa própria matéria prima e desta forma não desbalancear nenhum setor do nosso planeta Terra. O trabalho em reaproveitamento é para confirmar o verdadeiro titulo do tema e o interesse do autor em também ajudar no estudo do aproveitamento. Quero mostrar como trabalhar com estes materiais que oferece um amplo leque de riqueza artística.

Figura 54 – Pato nas alturas
Fonte: arquivo pessoal



Tabela Descritiva

1) Nome: Pato nas Alturas;
2) Especificação: Escultura de madeira;
3) Autoria: Artemis Ribeiro da Silva;
4) Destino: Exposição, decoração e trabalho de conclusão de curso;
5) Medidas: 0,82 cm de altura;
6) Matéria – Prima: Madeira de caixotes, colas, pigmentos naturais: Hidróxido de ferro de cor vermelho-alaranjado dissolvido no suco de limão, couve-manteiga dissolvido no álcool e suco de limão, flor vermelha dissolvida no suco de limão, acabamento em verniz incolor;
7)Técnicas Usadas: Prensagem, por torno de mesa, por peso, encaixe de rosca, montagem com colagem;
8) Motivo: Representação de formas antropomórficas e zoomórficas;
9) Justificativa: As formas antropomórficas, pés e mãos e as formas zoomórficas, aparência de pato, para representar o quanto a natureza depende do apoio e do cuidado do homem;
10) Direcionamento: A princípio, a intenção desde trabalho é ressaltar a possibilidade da utilização de materiais desprezados, transformando-os em obras de arte, preservando o meio ambiente. Em segundo lugar, apresentar as belezas da madeira pinus e eucaliptos transformados em escultura artística;
11) Custo de Produção: R$ 100,00 (cem reais);
12) Valor de Venda: R$ 600,00 (seiscentos reais);
13) Ano de Produção: 2009 (dois mil e nove).


3.6.2 Sanduíche de Madeiras

Peça confeccionada com madeiras de caixotes, com o formato de sanduíche, foi prensada com a mesma técnica da peça anterior. Esse sanduíche de madeiras fica na posição vertical, é uma peça grande sobre um rolamento embutido com giro em torno da base. A base foi feita com seis peças de vigas de 0.10 cm de largura e 0.05 de espessura, todos de caixote de pecas elétricas. A peça concluída mede 0,45 cm de altura, a pintura foi feita com tingimento de flores vermelhas, couve manteiga, abobora, limalha com caldo de limão e carvão moído com caldo de limão e álcool. Foi confeccionada em 2009 para a conclusão do curso de artes visuais

Figura 55 – Sanduishe de madeiras
Fonte: arquivo pessoal



Tabela Descritiva

1) Nome: Sanduíche de Madeiras;
2) Especificação: Escultura de Madeira;
3) Autoria: Artemis Ribeiro da Silva;
4) Destino: Exposições, decorações e trabalho de conclusão de curso;
5) Medidas: 0,45 de altura;
6) Matéria-Prima: Madeira de caixotes, colas, rolamentos, pigmentos naturais: Hidróxido de ferro de cor vermelha-laranja dissolvido no suco de limão, beterraba dissolvido no álcool e suco de limão, flor vermelha dissolvida no suco de limão, abobora dissolvida no suco de limão, carvão dissolvido no álcool e suco de limão, acabamento em verniz e cera incolor de sapato;
7) Técnicas Utilizadas: Prensagem, por torno de mesa, por peso, montagem com colagem;
8) Motivo: Representação de formas de empilhamento;
9) Justificativa: As formas, empilhamentos, para representar o valor dos caixotes, representada pelo sanduíche para mostrar o prazer que é trabalhar com esse tipo de madeira;
10) Direcionamento: A principio, a intenção deste trabalho é ressaltar a possibilidade da utilização de materiais desprezados, transformando-os em obras de arte, preservando-os em obras de arte, preservando a natureza. Em segundo lugar apresentar as belezas da madeira pinus e eucaliptos transformados em escultura artística.
11) Processo Executado: Produção Manual;
12) Custo de Produção: R$ 100,00 (cem reais);
13) Valor de Venda: R$ 500,00 (quinhentos reais);
14) Ano de produção: 2009 (dois mil e nove).

3.6.3 O Emaranhado

Esta é uma peça confeccionada com ripas de madeiras, caixotes de uvas, e caibros de 0,07 centímetros por 0.07 centímetros. O Emaranhado surgiu ao cortar as madeiras de ripas de caixotes de uva para confeccionar algumas peças. Neste momento comecei a me interessar pelos cortes diagonais, então surgiu à idéia em montar essa peça com o emaranhado de ripas. Primeiro houve o corte em diagonal e após a montagem foi surgindo as formas geométricas em posição sempre menor do que 180º (cento e oitenta graus). Foi assim que completei com a inspiração em fazer uma peça, com perfil de torre de transmissão de energia elétrica, onde se usa muitas peças em posições semelhantes as da peça.

Figura 56– Emaranhado
Fonte: arquivo pessoal


Tabela Descritiva

1) Nome: O Emaranhado;
2) Especificação: Escultura de Madeira;
3) Autoria: Ártemis Ribeiro da Silva;
4) Destino: Exposições, decoração e trabalho de conclusão de curso;
5) Medidas: 0,70 centímetros de altura;
6) Matéria – Prima: Madeira de caixões, colas, pigmentos naturais: hidróxido de ferro cor vermelha-alaranjado dissolvido em suco de limão, carvão dissolvido em álcool e suco de limão, flor vermelhar dissolvida no suco de limão;
7) Técnicas Utilizadas: Prensagem, pro torno de mesa, base, a parte superior cortes diagonais e colagem, montagem com colagem;
8) Motivo: Representação de formas emaranhadas geométricas;
9) Justificativa: As formas geométricas se emaranhando, aparência de torre de estação de energia elétrica, para representar Furnas, usina hidroelétrica. Representa principalmente o quanto o homem moderno depende da energia elétrica;
10) Direcionamento: A principio, a intenção desde trabalho é ressaltar a possibilidade da utilização de matérias desprezadas, transformando-as em obras de arte, preservando a natureza. Em segundo lugar apresentar as belezas das madeiras pinus e eucaliptos transformados em esculturas artísticas;
11) Processo Executado: Manual;
12) Custo de Produção: R$ 50,00 (cinquenta reais);
13) Valor de Venda: R$ 300,00 (trezentos reais);
14) Data de Produção: 2009 (dois mil e nove).









3.6.4 Mar Vermelho

Esta peça foi elaborada por ultimo, mas teve um propósito, ou seja, a intenção de provar e fazer uma amostra completa do meu tema. E também mostrar que arte também é uma experiência. Não sou nenhum pintor de quadros, mas tento ser um escultor, pois a arte me fascina, e acredito que o fato de sempre querer fazer algo diferente já é uma arte! Assim o estudo em arte visual me fez ver o lado contemporâneo da arte, me promovendo o direito a tal direção.
A obra é uma tela feita toda de madeira de caixotes, montadas com varias camadas de ripas de caixotes de verduras, tudo com cola. Após esse processo, foi lixada e tingida com tintas feitas de beterraba, flores, couve manteiga, abóbora e limalha dando acabamento com tinta incolor usado para lustrar sapatos.

Figura 57– Mar Vermelho
Fonte: arquivo pessoal




Tabela Descritiva
1)Nome: Mar Vermelho;
2)Especificação: Tela de Madeira;
3)Autoria: Ártemis Ribeiro da Silva;
4)Destino: Exposições, decorações e trabalho de conclusão de cursos;
5)Medidas: 0.62 centímetros de largura e 0,50 de comprimento;
6)Matéria-Prima: Madeira de caixotes, colas, pigmentos naturais: hidróxido de ferro cor vermelho-alaranjado dissolvido no suco de limão, couve-manteiga dissolvida no suco de limão, flor vermelha dissolvida em suco de limão, flor laranja dissolvida em suco de limão, beterraba dissolvida em suco de limão;
7)Técnicas Utilizadas: Prensagem por peso, montagem através de colagem;
8)Motivo: Representação de formas paisagem, montanhas, mar;
9)Justificativa: As formas de montanhas, paisagem e mar, para representar o tingi mento natural, dentro da natureza;
10)Direcionamento: A intenção desde trabalho é ressaltar a possibilidade da utilização do tingi mento natural, em obras de arte, preservando a natureza, e apresentar as belezas das flores, frutas, verduras, o limão, e transformá-las em telas artísticas;
11) Processo executado: Manual;
12) Custo de produção: R$ 50,00 (cinqüenta reais);
13) Valor de venda: R$ 100,00 (cem reais);
14) Data de produção: 2009 (dois mil e nove).



CONSIDERAÇOES FINAIS
Quando comecei o curso de Artes Visuais em 2007, o meu pensamento era como iria me formar, mas, ao passar estes três anos percebi que não é a formatura que é o mais importante, o mais importante foi a minha formação global. Foi preciso muito estudo, lealdade, luta, força e muitas pesquisas, para poder superar todos os obstáculos que enfrentei, assim como para elaborar meus trabalhos e minhas obras.
Aprendi muito lendo, o que escrevo neste momento estou conversando comigo mesmo. Entendi o porquê do curso de artes visuais, por isso estudei de verdade e tentei quebrar todas as barreiras que existiam dentro de mim, sei que ficaram muitas, mas, hoje eu admito que sei superar melhor os percalços da vida, sou mais forte e tenho mais conhecimento. Descobri que o produto final do curso numa faculdade ou qualquer instituição educacional, não é o diploma e sim o que aprendemos e o que ensinamos. Foi muito importante tudo que aprendi e o que descobri. Percebi que todo ser humano é capaz, mas na maioria das vezes não enxerga isso, por falta de chance ou falta de vontade, ou uma somatória de motivos. Sei que tive sorte na vida por ter voltado a estudar, e agora estou aqui para contar um pouco da minha historia e mostrar o que aprendi. Para concluir esta pesquisa tenho que mostrar a minha verdadeira historia, pois somente assim o termino do meu curso terá inicio, meio e fim.
Iniciando a trajetória da minha vida na arte, vem meu pai que foi carpinteiro. Ele fabricava seus próprios móveis, camas, mesas, cadeiras, armários de cozinha e quartos, bancos, caixa de ferramentas. Eram todos rústicos, mas, eram os moveis que usávamos. Desde muito pequeno já comecei a acompanhar todos os passos dele ao confeccionar algum móvel. Sempre fui muito curioso e ficava atento a tudo, mexendo nas ferramentas, buscando aproveitar os pedacinhos de madeiras jogados pelo chão e tentando montar alguma coisa.
Meu pai não gostava que estragassem suas ferramentas por mau uso, por isso ele começou a me dar algumas ferramentas para que eu fizesse o que quisesse, isso aos meus dez anos de idade. Com o passar do tempo fui cada vez mais gostando de ferramentas, principalmente daquelas usadas em carpintaria. Aos quatorze anos já comprava minhas próprias ferramentas, e a primeira que comprei foi um arco de pua (um tipo de furadeira manual), e sai furando tudo o que encontrava: tabuas, tacos, vigas, caibros enfim tudo que fosse madeira. Nessa fase ocorreu a separação de meus pais, como sempre fomos de origem humilde, depois desse acontecimento as coisas se complicaram muito, principalmente na parte financeira, então nesta época tive que começar a trabalhar duro para sobreviver e ajudar minha mãe e meus irmãos. Vivi em alojamentos de construções, casa de patrões na roça, e me dispersei desse prazer que tinha em estar mexendo e brincando com trabalho de madeiras. Quando trabalhava com elas, em construções ou lavouras, era por obrigação e não por prazer. Acredito que foi a própria situação da minha vida que deu essa travada no meu trabalho com as madeiras. Passei duas décadas sem fazer nada envolvendo madeiras e três décadas sem estudar, cheguei aos quarenta e dois anos de idade, com a quarta série.
Uma pessoa que mudou toda a minha vida (jamais poderia deixar de falar) foi minha esposa. Ela me fez voltar a estudar, mostrou que existe vida quando acreditamos nela, e que para vivermos nesse mundo moderno temos que estudar. Por isso ela fez a minha matricula e eu voltei para a escola. Iniciei a quinta serié do ensino fundamental em dois mil e três, e agora estou aqui, no ano de dois mil e nove, cursando o ensino superior.
Neste curso de Artes Visuais fui lapidado pouco a pouco até novamente surgir o prazer de mexer novamente com madeiras, do mesmo jeito que um dia eu havia feito. Só que com uma diferença muito grande, agora não só pelo prazer do trabalho artístico, mais também, pelo dever de reciclar e saber o que é “reaproveitar” e usar o que a natureza me oferece, sem ter que destruí-la. Até eu entrar na faculdade não entendia o que significava “meio ambiente”, e porque que o desmatamento é problema. Hoje sei que nada vale mais que uma árvore no seu habitat natural, que não devemos destruir nada mesmo que for para confeccionar uma bela obra de arte, devemos sempre pensar quanto tempo leva para uma árvore crescer e que direito temos de destruir uma vida.
Vejo agora outra coisa muito importante, todo material em madeira pode ser reaproveitado, antes gostava de mexer com madeiras sem compromisso com a natureza, não tinha entendimento. Agora eu sei que o homem é capaz de destruir nossas matas ou salva-las reciclando e reaproveitando todo tipo de material, não só a madeira.
Toda ênfase que dou a isso, é para poder mostrar que hoje todos os meus trabalhos em madeira reaproveitada viraram interessantes obras de arte que posso mostrar ao mundo. Confeccionei quatro peças exclusivas para este trabalho de conclusão de curso durante esse dois semestres finais, em madeira de caixotes e tingimento natural. Todas as quatro peças tiveram custo baixo, por que foram usados materiais de reaproveitamento. Quero deixar claro que sites importantes que conheci por causa desta pesquisa e exposições como, por exemplo, o SP Artes no Ibirapuera, também me proporcionaram a compreensão do verdadeiro valor da arte consciente frente aos problemas ecológicos que vivemos na atualidade. E que eu mesmo no anonimato posso fazer diferença!
BIBLIOGRAFIA


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BROTAS. Desmatamento. Disponível no site:< www.vemprabrotas.com.br>. Acesso em 23 de abril de 2009

CAMPANA, Irmãos. Cartas a um jovem designer. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009

COLEÇÃO FOLHA GRANDES MESTRES DA PINTURA. Pablo Picasso. São Paulo: Editora Sol, 2007

GIRAFA MANIA. Picasso. Disponível no site: Acesso em 27 nov.2009

GORDON, Noah. O físico: a epopéia de um médico medieval. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.

GUIA RURAL. Meu Sitio. São Paulo: Editora abril, 1992.

HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva: 2001.

JORNAL DA MANHÃ. Madeiras. Disponível no site: Acesso em 23 de abril de 2009

LORENZI, Harri. Árvores Brasileiras – Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil – Vols. I e II. 2a edição – Nova Odessa – SP. Editora Plantarum, 1998.

MACHETARIA. Disponível no site: Acesso em 29 abril de 2009

PEQUENO ARTISTA. Carrancas de São Francisco. Disponível no site: Acesso em 28 abril de 2009

SANTAMERA, Jacinto Chicharro. La Talla. Escultura en Madera. Lisboa: Editorial Estampa, 1997.

VÁRIOS COLABORADORES. Nova Enciclopédia Barsa – São Paulo: Encyclopedia britanica do Brasil, 1998.

WIKIPEDIA. Madeira. Disponível no site: . Acesso em 19 fevereiro de 2009

WIKIPEDIA. Picasso. DiFACULDADE MONTESSORI DE IBIÚNA
CURSO DE ARTES VISUAIS



ARTEMIS RIBEIRO DA SILVA







REENCONTRO COM
A MADEIRA
















Ibiúna, SP
2009
FACULDADE MONTESSORI DE IBIÚNA
CURSO DE ARTES VISUAIS




ARTEMIS RIBEIRO DA SILVA







REENCONTRO COM
A MADEIRA


Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Montessori de Ibiúna, com vistas à obtenção da licenciatura em Artes Visuais
Orientadora: Paula Akita Hana











Ibiúna, SP
2009
FACULDADE MONTESSORI DE IBIÚNA


ARTEMIS RIBEIRO DA SILVA


REENCONTRO COM A
A MADEIRA



A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão de Curso em sessão pública realizada em __/__/____considerou o candidato_________________________________________


BANCA EXAMINADORA:


______________________________________
Orientadora Profª
Faculdade Montessori de Ibiúna – Ibiúna – SP

____________________________________
1º Examinador
Faculdade Montessori de Ibiúna - Ibiúna – SP

____________________________________
2º Examinador
Faculdade Montessori de Ibiúna – Ibiúna – SP


Nota: ___________________



Ibiúna, SP
2009





































Dedico este trabalho a minha querida esposa Isaura.
AGRADECIMENTOS


A finalização deste trabalho para concluir o curso de artes visuais, foi possível graças a colaboração e paciência de varias pessoas e entidades que contribuíram para este projeto. Mas agradeço em primeiro lugar a minha esposa Isaura, que sempre apoiou e incentivou os meus estudos.
Desde o inicio até a conclusão, a professora Paula Hana (minha orientadora), me acompanhou e não deixou que os erros estragassem esse trabalho, sempre supervisionando cada etapa e cobrando a perfeição. Chegou até mesmo a me emprestar muitos livros!
Tive também a contribuição da professora Eliana Gola, que sempre me ajudou muito revisando meus textos, emprestando materiais e me dando apoio moral.
Aproveito para agradecer ao Vinicius (marido da professora Eliana Gola), que me deu muitas dicas e conselhos para elaborar este trabalho.
Tive também a contribuição da professora Regina Albuquerque (com as correções de texto), e do professor Luiz Villas, que me apoiou e me deu muita sugestões nas esculturas.
Agradeço ao professor Rômulo pelo apoio e sugestões com a fotografia e soluções de imagens.
Agradeço as professoras Laura e Beatriz que contribuíram muito com as suas aulas.
Não poderia de deixar sem agradecer a muitos artistas que já se foram, outros que estão na ativa e outros que virão. Quando me refiro a esses artistas é por que eles me mostraram a riqueza que possuímos quando trabalhamos com madeira e me ajudaram para que eu me empenhasse mais nos trabalhos artísticos. Neste contexto, posso afirmar que adentrei no mundo moderno com a teoria do reaproveitamento.


































“A árvore, quando está sendo cortada,
observa com tristeza que o cabo do machado é de madeira”
(Provérbio Árabe)
RESUMO

A escolha do tema tem a prioridade de conscientizar as pessoas do verdadeiro valor da madeira, pois percebi que nem todas elas são capazes de perceber o valor incalculável que esta tem. Infelizmente alguns imaginam que se trata apenas de um simples pedaço de madeira. Esse tema sugere mil e umas propostas, mas será abordado em especifico a proposta de caixas de madeiras de Pinus, ou Pinheiro Americano e eucalipto. Na maioria das vezes esse material é todo jogado fora, então me perguntei por que não aproveitar esse material para trabalharmos, com mais freqüência (principalmente o escultor), que pode fazer grandes obras de escultura? Assim a utilização desse material, visto como apenas caixas de frutas, verduras, será transformado em grandes obras de arte. A questão do “não sei fazer nada”, aqui não existe, porque o trabalho com caixas tem a vantagem de ter os cortes e medidas quase perfeitos para esse tipo de trabalho, de fácil manuseio, pratico, simples e praticamente de graça, e se necessário comprar, é um material barato. O interesse pela arte será iniciado e ensinarei a utilizar as ferramentas necessárias para fazer esculturas e mudar a sua cor.

Palavras chaves: Conscientização; Significação; Reencontro.












ABSTRACT

The choice of the subject has the priority to acquire knowledge the people of the true value of the wood, therefore I perceived that nor all they are capable to perceive the incalculable value that this has. Unhappily some imagine that it is only about a simple wooden piece. This subject suggests a thousand and proposals, but he will be boarded in I specify the proposal of wood boxes of Pinus, or American Pine and eucalipto. Most of the time this material all is played outside, then I asked myself why not to use to advantage this material to work, with more frequency (mainly the sculptor), that it can make great workmanships of sculpture? Thus the use of this material, visa as only boxes of fruits, vegetables, will be transformed into great works of art. The question of “I do not know to make nothing”, does not exist here, because the work with boxes has the advantage to have the cuts and almost perfect measures for this type of work, easy manuscript, I practice, simple and practically of favors, and if necessary to buy, it is a cheap material. The interest for the art will be initiated and will teach to use the tools necessary to make sculptures and to change its color.

Keys words: Conscientious; Signification ; Reemitting.




LISTA DE FIGURAS



Figura 1 – Tora de madeira pau-Brasil................................................................
15
Figura 2 – Secagem natural.................................................................................
16
Figura 3 – Secagem artificial...............................................................................
16
Figura 4 – Árvore de pau-brasil...........................................................................
17
Figura 5 – Eucaliptos...........................................................................................
19
Figura 6– Pinus Ellioti.........................................................................................
20
Figura 7 – Rainha Mãe Ti....................................................................................
20
Figura 8 – Obra de Picasso..................................................................................
21
Figura 9 – Carrancas de São Francisco................................................................
22
Figura 10 – Prensagem em torno de mesa...........................................................
23
Figura 11 – Prensagem com peso (vista lateral).................................................
24
Figura 12 – Prensagem com peso.......................................................................
24
Figura 13 – Prensagem com barras rosqueadas...................................................
25
Figura 14 – Composição de obras do autor........................................................
26
Figura 15 – Esquadro...........................................................................................
28
Figura 16 – Compasso.........................................................................................
28
Figura 17 – Marreta de ferro................................................................................
29
Figura 18 – Furadeira Elétrica.............................................................................
29
Figura 19– Serra de cortar madeira.....................................................................
30
Figura 20– Ferramentas improvisadas.................................................................
30
Figura 21– Óculos protetor..................................................................................
31
Figura 22– Marreta de madeira............................................................................
31
Figura 23– Martelo..............................................................................................
32
Figura 24– Alicate de pressão.............................................................................
32
Figura 25– Pé de cabra........................................................................................
33
Figura 26– Lamina para raspagem de madeiras..................................................
33
Figura 27– Serrote...............................................................................................
34
Figura 28– Plaina.................................................................................................
34
Figura 29– Chave inglesa....................................................................................
35
Figura 30– Formões............................................................................................
35
Figura 31– Torques.............................................................................................
36
Figura 32– Limas de amolar...............................................................................
36
Figura 33– Enchós...............................................................................................
37
Figura 34– Grosas...............................................................................................
37
Figura 35– Esmeril.............................................................................................
38
Figura 36 – Pedaços de ferro velho e caldo de limão..........................................
38
Figura 37 – Flores para tingimento......................................................................
39
Figura 38 – Urucum moída..................................................................................
39
Figura 39 – Tabela de cores.................................................................................
40
Figura 40 – Pablo Picasso………………………………………………………
41
Figura 41 – Escultura no Daley Plaza (Chicago, Estados Unidos)……………..
42
Figura 42 – Irmãos Campana…………………………………………………..
42
Figura 43– Caixotes de madeira..........................................................................
44
Figura 44– Cadeira da favela.............................................................................
44
Figura 45 – Placa do museu florestal................................................................
45
Figura 46 – Dentro do museu da madeira...........................................................
45
Figura 47– Cepa de aroeira................................................................................
47
Figura 48 – Nó de pinho.....................................................................................
48
Figura 49 – Nossa história..................................................................................
49
Figura 50 – Obra sem título...............................................................................
50
Figura 51 – Dobradiça artesanal........................................................................
51
Figura 52 – Objeto transformado.......................................................................
52
Figura 53 – Pato nas alturas em mosaico...........................................................
53
Figura 54 – Pato nas alturas...............................................................................
55
Figura 55 – Sanduishe de madeiras...................................................................
57
Figura 56 – Emaranhado...................................................................................
59
Figura 57– Mar Vermelho.................................................................................
62



SUMÁRIO



INTRODUÇÃO..................................................................................................
13


I - A MADEIRA E SUA RIQUEZA PARA O HOMEM
15
1.1 - As Árvores em Crescimento
15
1.2 - Existem dois tipos de secagem, natural e artificial
16
1.3 - Madeiras do Brasil.........................................................................................
17
1.4 - Características de algumas madeiras brasileiras.................................................
17
1.5 - Madeiras Adaptadas.............................................................................................
19
1.6 - Madeiras na arte..................................................................................................
20


II – TÉCNICAS...................................................................................
23
2.1 - Processo de confecção.......................................................................................
23
2.2 - Escultura com madeiras de caixote...................................................................
26
2.3 - Mostruários de Ferramentas..............................................................................
27
2.4 - Imagens das Ferramentas...........................................................................
28
2.5 - Tingimento caseiro experimental...............................................................
38


III – OBRAS DE ARTEMIS RIBEIRO..........................................
41
3.1 - Pablo Picasso e suas Quinquilharias...................................................................
41
3.2 - Irmãos Campana.................................................................................................
42
3.3 – Museu Florestal..................................................................................................
45
3.4. - Peças confeccionadas antes do curso de Artes Visuais...................................
46
3.4.1 - Cepa de Aroeira..............................................................................................
47
3.4.2 - Nó de Pinho.....................................................................................................
48
3.5 - Peças confeccionadas durante o curso de Artes Visuais....................................
49
3.5.1 – Nossa História.................................................................................................
49
3.5.2 - Sem Título.......................................................................................................
50
3.5.3 - Demonstração de uma dobradiça Artesanal....................................................
50
3.5.4 - Projeto de um objeto transformado.................................................................
51
3.5.5 - Pato nas alturas em mosaico..........................................................................
52
3.6 - Peças confeccionadas para o término do curso de Artes Visuais........................
53
3.6.1 - Pato nas alturas.................................................................................................
54
3.6.2 - Sanduíche de madeiras......................................................................................
56
3.6.3 - O emaranhado
58
3.6.4 – Mar vermelho..................................................................................................
61


CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................
64
REERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................
66
















INTRODUÇÃO

O trabalho artístico envolvendo esculturas com madeiras de reaproveitamento, já é conhecido no Brasil e em países desenvolvidos como, por exemplo, nos países europeus, onde os Irmãos Campana já apresentavam suas peças de design, e isso sem falar em alguns artistas, que já no passado, mesmo não tendo intenção direta do reaproveitamento ou reciclagem, já colocavam em suas obras esses materiais, como Picasso, por exemplo.
De algum modo, este trabalho visa refletir o mesmo pensar dos artistas que trabalharam com estes materiais, que em vez de serem desprezados prejudicando a natureza, viraram obras de arte.
A minha visita ao Museu da Madeira foi o inicio dessa pesquisa, que possui informações, e obras como produto final. A referência que o leitor encontrara nesse trabalho é a conscientização de unir o útil ao agradável e a natureza a arte, pois a arte precisa da natureza, e esta já é uma obra de arte por si só.
Quero explicar que um trabalho artístico e experimental é para todos os públicos, ou seja, para todas as pessoas que desejam entrar no mundo da arte, na proposta de apenas construir dentro dos padrões ecológicos.
Essas palavras têm o objetivo de ajudar o leitor na compreensão do passado artístico, formando um referencial que permita estabelecer a ponte de ligação com os problemas e suas opções com o presente. Picasso, por exemplo, no século passado criou a obra “quinquilharias”, hoje os irmãos Campanas utilizam materiais achados a sua volta, assim como muitos outros artistas que existem espalhados pelo mundo todo, que tem o prazer de fazer algo que não danifique o nosso planeta.
Foi com base nesta idéia simples, que investi nas madeiras de pinus que estavam sendo rejeitadas e cheguei a grandes resultados. São experimentos, mas para mim já são resultados concretos com grandes definições.
Não posso deixar de considerar alguns fatores importantes como: o prazer de fazer; mostrar para o publico, e o ser útil para a natureza e para a arte. Tudo isto faz com que aumente mais o meu desejo de produzir melhores trabalhos, para que a minha pessoa não esteja neste mundo apenas de passagem e sim fazer parte do grupo dos mestres que fizeram a diferença, mesmo que ficando no anonimato.
Através da pesquisa fenomenológica, buscando a partir dos conhecimentos teóricos construir uma proposta de reflexão e experimentação artística, esta pesquisa foi elaborada com conceitos obtidos no curso de Artes, com praticas já desenvolvidas antes e depois da faculdade e coleta de informações através das leituras concretizadas.
No primeiro capitulo explicarei o crescimento da arvore, apresentando as características das madeiras brasileiras e madeiras adaptadas no Brasil, que incluem os Eucaliptos e Pinus de Ellioti , as técnicas de secagem da madeira natural e artificial, e uma breve historia da Madeira na Arte.
Ao decorrer do segundo capitulo será definido o que é técnica, demonstrando os meios, materiais e ferramentas necessárias na confecção de obras artísticas com madeira, assim como a fabricação de tingimentos naturais.
No terceiro capitulo, serão citadas algumas características de Picasso, Irmãos Capana e o Museu Florestal que tem intuito de demonstrar a importância da utilização racional da madeira através de esculturas, moveis e objetos.
Para a finalização apresentarei algumas de minhas obras antes e após o curso, com características e tabela descritiva para compreensão e conhecimento das obras.



















I - A MADEIRA E SUA RIQUEZA PARA O HOMEM

Para se ter a noção necessária sobre o tema especificado neste trabalho, é importante conhecer o conceito e as características que o cercam, para que possamos compreender a preciosidade desse produto natural oferecido pela terra.
A madeira é um material produzido a partir de tecido orgânico, formado pelas plantas lenhosas, onde predomina a celulose, unidos por lenhina que absorve facilmente a água e é uma importante fonte de energia, foi e ainda é utilizada como lenha para cozinhar e outros usos domésticos, numa parte importante da historia da humanidade. Sua polpa é utilizada nas indústrias para artigos de papelaria e algumas indústrias químicas; na indústria da marcenaria (fábrica de moveis); na carpintaria (para construção de diversas estruturas, incluindo navios).
Vemos que a madeira é na verdade, um dos materiais mais utilizados em arquitetura e em engenharia civil, em tabuas, vigas, sarrafo, caibros pontaletes, chapa de madeirite e demais produtos da madeira. Tanto que a indústria é uma das causas de desflorestamento e a perda do habitat para múltiplas espécies, ameaçando severamente a biodiversidade a nível planetário.

1.3 As Árvores em crescimento

Figura 1 – Tora madeira pau-brasil
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/madeira

As árvores são de crescimento lento, crescem em média doze centímetros por ano. Sua estrutura é a medula, cerne, o borne ou alburno, a casca, a parte exterior, corresponde ao supor, a proteção do tronco.

Florema: transporta a seiva;
Lenho: é a parte do tronco onde se extrai a madeira;
Medula: o centro, a parte mais escura;
Cerme: ou núcleo, a parte que não participa ativamente na condução de água, são células mortas.
Alburno: (ou borne) é a porção viva do Xilena onde processa a circulação da água e de nutrientes entre a raiz e os tecidos ativos da planta, sendo células vivas e com funções. As madeiras são usualmente classificadas como duras ou macias. A madeira coníferas (por exemplo, o Pinho) é chamada madeira macia, algumas como Pinheiro tem resinas que aumenta a resistência quando seca. A ciência da madeira abrange disciplinas, como anatomia, física e química, até as disciplinas ditas tecnológicas, por exemplo, posso citar a secagem da madeira.


1.4. Existem dois tipos de secagem, a natural e a artificial.

A secagem natural permite secar a madeira sobre as peças uma sobre as outras, de modo a permitir um arejamento uniforme. Este processo é moroso, exige grandes espaços e imobiliza grandes quantidades de madeira. A secagem natural permite secar a madeira até uma umidade mínima de 12%. Abaixo dos 20% de umidade a madeira resiste a putrefação, abaixo dos 30% podem começar a surgir defeitos de secagem: rachaduras, empenamentos, eneruamentos, colapsos, abaulamentos, torções e encanoamentos.
Figura 2 – Secagem natural
Fonte: www.madeiras.cc/imagens/secagem.jpg


A secagem artificial, feita através de estufas próprias, permite aumentar a velocidade da secagem da madeira ao mesmo tempo em que a protege dos fungos e insetos. Exige instalações de alto custo e torna a madeira menos flexível além de escurecer o seu tom.


Figura 3 – Secagem artificial
Fonte: http://correiogourmand.com.br/images/cg_cod_149_220y
1.3 Madeiras do Brasil

Figura 4 – Árvore de pau-brasil
Fonte: arquivo pessoal

Algumas madeiras se destacam em nosso território principalmente a que leva o nome do país o Pau-Brasil, com o nome cientifico de Caesalpina-Echinata. Dezenas de cidades do país também emprestaram seus nomes para arvores nativas que eram importantes ou freqüentes em suas regiões geográficas, como exemplo podemos citar: Guarantã – SP, Imbua – SC, Louveira – SP, Guaiçara – SP, Angicos – PE, Cabreuva – BA e muitos outras espalhadas pelo país.
Muitas espécies se destacam por representar tamanha importância para a população local, emprestando seus nomes a várias cidades: por exemplo, a espécie araucária angustifólia (Bort.) Kuntze (pinheiro) influenciou na denominação de dezenas de cidades, o mesmo ocorrendo com o buriti (Mauritia Flexuosa). Há espécies que representaram grande importância na vida econômica do país, que historicamente, caracterizaram uma época ou um ciclo como, por exemplo, o Pau-Brasil, a Seringueira, a Carnaúba, o Pinheiro, o Cacau, o Babaçu e mais recentemente o Mogno. Nomes de arvores nativas são também utilizados de norte à sul do país para designar ruas, praças, palácios e bairros.

1.4 Características de algumas madeiras brasileiras

Pode-se dizer que cada região tem seus nomes populares para suas madeiras, mas as características são iguais, com os mesmos perfis de utilidades, sem prejuízos em suas serventias. Em estudos e pesquisas nos livros, especificamente falando sobre madeiras, encontra-se referencias a vários nomes. Os nomes científicos são os mesmos para cada família desse produto e a seguir alguns serão citados:

Schinus Terebinthifolia Raddi – Família Anacardioceae. Nome popular: Aroeira-Mansa ou Aroeira Vermelha. Madeira moderadamente pesada, medianamente dura, textura media, bastante resistente e de grande durabilidade natural, é utilizada para moirões, esteios, lenhas e carvão.
Aspidosperma Parvifolium – Família Apocynaceae. Nome popular: Guatambu-Olivia, Guatambu-Branco ou Guatambu-Legítimo. Madeira moderadamente pesada, dura, resistente, é utilizada na construção civil, como vigas, caibros, ripas, tocas para assoalho, cabos de ferramentas, moirões e cruzetas, a árvore é bastante ornamental, podendo usar com sucesso no paisagismo geral.
Aspidosperma Polyneuron – Família – Apocynaceae. Nome popular: Peroba ou Peroba-Rosa. Atinge altura entre vinte e trinta metros, tronco de sessenta a noventa centímetros de diâmetro, madeira moderadamente pesada, dura, compacta, fácil de rachar, muito durável desde que não entre em contato com o solo e umidade, própria para construção civil, como caibros, vigas, batentes de portas e janelas, confecções de moveis pesados, carteiras escolares e carrocerias. Também é uma arvores ornamental.
Araucária Angustifólia (Bort.) Kuntze – Família Araucariaceae. Nome popular: Parane-Pine, Curi ou Coruiva. Atinge altura entre vinte e cinqüenta metros, com tronco retilíneo de noventa a cento e oitenta centímetros de diâmetro, madeira leve, macia, pouco durável quando exposto ao tempo, a madeira é própria para forros, molduras, ripas, confecções de cabos de vassouras, caixas, brinquedos, estruturas de moveis, palitos de fósforo, pás de sorvete, lápis, carretéis, utensílios domésticos, etc. É amplamente cultivado no sul do país para a produção de madeiras e celulose, o seu fruto o pinhão é comestível e muito apreciado em sua região.
Tabebuia Avellanedae – Família Bignoniaceae. Nome Popular: Ipê Roxo. Atinge altura entre vinte e trinta e cinco metros, tronco de sessenta a oitenta centímetros de diâmetro, a madeira é própria para obras externas e construções pesadas, tanto civil quanto navais, como vigas, pontes, tacos e tabuas para assoalhos, taco de bilhar, bengalas, eixo-de-roda, dentes de engrenagem, folas para jogos e também arvores excelentes para o paisagismo.
Tabubia Chysotricha – Família Bignaniaceae. Nome Popular: Ipê Amarelo. Atinge altura entre quatro e dez metros, tronco entre trinta e quarenta centímetros de diâmetro, a madeira é própria para obras externas, postes, peças para pontes, tabuas para cercas e currais, para obras internas em construção civil como tacos e tabuas, extremamente ornamental, para praças e ruas de nossas cidades. Madeira moderadamente pesada, resistente difícil de serrar, de grande durabilidade mesmo quando em condições diversas.
Caesalpinia Echinata – Família Caesalpinoideae. Nome Popular: Pau-Brasil. Planta espinhenta e atinge altura entre oito e doze metros, tronco entre quarenta e setenta centímetros de diâmetro, madeira muito pesada, dura compacta, muito resistente, de textura fino espesso e diferenciada do cerne, a madeira é utilizada para confecções de arcos de violinos.
Swietenia Machophylla – Família Meliaceae. Nome Popular: Aguano ou Araputanga. Origem brasileira atinge altura media entre vinte e quatro e trinta metros, tronco médio de trinta centímetros de diâmetro. Moderadamente pesada e dura, durável e fácil de trabalhar seca, com facilidade tanto na estufa quanto ao ar livre, sem rachaduras ou empenamentos, apresenta variações de acordo com o habitat da arvore, em terreno seco, o lenho é mais duro, em terra úmida mostra-se macio, nas capoeiras é mais vermelho e duro, cor-pardo-marelo, passando o pardo avermelhado uniforme, superfície lisa, brilhante e lustrosa, com reflexos dourados. A madeira do mogno é utilizada para fabrica mobiliaria de luxo, painéis, objetos de enfeite, régua de calculo, embarcações leves, construção civil, compensados e decoração interna.


1.5 Madeiras Adaptadas
Figura 5 – Eucaliptos
Fonte: www.younggreportes.org/img/101-0103_img-2.jpg

Eucaliptos é uma espécie originária da Austrália e introduzida no Brasil em 1909. Esta árvore adaptou-se tão bem em nossas terras que, aqui leva apenas sete anos para começar a produzir. O estado de Minas Gerais é uma das maiores extensões de áreas plantadas de Eucalipto. Um dos municípios produtores da árvore, que há mais de trinta anos desenvolve a silvicultura é o município de Itamarandiba.

Figura 6– Pinus Ellioti
Fonte: http://star.walagata.com/w/horizoncustomhomes/elliotti4.jpg
Pinus Ellioti: é uma espécie originaria da América do Norte, que adaptou-se perfeitamente no Brasil e passou a ser usado amplamente em reflorestamento devido a sua rusticidade e rápido crescimento. Dá-se o nome de pinheiro a todas espécies do gênero pinus o mais numeroso da família das pináceas, esta por sua vez a maior de todas quantas integram a ordem das coníferas. Tanto o lenho, quanto as folhas do pinheiro possuem canais secretos de resina, substancia aromática e pegajosa da qual se extrai a terebintina. Uma madeira Branda, não resiste muito tampo na umidade, uma madeira bem fibrosa e com muitos nós. A madeira de Pinus Elliotti é utilizada, para fabricar móveis, caixotes, vigas caibros, ripas, aglomerados e celulose na fabricação de papel.

1.6 Madeiras na Arte

Figura 7 – Rainha Mãe Ti
Fonte: http://egyptologie.com/images/róis/tiyi.jpg

Desde a pré-historia a madeira é usada para diversas utilidades, esculpidas pelo homem e o produto final é denominada escultura. No Egito, são encontrados numerosos exemplares de esculturas que exibem, com dignidade, o material que doa corpo. Estas obras realizadas em madeira de grande beleza, são proveniente de países distantes, como exemplo posso citar a Rainha mãe Ti (o diminuto retrato em ébano de Tigi, sogra de Nefertiti). A madeira na arte combinada com outros materiais: mármore, ferro, plástico, papel já é a muito tempo usado por muitos artistas, carpinteiros e marceneiros em suas obras artísticas ou artesanais.


Figura 8 – Obra de Picasso
Fonte: www.girafamania.com.br/artistas/picasso1.jpg




A arte da marchetaria é milenar, de um gênero raro de incrustação ou aplicação de partes recortadas de madeira, marfim, bronze, ferro e mais recente plástico, em objetos de marcenaria, formam desenhos dos mais diversos tipos. Os mais antigos exemplares de marchetaria encontram-se nas escavações no Egito e datam de 3.000 a.C. A marchetaria começou a desenvolver-se principalmente com trabalhos em mosteiros e catedrais de Verona na Itália. Já mais recentemente, falando de século XX até nos dias atuais, a madeira continua com o mesmo valor nas mãos de artistas renomados, como por exemplo: Picasso, André Derain, Gauguim e muitos outros artistas famosos. O cubismo incorporou a madeira nas suas composições, que de forma real, mediante colagem ou ainda de forma figurada, pintando-a nos quadros. No Brasil o artista Maqueson Pereira da Silva3, nascido no interior do Acre, a partir de 1977 foi estudar no instituto Pe. Libermann de Salete em Santa Catarina onde adquiriu conhecimentos de marcenaria e desenho e recebeu as primeiras orientações sobre a técnica da marchetaria, e passou a se dedicar intensamente às pesquisas sobre a arte da marchetaria, realizando exposições, com as madeiras amazônicas, o mogno, cerejeira, sucupira, imbuia, cedro, caviúna, murapiranga, ipê, arvores que alimentam de cores e texturas as obras de Maqueson e remete sua obra a exuberância da floresta onde nasceu às margens do rio Juruá, produzindo toda a importância de nossas madeiras em pássaros e flores, borboletas e rios, paisagens e histórias.

Figura 9 – Carrancas de São Francisco
Fonte: http://quebarato.com.br/photos/blg/0/d/309800_2.jpg

Tem também as famosas carrancas do rio São Francisco. São as cabeças grotescas geralmente feitas de madeira e por artistas anônimos, que os barqueiros do rio colocam na proa de suas embarcações, são figuras que representam cabeças de animais com cara de gente e vice-versa. São feitas, dizem as lendas, para afastar os monstros do rio, permitindo aos barqueiros viagens seguras e felizes, quase todas elas apresentam elementos característicos: olhos grandes, longa cabeleira, cabeça e pescoço são grandes para aproveitar ao máximo o tronco da arvore (geralmente cedo, são pintadas de branco, exceto os cabelos, que são sempre pretos), boca, olhos, narinas e orelhas apresentam toques vermelhos para realçar.

II - TÉCNICAS

De acordo com o site Wikipédia4 a palavra se origina do grego techné cuja tradução é arte. A técnica, portanto, confundia-se com a arte, tendo sido separada desta ao longo dos tempos. Técnica é o procedimento ou o conjunto de procedimentos que têm como objetivo obter um determinado resultado seja no campo da Ciência, da Tecnologia, das Artes ou em outra atividade. Estes procedimentos não excluem a criatividade como fator importante da técnica. Como os conhecimentos técnicos e a capacidade de improvisação. A técnica não é privativa do homem, pois também se manifesta na atividade de todo ser vivo e responde a uma necessidade de sobrevivência. No animal, a técnica é característica de cada espécie. No ser humano, a técnica surge de sua relação com o meio e se caracteriza por ser consciente, reflexiva, inventiva e fundamentalmente individual. O indivíduo a aprende e a faz progredir. Só os humanos são capazes de construir, com a imaginação, algo que logo podem concretizar na realidade. Campos de ação: o campo da técnica e da Tecnologia responde ao interesse e à vontade do homem de transformar seu ambiente, buscando novas e melhores formas de satisfazer suas necessidades ou desejos. Esta atividade humana e seu produto resultante é o que chamamos técnica e Tecnologia, segundo o caso. Neste capitulo será mostrado como trabalhar com madeiras de caixotes, para fins de trabalho artístico, e em especial na escultura.

2.1 Processo de confecção
Figura 10 – Prensagem em torno de mesa
Fonte: arquivo pessoal
O material usado para tal finalidade é todo reciclado de caixotes antes sem utilidade. Para recorte devemos fazer um desenho ou esboço da escultura que se pretende confeccionar, após passar o esboço na madeira deve-se marcar conforme esboço e cortar com serra ou serrote, deixando sempre uma pequena sobra porque, no final terá o desbaste com uma lima grossa.
Figura 11 – Prensagem com peso (vista lateral)
Fonte: arquivo pessoal
Para ter um manuseio pratico, é importante colocar a madeira marcada bem fixa no torno de mesa, isso facilita os cortes com serrote ou serra. Uma vez que esse trabalho é com material de caixotes, pode-se ter uma peça inteira outras vezes (peça em pedaços que não atingem o tamanho do desenho), a partir daí, terá que marcar por partes e todas as peças tem que ir sendo coladas e pensadas, camada sobre camada, até atingir a medida e espessura do projeto inicial.


Figura 12 – Prensagem com peso
Fonte: arquivo pessoal
A prensagem deve seguir camada por camada. Quem for confeccionar as peças de escultura ou qualquer outra peça artística ou artesanal e não tiver ao seu alcance algum fixador, ou qualquer outra ferramenta com potência e precisão, aqui vai uma idéia e prática: por exemplo, você poderá pegar as peças camada sobre camadas com cola, colocar num piso ou mesa em nível e colocar paralelepípedo, pedaços de ferro de trilho de trem ou qualquer outro material com peso sobre as camadas, como mostra a figura 12.
Figura 13 – Prensagem com barras rosqueadas
Fonte: arquivo pessoal

Também existe a técnica de prensagem através de barras rosqueadas, onde é necessária a utilização de uma furadeira elétrica. Faça furos nos cantos das placas de madeira e empilhe-as intercalando com bastante cola (nos furos vão pequenas barras de ferro para fazer o papel da prensagem). Após a cola curada, retira-se as barras. Então para não ficarem buracos, com a mesma madeira faça recortes com pinos do mesmo diâmetro dos buracos e introduza com marreta (com bastante cola para dar um melhor acabamento). Terminando o trabalho da prensagem, comece o trabalho de desbaste, onde se utiliza muito a grosa, dependendo do tipo da madeira, muda-se o tipo de grosa. Por exemplo: tem a grosa de grão fino, as semi-finas, as extras finas, pequena curva, folha plana, meia cana, redonda, triangular, etc.
Não pode faltar um bom formão, muitas vezes a madeira de caixotes tem defeitos, sendo então preciso fazer um trabalho parecido a de um dentista obturando um dente, fazendo enxertos com a mesma madeira com muito cuidado para não perder a qualidade. Para fazer a montagem das peças usa-se furadeira e pinos de madeira, um processo parecido com o de esconder os furos na prensagem.
As madeiras de caixotes tem muitos pregos e grampos, sendo necessário também, mais enxertos após o seu desmanche (a ferramenta certa pra esse tipo de desmanche é o pé-de-cabra). Para finalizar este primeiro passo, é preciso polir a madeira já prensada e desbastada, com grosas finas, lima, laminas e lixas de madeira. Há vários tipos de lixas. Lixa desbasta: numero trinta e seis, quarenta, cinquenta e sessenta. Lixa semi acabamento números oitenta, cem e cento e vinte, lixa acabamento número cento e cinquenta, cento e oitenta e duzentos e vinte. Como a madeira é de fácil manejo, ela permite a liberdade de adaptação na falta de lixas.
2.2 Pequena demonstração de escultura sendo confeccionada em madeiras de caixote.

Figura 14 – Composição de obras do autor
Fonte: arquivo pessoal


2.3 Mostruário de Ferramentas e uma breve explicação sobre a utilidade de cada uma.


O Esquadro e Compasso são indispensáveis para traçar linhas e círculos, já o martelo é de grande utilidade para bater pinos, bater formão e tirar pregos. As marretas servem para bater pinos para prensagem. A serra e o serrote são para cortar taboas e caibros e qualquer outro tipo de madeira.
Para tirar pregos, grampos e na desmontagem de caixotes é utilizado o pé-de-cabra, para a perfuração deste material é necessário uma furadeira elétrica. A lima grossa para desbastes ou o encho que permite desbastes mais profundos para trabalhar com madeira dura. O torque para tirar grampos, pregos e para usar no trabalho com arames.
A lima de afiar é para amolar ferramentas; por exemplo: encho, laminas, facas que ajuda no desbaste mais sensíveis durante a confecção de esculturas em madeiras.
O formão é ferramenta de grande importância para fazer trabalho de talha, cortes e enxertos na madeira. O esmerilho elétrica servi para amolar ferramentas e fabricar ferramenta de improviso. A plaina é muito útil para dar o nivelamento na madeira através de raspagem com tira lamina e o alicate de pressão para fixar peças pequenas e trabalhar a prensagem na barra rosqueada.
Para a segurança é sempre necessária a utilização dos óculos para o trabalho com madeira, pois teus olhos são muito importantes.






















2.4 Imagens das Ferramentas

Figura 15 – Esquadro
Fonte: arquivo pessoal


FACULDADE MONTESSORI DE IBIÚNA
CURSO DE ARTES VISUAIS



ARTEMIS RIBEIRO DA SILVA







REENCONTRO COM
A MADEIRA
















Ibiúna, SP
2009
FACULDADE MONTESSORI DE IBIÚNA
CURSO DE ARTES VISUAIS




ARTEMIS RIBEIRO DA SILVA







REENCONTRO COM
A MADEIRA


Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Montessori de Ibiúna, com vistas à obtenção da licenciatura em Artes Visuais
Orientadora: Paula Akita Hana











Ibiúna, SP
2009
FACULDADE MONTESSORI DE IBIÚNA


ARTEMIS RIBEIRO DA SILVA


REENCONTRO COM A
A MADEIRA



A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão de Curso em sessão pública realizada em __/__/____considerou o candidato_________________________________________


BANCA EXAMINADORA:


______________________________________
Orientadora Profª
Faculdade Montessori de Ibiúna – Ibiúna – SP

____________________________________
1º Examinador
Faculdade Montessori de Ibiúna - Ibiúna – SP

____________________________________
2º Examinador
Faculdade Montessori de Ibiúna – Ibiúna – SP


Nota: ___________________



Ibiúna, SP
2009





































Dedico este trabalho a minha querida esposa Isaura.
AGRADECIMENTOS


A finalização deste trabalho para concluir o curso de artes visuais, foi possível graças a colaboração e paciência de varias pessoas e entidades que contribuíram para este projeto. Mas agradeço em primeiro lugar a minha esposa Isaura, que sempre apoiou e incentivou os meus estudos.
Desde o inicio até a conclusão, a professora Paula Hana (minha orientadora), me acompanhou e não deixou que os erros estragassem esse trabalho, sempre supervisionando cada etapa e cobrando a perfeição. Chegou até mesmo a me emprestar muitos livros!
Tive também a contribuição da professora Eliana Gola, que sempre me ajudou muito revisando meus textos, emprestando materiais e me dando apoio moral.
Aproveito para agradecer ao Vinicius (marido da professora Eliana Gola), que me deu muitas dicas e conselhos para elaborar este trabalho.
Tive também a contribuição da professora Regina Albuquerque (com as correções de texto), e do professor Luiz Villas, que me apoiou e me deu muita sugestões nas esculturas.
Agradeço ao professor Rômulo pelo apoio e sugestões com a fotografia e soluções de imagens.
Agradeço as professoras Laura e Beatriz que contribuíram muito com as suas aulas.
Não poderia de deixar sem agradecer a muitos artistas que já se foram, outros que estão na ativa e outros que virão. Quando me refiro a esses artistas é por que eles me mostraram a riqueza que possuímos quando trabalhamos com madeira e me ajudaram para que eu me empenhasse mais nos trabalhos artísticos. Neste contexto, posso afirmar que adentrei no mundo moderno com a teoria do reaproveitamento.


































“A árvore, quando está sendo cortada,
observa com tristeza que o cabo do machado é de madeira”
(Provérbio Árabe)
RESUMO

A escolha do tema tem a prioridade de conscientizar as pessoas do verdadeiro valor da madeira, pois percebi que nem todas elas são capazes de perceber o valor incalculável que esta tem. Infelizmente alguns imaginam que se trata apenas de um simples pedaço de madeira. Esse tema sugere mil e umas propostas, mas será abordado em especifico a proposta de caixas de madeiras de Pinus, ou Pinheiro Americano e eucalipto. Na maioria das vezes esse material é todo jogado fora, então me perguntei por que não aproveitar esse material para trabalharmos, com mais freqüência (principalmente o escultor), que pode fazer grandes obras de escultura? Assim a utilização desse material, visto como apenas caixas de frutas, verduras, será transformado em grandes obras de arte. A questão do “não sei fazer nada”, aqui não existe, porque o trabalho com caixas tem a vantagem de ter os cortes e medidas quase perfeitos para esse tipo de trabalho, de fácil manuseio, pratico, simples e praticamente de graça, e se necessário comprar, é um material barato. O interesse pela arte será iniciado e ensinarei a utilizar as ferramentas necessárias para fazer esculturas e mudar a sua cor.

Palavras chaves: Conscientização; Significação; Reencontro.












ABSTRACT

The choice of the subject has the priority to acquire knowledge the people of the true value of the wood, therefore I perceived that nor all they are capable to perceive the incalculable value that this has. Unhappily some imagine that it is only about a simple wooden piece. This subject suggests a thousand and proposals, but he will be boarded in I specify the proposal of wood boxes of Pinus, or American Pine and eucalipto. Most of the time this material all is played outside, then I asked myself why not to use to advantage this material to work, with more frequency (mainly the sculptor), that it can make great workmanships of sculpture? Thus the use of this material, visa as only boxes of fruits, vegetables, will be transformed into great works of art. The question of “I do not know to make nothing”, does not exist here, because the work with boxes has the advantage to have the cuts and almost perfect measures for this type of work, easy manuscript, I practice, simple and practically of favors, and if necessary to buy, it is a cheap material. The interest for the art will be initiated and will teach to use the tools necessary to make sculptures and to change its color.

Keys words: Conscientious; Signification ; Reemitting.




LISTA DE FIGURAS



Figura 1 – Tora de madeira pau-Brasil................................................................
15
Figura 2 – Secagem natural.................................................................................
16
Figura 3 – Secagem artificial...............................................................................
16
Figura 4 – Árvore de pau-brasil...........................................................................
17
Figura 5 – Eucaliptos...........................................................................................
19
Figura 6– Pinus Ellioti.........................................................................................
20
Figura 7 – Rainha Mãe Ti....................................................................................
20
Figura 8 – Obra de Picasso..................................................................................
21
Figura 9 – Carrancas de São Francisco................................................................
22
Figura 10 – Prensagem em torno de mesa...........................................................
23
Figura 11 – Prensagem com peso (vista lateral).................................................
24
Figura 12 – Prensagem com peso.......................................................................
24
Figura 13 – Prensagem com barras rosqueadas...................................................
25
Figura 14 – Composição de obras do autor........................................................
26
Figura 15 – Esquadro...........................................................................................
28
Figura 16 – Compasso.........................................................................................
28
Figura 17 – Marreta de ferro................................................................................
29
Figura 18 – Furadeira Elétrica.............................................................................
29
Figura 19– Serra de cortar madeira.....................................................................
30
Figura 20– Ferramentas improvisadas.................................................................
30
Figura 21– Óculos protetor..................................................................................
31
Figura 22– Marreta de madeira............................................................................
31
Figura 23– Martelo..............................................................................................
32
Figura 24– Alicate de pressão.............................................................................
32
Figura 25– Pé de cabra........................................................................................
33
Figura 26– Lamina para raspagem de madeiras..................................................
33
Figura 27– Serrote...............................................................................................
34
Figura 28– Plaina.................................................................................................
34
Figura 29– Chave inglesa....................................................................................
35
Figura 30– Formões............................................................................................
35
Figura 31– Torques.............................................................................................
36
Figura 32– Limas de amolar...............................................................................
36
Figura 33– Enchós...............................................................................................
37
Figura 34– Grosas...............................................................................................
37
Figura 35– Esmeril.............................................................................................
38
Figura 36 – Pedaços de ferro velho e caldo de limão..........................................
38
Figura 37 – Flores para tingimento......................................................................
39
Figura 38 – Urucum moída..................................................................................
39
Figura 39 – Tabela de cores.................................................................................
40
Figura 40 – Pablo Picasso………………………………………………………
41
Figura 41 – Escultura no Daley Plaza (Chicago, Estados Unidos)……………..
42
Figura 42 – Irmãos Campana…………………………………………………..
42
Figura 43– Caixotes de madeira..........................................................................
44
Figura 44– Cadeira da favela.............................................................................
44
Figura 45 – Placa do museu florestal................................................................
45
Figura 46 – Dentro do museu da madeira...........................................................
45
Figura 47– Cepa de aroeira................................................................................
47
Figura 48 – Nó de pinho.....................................................................................
48
Figura 49 – Nossa história..................................................................................
49
Figura 50 – Obra sem título...............................................................................
50
Figura 51 – Dobradiça artesanal........................................................................
51
Figura 52 – Objeto transformado.......................................................................
52
Figura 53 – Pato nas alturas em mosaico...........................................................
53
Figura 54 – Pato nas alturas...............................................................................
55
Figura 55 – Sanduishe de madeiras...................................................................
57
Figura 56 – Emaranhado...................................................................................
59
Figura 57– Mar Vermelho.................................................................................
62



SUMÁRIO



INTRODUÇÃO..................................................................................................
13


I - A MADEIRA E SUA RIQUEZA PARA O HOMEM
15
1.1 - As Árvores em Crescimento
15
1.2 - Existem dois tipos de secagem, natural e artificial
16
1.3 - Madeiras do Brasil.........................................................................................
17
1.4 - Características de algumas madeiras brasileiras.................................................
17
1.5 - Madeiras Adaptadas.............................................................................................
19
1.6 - Madeiras na arte..................................................................................................
20


II – TÉCNICAS...................................................................................
23
2.1 - Processo de confecção.......................................................................................
23
2.2 - Escultura com madeiras de caixote...................................................................
26
2.3 - Mostruários de Ferramentas..............................................................................
27
2.4 - Imagens das Ferramentas...........................................................................
28
2.5 - Tingimento caseiro experimental...............................................................
38


III – OBRAS DE ARTEMIS RIBEIRO..........................................
41
3.1 - Pablo Picasso e suas Quinquilharias...................................................................
41
3.2 - Irmãos Campana.................................................................................................
42
3.3 – Museu Florestal..................................................................................................
45
3.4. - Peças confeccionadas antes do curso de Artes Visuais...................................
46
3.4.1 - Cepa de Aroeira..............................................................................................
47
3.4.2 - Nó de Pinho.....................................................................................................
48
3.5 - Peças confeccionadas durante o curso de Artes Visuais....................................
49
3.5.1 – Nossa História.................................................................................................
49
3.5.2 - Sem Título.......................................................................................................
50
3.5.3 - Demonstração de uma dobradiça Artesanal....................................................
50
3.5.4 - Projeto de um objeto transformado.................................................................
51
3.5.5 - Pato nas alturas em mosaico..........................................................................
52
3.6 - Peças confeccionadas para o término do curso de Artes Visuais........................
53
3.6.1 - Pato nas alturas.................................................................................................
54
3.6.2 - Sanduíche de madeiras......................................................................................
56
3.6.3 - O emaranhado
58
3.6.4 – Mar vermelho..................................................................................................
61


CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................
64
REERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................
66
















INTRODUÇÃO

O trabalho artístico envolvendo esculturas com madeiras de reaproveitamento, já é conhecido no Brasil e em países desenvolvidos como, por exemplo, nos países europeus, onde os Irmãos Campana já apresentavam suas peças de design, e isso sem falar em alguns artistas, que já no passado, mesmo não tendo intenção direta do reaproveitamento ou reciclagem, já colocavam em suas obras esses materiais, como Picasso, por exemplo.
De algum modo, este trabalho visa refletir o mesmo pensar dos artistas que trabalharam com estes materiais, que em vez de serem desprezados prejudicando a natureza, viraram obras de arte.
A minha visita ao Museu da Madeira foi o inicio dessa pesquisa, que possui informações, e obras como produto final. A referência que o leitor encontrara nesse trabalho é a conscientização de unir o útil ao agradável e a natureza a arte, pois a arte precisa da natureza, e esta já é uma obra de arte por si só.
Quero explicar que um trabalho artístico e experimental é para todos os públicos, ou seja, para todas as pessoas que desejam entrar no mundo da arte, na proposta de apenas construir dentro dos padrões ecológicos.
Essas palavras têm o objetivo de ajudar o leitor na compreensão do passado artístico, formando um referencial que permita estabelecer a ponte de ligação com os problemas e suas opções com o presente. Picasso, por exemplo, no século passado criou a obra “quinquilharias”, hoje os irmãos Campanas utilizam materiais achados a sua volta, assim como muitos outros artistas que existem espalhados pelo mundo todo, que tem o prazer de fazer algo que não danifique o nosso planeta.
Foi com base nesta idéia simples, que investi nas madeiras de pinus que estavam sendo rejeitadas e cheguei a grandes resultados. São experimentos, mas para mim já são resultados concretos com grandes definições.
Não posso deixar de considerar alguns fatores importantes como: o prazer de fazer; mostrar para o publico, e o ser útil para a natureza e para a arte. Tudo isto faz com que aumente mais o meu desejo de produzir melhores trabalhos, para que a minha pessoa não esteja neste mundo apenas de passagem e sim fazer parte do grupo dos mestres que fizeram a diferença, mesmo que ficando no anonimato.
Através da pesquisa fenomenológica, buscando a partir dos conhecimentos teóricos construir uma proposta de reflexão e experimentação artística, esta pesquisa foi elaborada com conceitos obtidos no curso de Artes, com praticas já desenvolvidas antes e depois da faculdade e coleta de informações através das leituras concretizadas.
No primeiro capitulo explicarei o crescimento da arvore, apresentando as características das madeiras brasileiras e madeiras adaptadas no Brasil, que incluem os Eucaliptos e Pinus de Ellioti , as técnicas de secagem da madeira natural e artificial, e uma breve historia da Madeira na Arte.
Ao decorrer do segundo capitulo será definido o que é técnica, demonstrando os meios, materiais e ferramentas necessárias na confecção de obras artísticas com madeira, assim como a fabricação de tingimentos naturais.
No terceiro capitulo, serão citadas algumas características de Picasso, Irmãos Capana e o Museu Florestal que tem intuito de demonstrar a importância da utilização racional da madeira através de esculturas, moveis e objetos.
Para a finalização apresentarei algumas de minhas obras antes e após o curso, com características e tabela descritiva para compreensão e conhecimento das obras.



















I - A MADEIRA E SUA RIQUEZA PARA O HOMEM

Para se ter a noção necessária sobre o tema especificado neste trabalho, é importante conhecer o conceito e as características que o cercam, para que possamos compreender a preciosidade desse produto natural oferecido pela terra.
A madeira é um material produzido a partir de tecido orgânico, formado pelas plantas lenhosas, onde predomina a celulose, unidos por lenhina que absorve facilmente a água e é uma importante fonte de energia, foi e ainda é utilizada como lenha para cozinhar e outros usos domésticos, numa parte importante da historia da humanidade. Sua polpa é utilizada nas indústrias para artigos de papelaria e algumas indústrias químicas; na indústria da marcenaria (fábrica de moveis); na carpintaria (para construção de diversas estruturas, incluindo navios).
Vemos que a madeira é na verdade, um dos materiais mais utilizados em arquitetura e em engenharia civil, em tabuas, vigas, sarrafo, caibros pontaletes, chapa de madeirite e demais produtos da madeira. Tanto que a indústria é uma das causas de desflorestamento e a perda do habitat para múltiplas espécies, ameaçando severamente a biodiversidade a nível planetário.

1.1 As Árvores em crescimento

Figura 1 – Tora madeira pau-brasil
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/madeira

As árvores são de crescimento lento, crescem em média doze centímetros por ano. Sua estrutura é a medula, cerne, o borne ou alburno, a casca, a parte exterior, corresponde ao supor, a proteção do tronco.

Florema: transporta a seiva;
Lenho: é a parte do tronco onde se extrai a madeira;
Medula: o centro, a parte mais escura;
Cerme: ou núcleo, a parte que não participa ativamente na condução de água, são células mortas.
Alburno: (ou borne) é a porção viva do Xilena onde processa a circulação da água e de nutrientes entre a raiz e os tecidos ativos da planta, sendo células vivas e com funções. As madeiras são usualmente classificadas como duras ou macias. A madeira coníferas (por exemplo, o Pinho) é chamada madeira macia, algumas como Pinheiro tem resinas que aumenta a resistência quando seca. A ciência da madeira abrange disciplinas, como anatomia, física e química, até as disciplinas ditas tecnológicas, por exemplo, posso citar a secagem da madeira.


1.2. Existem dois tipos de secagem, a natural e a artificial.

A secagem natural permite secar a madeira sobre as peças uma sobre as outras, de modo a permitir um arejamento uniforme. Este processo é moroso, exige grandes espaços e imobiliza grandes quantidades de madeira. A secagem natural permite secar a madeira até uma umidade mínima de 12%. Abaixo dos 20% de umidade a madeira resiste a putrefação, abaixo dos 30% podem começar a surgir defeitos de secagem: rachaduras, empenamentos, eneruamentos, colapsos, abaulamentos, torções e encanoamentos.
Figura 2 – Secagem natural
Fonte: www.madeiras.cc/imagens/secagem.jpg


A secagem artificial, feita através de estufas próprias, permite aumentar a velocidade da secagem da madeira ao mesmo tempo em que a protege dos fungos e insetos. Exige instalações de alto custo e torna a madeira menos flexível além de escurecer o seu tom.


Figura 3 – Secagem artificial
Fonte: http://correiogourmand.com.br/images/cg_cod_149_220y
1.3 Madeiras do Brasil

Figura 4 – Árvore de pau-brasil
Fonte: arquivo pessoal

Algumas madeiras se destacam em nosso território principalmente a que leva o nome do país o Pau-Brasil, com o nome cientifico de Caesalpina-Echinata. Dezenas de cidades do país também emprestaram seus nomes para arvores nativas que eram importantes ou freqüentes em suas regiões geográficas, como exemplo podemos citar: Guarantã – SP, Imbua – SC, Louveira – SP, Guaiçara – SP, Angicos – PE, Cabreuva – BA e muitos outras espalhadas pelo país.
Muitas espécies se destacam por representar tamanha importância para a população local, emprestando seus nomes a várias cidades: por exemplo, a espécie araucária angustifólia (Bort.) Kuntze (pinheiro) influenciou na denominação de dezenas de cidades, o mesmo ocorrendo com o buriti (Mauritia Flexuosa). Há espécies que representaram grande importância na vida econômica do país, que historicamente, caracterizaram uma época ou um ciclo como, por exemplo, o Pau-Brasil, a Seringueira, a Carnaúba, o Pinheiro, o Cacau, o Babaçu e mais recentemente o Mogno. Nomes de arvores nativas são também utilizados de norte à sul do país para designar ruas, praças, palácios e bairros.

1.4 Características de algumas madeiras brasileiras

Pode-se dizer que cada região tem seus nomes populares para suas madeiras, mas as características são iguais, com os mesmos perfis de utilidades, sem prejuízos em suas serventias. Em estudos e pesquisas nos livros, especificamente falando sobre madeiras, encontra-se referencias a vários nomes. Os nomes científicos são os mesmos para cada família desse produto e a seguir alguns serão citados:

Schinus Terebinthifolia Raddi – Família Anacardioceae. Nome popular: Aroeira-Mansa ou Aroeira Vermelha. Madeira moderadamente pesada, medianamente dura, textura media, bastante resistente e de grande durabilidade natural, é utilizada para moirões, esteios, lenhas e carvão.
Aspidosperma Parvifolium – Família Apocynaceae. Nome popular: Guatambu-Olivia, Guatambu-Branco ou Guatambu-Legítimo. Madeira moderadamente pesada, dura, resistente, é utilizada na construção civil, como vigas, caibros, ripas, tocas para assoalho, cabos de ferramentas, moirões e cruzetas, a árvore é bastante ornamental, podendo usar com sucesso no paisagismo geral.
Aspidosperma Polyneuron – Família – Apocynaceae. Nome popular: Peroba ou Peroba-Rosa. Atinge altura entre vinte e trinta metros, tronco de sessenta a noventa centímetros de diâmetro, madeira moderadamente pesada, dura, compacta, fácil de rachar, muito durável desde que não entre em contato com o solo e umidade, própria para construção civil, como caibros, vigas, batentes de portas e janelas, confecções de moveis pesados, carteiras escolares e carrocerias. Também é uma arvores ornamental.
Araucária Angustifólia (Bort.) Kuntze – Família Araucariaceae. Nome popular: Parane-Pine, Curi ou Coruiva. Atinge altura entre vinte e cinqüenta metros, com tronco retilíneo de noventa a cento e oitenta centímetros de diâmetro, madeira leve, macia, pouco durável quando exposto ao tempo, a madeira é própria para forros, molduras, ripas, confecções de cabos de vassouras, caixas, brinquedos, estruturas de moveis, palitos de fósforo, pás de sorvete, lápis, carretéis, utensílios domésticos, etc. É amplamente cultivado no sul do país para a produção de madeiras e celulose, o seu fruto o pinhão é comestível e muito apreciado em sua região.
Tabebuia Avellanedae – Família Bignoniaceae. Nome Popular: Ipê Roxo. Atinge altura entre vinte e trinta e cinco metros, tronco de sessenta a oitenta centímetros de diâmetro, a madeira é própria para obras externas e construções pesadas, tanto civil quanto navais, como vigas, pontes, tacos e tabuas para assoalhos, taco de bilhar, bengalas, eixo-de-roda, dentes de engrenagem, folas para jogos e também arvores excelentes para o paisagismo.
Tabubia Chysotricha – Família Bignaniaceae. Nome Popular: Ipê Amarelo. Atinge altura entre quatro e dez metros, tronco entre trinta e quarenta centímetros de diâmetro, a madeira é própria para obras externas, postes, peças para pontes, tabuas para cercas e currais, para obras internas em construção civil como tacos e tabuas, extremamente ornamental, para praças e ruas de nossas cidades. Madeira moderadamente pesada, resistente difícil de serrar, de grande durabilidade mesmo quando em condições diversas.
Caesalpinia Echinata – Família Caesalpinoideae. Nome Popular: Pau-Brasil. Planta espinhenta e atinge altura entre oito e doze metros, tronco entre quarenta e setenta centímetros de diâmetro, madeira muito pesada, dura compacta, muito resistente, de textura fino espesso e diferenciada do cerne, a madeira é utilizada para confecções de arcos de violinos.
Swietenia Machophylla – Família Meliaceae. Nome Popular: Aguano ou Araputanga. Origem brasileira atinge altura media entre vinte e quatro e trinta metros, tronco médio de trinta centímetros de diâmetro. Moderadamente pesada e dura, durável e fácil de trabalhar seca, com facilidade tanto na estufa quanto ao ar livre, sem rachaduras ou empenamentos, apresenta variações de acordo com o habitat da arvore, em terreno seco, o lenho é mais duro, em terra úmida mostra-se macio, nas capoeiras é mais vermelho e duro, cor-pardo-marelo, passando o pardo avermelhado uniforme, superfície lisa, brilhante e lustrosa, com reflexos dourados. A madeira do mogno é utilizada para fabrica mobiliaria de luxo, painéis, objetos de enfeite, régua de calculo, embarcações leves, construção civil, compensados e decoração interna.


1.5 Madeiras Adaptadas
Figura 5 – Eucaliptos
Fonte: www.younggreportes.org/img/101-0103_img-2.jpg

Eucaliptos é uma espécie originária da Austrália e introduzida no Brasil em 1909. Esta árvore adaptou-se tão bem em nossas terras que, aqui leva apenas sete anos para começar a produzir. O estado de Minas Gerais é uma das maiores extensões de áreas plantadas de Eucalipto. Um dos municípios produtores da árvore, que há mais de trinta anos desenvolve a silvicultura é o município de Itamarandiba.

Figura 6– Pinus Ellioti
Fonte: http://star.walagata.com/w/horizoncustomhomes/elliotti4.jpg
Pinus Ellioti: é uma espécie originaria da América do Norte, que adaptou-se perfeitamente no Brasil e passou a ser usado amplamente em reflorestamento devido a sua rusticidade e rápido crescimento. Dá-se o nome de pinheiro a todas espécies do gênero pinus o mais numeroso da família das pináceas, esta por sua vez a maior de todas quantas integram a ordem das coníferas. Tanto o lenho, quanto as folhas do pinheiro possuem canais secretos de resina, substancia aromática e pegajosa da qual se extrai a terebintina. Uma madeira Branda, não resiste muito tampo na umidade, uma madeira bem fibrosa e com muitos nós. A madeira de Pinus Elliotti é utilizada, para fabricar móveis, caixotes, vigas caibros, ripas, aglomerados e celulose na fabricação de papel.

1.6 Madeiras na Arte

Figura 7 – Rainha Mãe Ti
Fonte: http://egyptologie.com/images/róis/tiyi.jpg

Desde a pré-historia a madeira é usada para diversas utilidades, esculpidas pelo homem e o produto final é denominada escultura. No Egito, são encontrados numerosos exemplares de esculturas que exibem, com dignidade, o material que doa corpo. Estas obras realizadas em madeira de grande beleza, são proveniente de países distantes, como exemplo posso citar a Rainha mãe Ti (o diminuto retrato em ébano de Tigi, sogra de Nefertiti). A madeira na arte combinada com outros materiais: mármore, ferro, plástico, papel já é a muito tempo usado por muitos artistas, carpinteiros e marceneiros em suas obras artísticas ou artesanais.


Figura 8 – Obra de Picasso
Fonte: www.girafamania.com.br/artistas/picasso1.jpg




A arte da marchetaria é milenar, de um gênero raro de incrustação ou aplicação de partes recortadas de madeira, marfim, bronze, ferro e mais recente plástico, em objetos de marcenaria, formam desenhos dos mais diversos tipos. Os mais antigos exemplares de marchetaria encontram-se nas escavações no Egito e datam de 3.000 a.C. A marchetaria começou a desenvolver-se principalmente com trabalhos em mosteiros e catedrais de Verona na Itália. Já mais recentemente, falando de século XX até nos dias atuais, a madeira continua com o mesmo valor nas mãos de artistas renomados, como por exemplo: Picasso, André Derain, Gauguim e muitos outros artistas famosos. O cubismo incorporou a madeira nas suas composições, que de forma real, mediante colagem ou ainda de forma figurada, pintando-a nos quadros. No Brasil o artista Maqueson Pereira da Silva1, nascido no interior do Acre, a partir de 1977 foi estudar no instituto Pe. Libermann de Salete em Santa Catarina onde adquiriu conhecimentos de marcenaria e desenho e recebeu as primeiras orientações sobre a técnica da marchetaria, e passou a se dedicar intensamente às pesquisas sobre a arte da marchetaria, realizando exposições, com as madeiras amazônicas, o mogno, cerejeira, sucupira, imbuia, cedro, caviúna, murapiranga, ipê, arvores que alimentam de cores e texturas as obras de Maqueson e remete sua obra a exuberância da floresta onde nasceu às margens do rio Juruá, produzindo toda a importância de nossas madeiras em pássaros e flores, borboletas e rios, paisagens e histórias.

Figura 9 – Carrancas de São Francisco
Fonte: http://quebarato.com.br/photos/blg/0/d/309800_2.jpg

Tem também as famosas carrancas do rio São Francisco. São as cabeças grotescas geralmente feitas de madeira e por artistas anônimos, que os barqueiros do rio colocam na proa de suas embarcações, são figuras que representam cabeças de animais com cara de gente e vice-versa. São feitas, dizem as lendas, para afastar os monstros do rio, permitindo aos barqueiros viagens seguras e felizes, quase todas elas apresentam elementos característicos: olhos grandes, longa cabeleira, cabeça e pescoço são grandes para aproveitar ao máximo o tronco da arvore (geralmente cedo, são pintadas de branco, exceto os cabelos, que são sempre pretos), boca, olhos, narinas e orelhas apresentam toques vermelhos para realçar.

II - TÉCNICAS

De acordo com o site Wikipédia2 a palavra se origina do grego techné cuja tradução é arte. A técnica, portanto, confundia-se com a arte, tendo sido separada desta ao longo dos tempos. Técnica é o procedimento ou o conjunto de procedimentos que têm como objetivo obter um determinado resultado seja no campo da Ciência, da Tecnologia, das Artes ou em outra atividade. Estes procedimentos não excluem a criatividade como fator importante da técnica. Como os conhecimentos técnicos e a capacidade de improvisação. A técnica não é privativa do homem, pois também se manifesta na atividade de todo ser vivo e responde a uma necessidade de sobrevivência. No animal, a técnica é característica de cada espécie. No ser humano, a técnica surge de sua relação com o meio e se caracteriza por ser consciente, reflexiva, inventiva e fundamentalmente individual. O indivíduo a aprende e a faz progredir. Só os humanos são capazes de construir, com a imaginação, algo que logo podem concretizar na realidade. Campos de ação: o campo da técnica e da Tecnologia responde ao interesse e à vontade do homem de transformar seu ambiente, buscando novas e melhores formas de satisfazer suas necessidades ou desejos. Esta atividade humana e seu produto resultante é o que chamamos técnica e Tecnologia, segundo o caso. Neste capitulo será mostrado como trabalhar com madeiras de caixotes, para fins de trabalho artístico, e em especial na escultura.

2.1 Processo de confecção
Figura 10 – Prensagem em torno de mesa
Fonte: arquivo pessoal
O material usado para tal finalidade é todo reciclado de caixotes antes sem utilidade. Para recorte devemos fazer um desenho ou esboço da escultura que se pretende confeccionar, após passar o esboço na madeira deve-se marcar conforme esboço e cortar com serra ou serrote, deixando sempre uma pequena sobra porque, no final terá o desbaste com uma lima grossa.
Figura 11 – Prensagem com peso (vista lateral)
Fonte: arquivo pessoal
Para ter um manuseio pratico, é importante colocar a madeira marcada bem fixa no torno de mesa, isso facilita os cortes com serrote ou serra. Uma vez que esse trabalho é com material de caixotes, pode-se ter uma peça inteira outras vezes (peça em pedaços que não atingem o tamanho do desenho), a partir daí, terá que marcar por partes e todas as peças tem que ir sendo coladas e pensadas, camada sobre camada, até atingir a medida e espessura do projeto inicial.


Figura 12 – Prensagem com peso
Fonte: arquivo pessoal
A prensagem deve seguir camada por camada. Quem for confeccionar as peças de escultura ou qualquer outra peça artística ou artesanal e não tiver ao seu alcance algum fixador, ou qualquer outra ferramenta com potência e precisão, aqui vai uma idéia e prática: por exemplo, você poderá pegar as peças camada sobre camadas com cola, colocar num piso ou mesa em nível e colocar paralelepípedo, pedaços de ferro de trilho de trem ou qualquer outro material com peso sobre as camadas, como mostra a figura 12.
Figura 13 – Prensagem com barras rosqueadas
Fonte: arquivo pessoal

Também existe a técnica de prensagem através de barras rosqueadas, onde é necessária a utilização de uma furadeira elétrica. Faça furos nos cantos das placas de madeira e empilhe-as intercalando com bastante cola (nos furos vão pequenas barras de ferro para fazer o papel da prensagem). Após a cola curada, retira-se as barras. Então para não ficarem buracos, com a mesma madeira faça recortes com pinos do mesmo diâmetro dos buracos e introduza com marreta (com bastante cola para dar um melhor acabamento). Terminando o trabalho da prensagem, comece o trabalho de desbaste, onde se utiliza muito a grosa, dependendo do tipo da madeira, muda-se o tipo de grosa. Por exemplo: tem a grosa de grão fino, as semi-finas, as extras finas, pequena curva, folha plana, meia cana, redonda, triangular, etc.
Não pode faltar um bom formão, muitas vezes a madeira de caixotes tem defeitos, sendo então preciso fazer um trabalho parecido a de um dentista obturando um dente, fazendo enxertos com a mesma madeira com muito cuidado para não perder a qualidade. Para fazer a montagem das peças usa-se furadeira e pinos de madeira, um processo parecido com o de esconder os furos na prensagem.
As madeiras de caixotes tem muitos pregos e grampos, sendo necessário também, mais enxertos após o seu desmanche (a ferramenta certa pra esse tipo de desmanche é o pé-de-cabra). Para finalizar este primeiro passo, é preciso polir a madeira já prensada e desbastada, com grosas finas, lima, laminas e lixas de madeira. Há vários tipos de lixas. Lixa desbasta: numero trinta e seis, quarenta, cinquenta e sessenta. Lixa semi acabamento números oitenta, cem e cento e vinte, lixa acabamento número cento e cinquenta, cento e oitenta e duzentos e vinte. Como a madeira é de fácil manejo, ela permite a liberdade de adaptação na falta de lixas.
2.2 Pequena demonstração de escultura sendo confeccionada em madeiras de caixote.

Figura 14 – Composição de obras do autor
Fonte: arquivo pessoal


2.3 Mostruário de Ferramentas e uma breve explicação sobre a utilidade de cada uma.


O Esquadro e Compasso são indispensáveis para traçar linhas e círculos, já o martelo é de grande utilidade para bater pinos, bater formão e tirar pregos. As marretas servem para bater pinos para prensagem. A serra e o serrote são para cortar taboas e caibros e qualquer outro tipo de madeira.
Para tirar pregos, grampos e na desmontagem de caixotes é utilizado o pé-de-cabra, para a perfuração deste material é necessário uma furadeira elétrica. A lima grossa para desbastes ou o encho que permite desbastes mais profundos para trabalhar com madeira dura. O torque para tirar grampos, pregos e para usar no trabalho com arames.
A lima de afiar é para amolar ferramentas; por exemplo: encho, laminas, facas que ajuda no desbaste mais sensíveis durante a confecção de esculturas em madeiras.
O formão é ferramenta de grande importância para fazer trabalho de talha, cortes e enxertos na madeira. O esmerilho elétrica servi para amolar ferramentas e fabricar ferramenta de improviso. A plaina é muito útil para dar o nivelamento na madeira através de raspagem com tira lamina e o alicate de pressão para fixar peças pequenas e trabalhar a prensagem na barra rosqueada.
Para a segurança é sempre necessária a utilização dos óculos para o trabalho com madeira, pois teus olhos são muito importantes.






















2.4 Imagens das Ferramentas

Figura 15 – Esquadro
Fonte: arquivo pessoal




Figura 16 – Compasso
Fonte: arquivo pessoal





Figura 17 – Marreta de ferro
Fonte: arquivo pessoal



Figura 18 – Furadeira Elétrica
Fonte: arquivo pessoal



Figura 19– Serra de cortar madeira
Fonte: arquivo pessoal





Figura 20– Ferramentas improvisadas
Fonte: arquivo pessoal


Figura 21– Óculos protetor
Fonte: arquivo pessoal






Figura 22– Marreta de madeira
Fonte: arquivo pessoal



Figura 23– Martelo
Fonte: arquivo pessoal





Figura 24– Alicate de pressão
Fonte: arquivo pessoal



Figura 25– Pé de cabra
Fonte: arquivo pessoal




Figura 26– Laminas para raspagem de madeiras
Fonte: arquivo pessoal




Figura 27– Serrote
Fonte: arquivo pessoal




Figura 28– Plaina
Fonte: arquivo pessoal




Figura 29– Chave inglesa
Fonte: arquivo pessoal





Figura 30– Formões
Fonte: arquivo pessoal





Figura 31– Torques
Fonte: arquivo pessoal




Figura 32– Limas de amolar
Fonte: arquivo pessoal


Figura 33– Enchós
Fonte: arquivo pessoal




Figura 34– Grosas
Fonte: arquivo pessoal


Figura 35– Esmeril
Fonte: arquivo pessoal




2.5 Tingimento Caseiro Experimental

Figura 36 – Pedaços de ferro velho e caldo de limão
Fonte: arquivo pessoal
Existem numerosas possibilidades de tingimento de madeira clara, todas de fácil manuseio e com materiais de fácil acesso. Serão citados alguns tipos de produtos próprios para preparar o tingimento, como por exemplo, a beterraba, que é um fruto de coloração forte que quando acrescentado álcool, torna-se uma tinta com excelente coloração. As flores e as folhas verdes também podem ser utilizadas; assim como o carvão. O processo de extração é o mesmo para todas estas matérias-primas.
Figura 37 – Flores para tingimento
Fonte: arquivo pessoal




Para se obter a extração do sumo da beterraba, deve-se cortar em pedaços e deixar de molho com o álcool doméstico ou suco de limão, depois coar com peneira fina. Para o efeito de envelhecimento existe a limalha, extraída de pedaços de ferro enferrujados. Para obter esta pigmentação, mergulhe as peças enferrujadas no suco de limão e deixe por mais de um dia e coe o suco. Todos esses tingimentos citados, depois de aplicados e secos devem ser polidos com lixa duzentos e vinte e envernizados com verniz incolor.


Figura 38 – Urucum moída
Fonte: arquivo pessoal

Um lembrete muito importante é o uso de luvas em todas as extrações e aplicações desse material para evitar irritações de pele. O ponto bom da utilização desse tipo de material é a do fácil acesso ao material, pois quando utilizamos o industrializado, este sai caro para o artesão.

Tabela de Cores

Figura 39 – Tabela de cores
Fonte: arquivo pessoal








III - OBRAS DE ARTEMIS RIBEIRO

Neste capitulo tenho a intenção de apresentar um pouco do passado e do presente do meu fazer artístico, e ao mesmo tempo render homenagens ao meu pai que foi carpinteiro. Quero também homenagear a todos os mestres que passaram pela minha vida e influenciaram o meu trabalho artístico e intelectual, pois apuraram o meu gosto de experimentar materiais que interagissem com a madeira. Apresento também alguns artistas que souberam valorizar suas obras com materiais alternativos.

3.1 Pablo Picasso e suas Quinquilharias

Já Picasso desenhava e pintava em qualquer material, sobre o primeiro suporte que lhe caia nas mãos: toalha de papel, papelão e madeira. Como escultor, utilizava terra, madeira, pano, resíduos de quinquilharias, que cobre com pinceladas. Aos oito anos de idade Picasso pintou sua primeira obra sobre madeira.

Figura 40 – Pablo Picasso
Fonte: http://dotandmae.com/wp-content/uploads/2008/04/pablo_picasso_372x495.jpg

“Não nasce um Picasso em cada século. E quem não sente que o nosso século seria mais chato, mais sombrio, menos digno de viver-se?” (MONTEIRO 1981, p.265).

Figura 41 – Escultura no Daley Plaza (Chicago, Estados Unidos)
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/picasso



3.2 Irmãos Campana

Humberto e Fernando Campana nasceram no interior de São Paulo, filhos de Alberto Campana e Célia Maria Paiva Campana; viveram sua infância e adolescência em Brotas. Humberto se formou em direito e foi para São Paulo, onde começou a criar peças, objetos e algum mobiliário. Fernando formou-se em arquitetura e logo foi trabalhar com seu irmão.

Figura 42 – Irmãos Campana

Fonte: http://www.diegonegrellos.com/site/images/stories/julho_09/trendsetter/irmos_1.jpg

Realizaram sua primeira exposição em 1989, com uma serie de cadeiras de ferro e cobre, batizadas de Desconfortáveis.
Nestes quase vinte anos, viajaram pelo mundo todo, fazendo exposições pessoais e coletivas, workshops, palestras, cursos, ganhando inúmeros prêmios, tem suas obras expostas nos principais museus do mundo e são hoje, sem duvida, como designers de maior criatividade desde o inicio do século XXI.
A critica Maria Helena Estrada, diz no livro Irmãos Campana - Cartas a um Jovem Designer que: “ Fernando e Humberto andam pela cidade, são atraídos por vendedores de rua e lojinhas de “bric-a-bric”, tiram do cotidiano popular a inspiração para suas criações, percorrem o mundo e retornam para o campo, para Brotas, a cidadezinha onde cresceram. Esse ir e vir constante traz como resultado uma obra de matriz brasileira e expressão universal”. Nesta obra Maria Helena Estrada explica a sensibilidade dos irmãos ao criar a peça Cadeira Favela, que segundo o próprio Humberto evoca as formas de uma favela brasileira.
A intenção de citar estes artistas renomados neste trabalho vem do fato de que fios emaranhados ou entrelaçados dos mais variados materiais, nas mãos deles transformam recortes e estampas coloridas em formas exuberantes de arte, uma cadeira em obra de arte. Demonstrando que como a madeira outros materiais podem ser utilizados na arte, sem afetar o meio ambiente.
Outro fato que demonstra a preocupação dos Campana com a reciclagem é o lançamento de uma nova linha de produtos criados a partir de uma parceria entre os irmãos Campana e a Masisa do Brasil. Composta por cadeiras, mesas e um balcão-buffet, a Linha Celia leva o nome da mãe dos designers, e será lançada na Kraft Store. Utilizando a técnica de fabricação do OSB (Oriented Strand Board) e resíduos da produção de melamína (painéis revestidos com resinas melamínicas), o novo material agrega, em um produto exclusivo, a aparência e a textura do primeiro produto à variedade de cores do segundo.
Batizado como OSB Campana Masisa, o desenvolvimento deste novo produto aproximou os designers, reconhecidos internacionalmente pela utilização de materiais alternativos e reciclados, da Masisa, líder latino-americana na produção de painéis de madeira que tem como uma de suas principais características o desenvolvimento de produtos de baixo impacto ambiental.
Os painéis de MDF (medium density fiberboard), terceiro produto fabricado pela empresa em Ponta Grossa (PR), foram certificados pelo SCS, Scientific Certification Systems, empresa certificadora independente sediada nos EUA, como produzidos 100% a partir de material reciclado e recuperado. De acordo com o diretor geral da Masisa do Brasil, Ítalo Rossi, este certificado representa um aval internacional de qualidade. "Ele traduz o reconhecimento de que fomos bem sucedidos na transformação de subprodutos de madeira, até então não-aproveitáveis e sem valor comercial, em um produto cada vez mais valorizado pela indústria moveleira dentro e fora do Brasil", afirma. Nas imagens seguintes uma amostra do uso de reaproveitamento da madeira, na figura 43 temos o antes e na figura 44 o depois, ou seja , a obra pronta.



Figura 43– caixotes de madeira
Fonte: arquivo pessoal


Figura 44– cadeira da favela
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9HB9X-_vIqG9tPm-xaVwkb1yC9Si69MPalPqtMBPJ3u4-etlf6HlwGm2HOB4PsfNRKcYFhJ2SGnzXWcQ5UmItn-yNZh9cob35dHDnuY4zYebDLE_JVGXZ_zcmbFEKBJSs7rzfeezbFEz3/s320/CADEIRA+FAVELA.jpg
3.3 Museu Florestal
Figura 45 – Placa do museu florestal
Fonte: arquivo pessoal

Como primeiro passo desta pesquisa, fiz uma visita ao Museu Florestal, situado no Instituto Florestal em São Paulo (capital). O Museu Florestal foi fundado em 1931, com o objetivo de expor um acervo relativo às espécies nativas e a interdependência entre fauna e flora.





Figura 46 – Dentro do museu da madeira
Fonte: arquivo pessoal

Octávio Vicchi é o idealizador do museu fundado em 1948, com o objetivo de ressaltar a importância da madeira, mostra uma composição de madeiras arranjadas artisticamente que formam desde o teto ao assoalho, moveis e objetos confeccionados por exímios entalhadores. A arquitetura do prédio inclui doze vitrais produzidos pela Casa Conrado, que retrata a fauna e a flora paulista. Octavio Vecchi continua atual, pois seu trabalho com educação ambiental busca a conscientização ecológica, atende ao publico em geral e grupos agendados com monitores e dispõe de acesso adaptado para o publico portador de necessidades especiais.
O lugar contém uma riqueza de informações sobre madeira, visando mostrar o uso racional da madeira, utilizando os troncos, raízes e galhos de arvores, que na mão de artistas recebem toques especiais transformando-os em esculturas, conhecidas como arunas ou arte-natural. Há um mostruário de pranchas entalhado de folhas, flores e frutas e sementes de arvores de oitenta e sete espécies. Uma riqueza natural, como por exemplo, o Pau-Brasil, Carvalho Brasileiro, Olho de Onça, Coração de Negro, Jatobá, Ipê Roxo, Ipê Amarelo e outras mais.
A escola de Xilografia surgiu no Porto Florestal entre 1945 e encerrou atividade em 1950, como um de seus professores, o técnico Adolf Koller, que utilizou para os clichês o Guatambu Rosa, considerada a melhor madeira para esse fim.
Todas essas informações: a pesquisa, a visita ao Museu Florestal e a conscientização ambiental auxiliaram e enriqueceram este trabalho para o aproveitamento de madeiras pinus, proveniente de material reciclado, que deixam de se perder ou poluir ambientes transformados em peças de arte.

3.4. Peças confeccionas antes do curso de Artes Visuais
Durante a realização destas obras parti de meus conhecimentos práticos e intuitivos antes do curso de Artes, já com a criatividade em utilizar madeiras para a confecção de minhas obras, que para mim sem saber seria o inicio de uma grande pesquisa.

3.4.1 Cepa de Aroeira.

Esta imagem é de uma cepa de Aroeira encontrada em 1994, ela estava enterrada em um terreno próximo a minha moradia. Depois de um processo de limpeza manual onde tirei toda a terra e partes porosas, essa cepa tornou-se uma peça de rara beleza para o mundo da arte. Os detalhes das raízes que aparecem na cepa de aroeira, nos advertem sobre a beleza da própria aroeira.


Figura 47– Cepa de aroeira
Fonte: arquivo pessoal



3.4.2 Nó de Pinho

Esta imagem é de um nó de pinheiro araucária, ou nó de pinho, posto num pedaço de madeira (resto de construção civil). Na mão do artista se tornou uma escultura. Que pode ser vista como a obra do implante de órgão, ou seja, o tronco de uma árvore recebendo um membro de outra.


Figura 48 – Nó de pinho
Fonte: arquivo pessoal











3.5 Peças confeccionas durante o curso de Artes Visuais
Estas peças foram criadas durante o curso, o que trazem um significado próximo as aulas da faculdade, com orientação e tema a escolha do professor.

3.5.1 Escultura Nossa História

Esta peça foi confeccionada com um pedaço de prancha de madeira, também resto de construção civil. Em um trabalho de marchetaria mostrei meu trajeto do curso de artes. Foi um trabalho orientado pela professora Eliana Gola. Nela esta toda a historia do artista, todos seus companheiros de sala, mestres que o acompanharam desde o inicio do curso, tudo esta escrito nessa obra. Essa peça foi exposta no Centro Olímpico da cidade de Ibiúna, onde ganhou destaque na exposição, o que me rendeu uma nota da Imprensa local, no jornal Voz de Ibiúna, que tem como sua editora chefa “Julia Tanaka”.

Figura 49 – Nossa história
Fonte: arquivo pessoal


3.5.2 Sem Título

Este trabalho em colagem utilizou - se papel, jornais, revistas velhas. Fez parte da disciplina ministrada pela professora Paula Hana, com o intuito de contar uma parte da Historia da Arte. Nessa obra, a madeira foi usada como suporte com a base giratória.

Figura 50 – Obra sem título
Fonte: arquivo pessoal




3.5.3 Demonstração de uma dobradiça Artesanal

Projeto de portão de madeira, para a amostra de uma dobradiça de ferro, toda feita manual pelo próprio artista, para trabalho durante o curso, onde o objetivo era a fabricação de um produto.

Figura 51 – dobradiça artesanal
Fonte: arquivo pessoal






3.5.4Projeto de um objeto transformado

Este é um armário de madeira que vira sobre eixo e rolamentos, para melhor comodidade de um profissional que necessita de ferramentas durante seu trabalho, sem ter de estar deslocando-se o tempo todo. È um mini-armário em experimento.




Figura 52 – Objeto transformado
Fonte: arquivo pessoal




3.5.5 Pato nas Alturas em Mosaico

Escultura Pato nas Alturas em Mosaico foi trabalhado com vários tipos de materiais: madeira, ferro, plástico, alumínio, cobre e palitos de Taquara para churrasco.

Figura 53 – Pato nas alturas em mosaico
Fonte: arquivo pessoal




3.6 Peças confeccionadas para o término do curso de Artes Visuais
As obras que apresentarei agora possuem novas características, pois foram criadas com novas experiências vividas, novos conceitos práticos e teóricos que vivenciei durante o curso de Artes Visuais e durante esta pesquisa.

3.6.1 Pato nas Alturas

Esta peça foi confeccionada, com mais sabedoria, academicismo, dando continuação ao meu interesse por esse trabalho em madeira com consciência do que seria o produto final, ou seja, a escultura de madeira de caixote. Foram usadas técnicas de prensagem e enxertos, já a inspiração de prensar a madeira sem máquinas apropriadas, veio dos costumes que presenciei morando na casa de japoneses e trabalhando na roça, onde a senhora patroa fazia conservas de nabos colocando-os num tonel de madeira. Primeiro ela enchia o tonel com água e sal e depois deste processo ela colocava uma tabua e pesos de paralelepípedos em cima, conforme o peso ia descendo dia após dia os nabos iam se achatando, e no final ficava uma conserva muito deliciosa, bem firme e com nabos finos.
Esta explicação foi para mostrar que nos trabalhos sempre temos inspirações em cada etapa, seja nas técnicas, nas idéias, nos esboços, enfim no todo. Meu imaginário ao elaborar um trabalho, acontece com prazer e depois o coloco em pratica.
O nome “Pato nas Alturas” surgiu porque existem membros de homem como seu suporte, dando a impressão de estar suspenso no ar. Este pato tem oitenta e dois centímetros de altura, o olho é feito de carvão e casca de ovos de galinha, todos moídos e misturados com cola, tingido com tinta a base de flores vermelhas, folha de couve, limalha, caldo de limão, e acabamento com duas mãos de verniz. Quero lembrar que a mão, o braço, e o pé são membros esboçados do próprio artista. Este é um trabalho para todos os públicos, desde a criança até o adulto, independente de qualquer nível de vida, porque é interessante sabemos aproveitar o melhor das madeiras, principalmente no mundo da arte.
Hoje a arte contemporânea colabora para esse processo de reaproveitamento geral onde devemos fabricar a nossa própria matéria prima e desta forma não desbalancear nenhum setor do nosso planeta Terra. O trabalho em reaproveitamento é para confirmar o verdadeiro titulo do tema e o interesse do autor em também ajudar no estudo do aproveitamento. Quero mostrar como trabalhar com estes materiais que oferece um amplo leque de riqueza artística.

Figura 54 – Pato nas alturas
Fonte: arquivo pessoal



Tabela Descritiva

1) Nome: Pato nas Alturas;
2) Especificação: Escultura de madeira;
3) Autoria: Artemis Ribeiro da Silva;
4) Destino: Exposição, decoração e trabalho de conclusão de curso;
5) Medidas: 0,82 cm de altura;
6) Matéria – Prima: Madeira de caixotes, colas, pigmentos naturais: Hidróxido de ferro de cor vermelho-alaranjado dissolvido no suco de limão, couve-manteiga dissolvido no álcool e suco de limão, flor vermelha dissolvida no suco de limão, acabamento em verniz incolor;
7)Técnicas Usadas: Prensagem, por torno de mesa, por peso, encaixe de rosca, montagem com colagem;
8) Motivo: Representação de formas antropomórficas e zoomórficas;
9) Justificativa: As formas antropomórficas, pés e mãos e as formas zoomórficas, aparência de pato, para representar o quanto a natureza depende do apoio e do cuidado do homem;
10) Direcionamento: A princípio, a intenção desde trabalho é ressaltar a possibilidade da utilização de materiais desprezados, transformando-os em obras de arte, preservando o meio ambiente. Em segundo lugar, apresentar as belezas da madeira pinus e eucaliptos transformados em escultura artística;
11) Custo de Produção: R$ 100,00 (cem reais);
12) Valor de Venda: R$ 600,00 (seiscentos reais);
13) Ano de Produção: 2009 (dois mil e nove).


3.6.2 Sanduíche de Madeiras

Peça confeccionada com madeiras de caixotes, com o formato de sanduíche, foi prensada com a mesma técnica da peça anterior. Esse sanduíche de madeiras fica na posição vertical, é uma peça grande sobre um rolamento embutido com giro em torno da base. A base foi feita com seis peças de vigas de 0.10 cm de largura e 0.05 de espessura, todos de caixote de pecas elétricas. A peça concluída mede 0,45 cm de altura, a pintura foi feita com tingimento de flores vermelhas, couve manteiga, abobora, limalha com caldo de limão e carvão moído com caldo de limão e álcool. Foi confeccionada em 2009 para a conclusão do curso de artes visuais

Figura 55 – Sanduishe de madeiras
Fonte: arquivo pessoal



Tabela Descritiva

1) Nome: Sanduíche de Madeiras;
2) Especificação: Escultura de Madeira;
3) Autoria: Artemis Ribeiro da Silva;
4) Destino: Exposições, decorações e trabalho de conclusão de curso;
5) Medidas: 0,45 de altura;
6) Matéria-Prima: Madeira de caixotes, colas, rolamentos, pigmentos naturais: Hidróxido de ferro de cor vermelha-laranja dissolvido no suco de limão, beterraba dissolvido no álcool e suco de limão, flor vermelha dissolvida no suco de limão, abobora dissolvida no suco de limão, carvão dissolvido no álcool e suco de limão, acabamento em verniz e cera incolor de sapato;
7) Técnicas Utilizadas: Prensagem, por torno de mesa, por peso, montagem com colagem;
8) Motivo: Representação de formas de empilhamento;
9) Justificativa: As formas, empilhamentos, para representar o valor dos caixotes, representada pelo sanduíche para mostrar o prazer que é trabalhar com esse tipo de madeira;
10) Direcionamento: A principio, a intenção deste trabalho é ressaltar a possibilidade da utilização de materiais desprezados, transformando-os em obras de arte, preservando-os em obras de arte, preservando a natureza. Em segundo lugar apresentar as belezas da madeira pinus e eucaliptos transformados em escultura artística.
11) Processo Executado: Produção Manual;
12) Custo de Produção: R$ 100,00 (cem reais);
13) Valor de Venda: R$ 500,00 (quinhentos reais);
14) Ano de produção: 2009 (dois mil e nove).

3.6.3 O Emaranhado

Esta é uma peça confeccionada com ripas de madeiras, caixotes de uvas, e caibros de 0,07 centímetros por 0.07 centímetros. O Emaranhado surgiu ao cortar as madeiras de ripas de caixotes de uva para confeccionar algumas peças. Neste momento comecei a me interessar pelos cortes diagonais, então surgiu à idéia em montar essa peça com o emaranhado de ripas. Primeiro houve o corte em diagonal e após a montagem foi surgindo as formas geométricas em posição sempre menor do que 180º (cento e oitenta graus). Foi assim que completei com a inspiração em fazer uma peça, com perfil de torre de transmissão de energia elétrica, onde se usa muitas peças em posições semelhantes as da peça.

Figura 56– Emaranhado
Fonte: arquivo pessoal


Tabela Descritiva

1) Nome: O Emaranhado;
2) Especificação: Escultura de Madeira;
3) Autoria: Ártemis Ribeiro da Silva;
4) Destino: Exposições, decoração e trabalho de conclusão de curso;
5) Medidas: 0,70 centímetros de altura;
6) Matéria – Prima: Madeira de caixões, colas, pigmentos naturais: hidróxido de ferro cor vermelha-alaranjado dissolvido em suco de limão, carvão dissolvido em álcool e suco de limão, flor vermelhar dissolvida no suco de limão;
7) Técnicas Utilizadas: Prensagem, pro torno de mesa, base, a parte superior cortes diagonais e colagem, montagem com colagem;
8) Motivo: Representação de formas emaranhadas geométricas;
9) Justificativa: As formas geométricas se emaranhando, aparência de torre de estação de energia elétrica, para representar Furnas, usina hidroelétrica. Representa principalmente o quanto o homem moderno depende da energia elétrica;
10) Direcionamento: A principio, a intenção desde trabalho é ressaltar a possibilidade da utilização de matérias desprezadas, transformando-as em obras de arte, preservando a natureza. Em segundo lugar apresentar as belezas das madeiras pinus e eucaliptos transformados em esculturas artísticas;
11) Processo Executado: Manual;
12) Custo de Produção: R$ 50,00 (cinquenta reais);
13) Valor de Venda: R$ 300,00 (trezentos reais);
14) Data de Produção: 2009 (dois mil e nove).









3.6.4 Mar Vermelho

Esta peça foi elaborada por ultimo, mas teve um propósito, ou seja, a intenção de provar e fazer uma amostra completa do meu tema. E também mostrar que arte também é uma experiência. Não sou nenhum pintor de quadros, mas tento ser um escultor, pois a arte me fascina, e acredito que o fato de sempre querer fazer algo diferente já é uma arte! Assim o estudo em arte visual me fez ver o lado contemporâneo da arte, me promovendo o direito a tal direção.
A obra é uma tela feita toda de madeira de caixotes, montadas com varias camadas de ripas de caixotes de verduras, tudo com cola. Após esse processo, foi lixada e tingida com tintas feitas de beterraba, flores, couve manteiga, abóbora e limalha dando acabamento com tinta incolor usado para lustrar sapatos.

Figura 57– Mar Vermelho
Fonte: arquivo pessoal




Tabela Descritiva
1)Nome: Mar Vermelho;
2)Especificação: Tela de Madeira;
3)Autoria: Ártemis Ribeiro da Silva;
4)Destino: Exposições, decorações e trabalho de conclusão de cursos;
5)Medidas: 0.62 centímetros de largura e 0,50 de comprimento;
6)Matéria-Prima: Madeira de caixotes, colas, pigmentos naturais: hidróxido de ferro cor vermelho-alaranjado dissolvido no suco de limão, couve-manteiga dissolvida no suco de limão, flor vermelha dissolvida em suco de limão, flor laranja dissolvida em suco de limão, beterraba dissolvida em suco de limão;
7)Técnicas Utilizadas: Prensagem por peso, montagem através de colagem;
8)Motivo: Representação de formas paisagem, montanhas, mar;
9)Justificativa: As formas de montanhas, paisagem e mar, para representar o tingi mento natural, dentro da natureza;
10)Direcionamento: A intenção desde trabalho é ressaltar a possibilidade da utilização do tingi mento natural, em obras de arte, preservando a natureza, e apresentar as belezas das flores, frutas, verduras, o limão, e transformá-las em telas artísticas;
11) Processo executado: Manual;
12) Custo de produção: R$ 50,00 (cinqüenta reais);
13) Valor de venda: R$ 100,00 (cem reais);
14) Data de produção: 2009 (dois mil e nove).



CONSIDERAÇOES FINAIS
Quando comecei o curso de Artes Visuais em 2007, o meu pensamento era como iria me formar, mas, ao passar estes três anos percebi que não é a formatura que é o mais importante, o mais importante foi a minha formação global. Foi preciso muito estudo, lealdade, luta, força e muitas pesquisas, para poder superar todos os obstáculos que enfrentei, assim como para elaborar meus trabalhos e minhas obras.
Aprendi muito lendo, o que escrevo neste momento estou conversando comigo mesmo. Entendi o porquê do curso de artes visuais, por isso estudei de verdade e tentei quebrar todas as barreiras que existiam dentro de mim, sei que ficaram muitas, mas, hoje eu admito que sei superar melhor os percalços da vida, sou mais forte e tenho mais conhecimento. Descobri que o produto final do curso numa faculdade ou qualquer instituição educacional, não é o diploma e sim o que aprendemos e o que ensinamos. Foi muito importante tudo que aprendi e o que descobri. Percebi que todo ser humano é capaz, mas na maioria das vezes não enxerga isso, por falta de chance ou falta de vontade, ou uma somatória de motivos. Sei que tive sorte na vida por ter voltado a estudar, e agora estou aqui para contar um pouco da minha historia e mostrar o que aprendi. Para concluir esta pesquisa tenho que mostrar a minha verdadeira historia, pois somente assim o termino do meu curso terá inicio, meio e fim.
Iniciando a trajetória da minha vida na arte, vem meu pai que foi carpinteiro. Ele fabricava seus próprios móveis, camas, mesas, cadeiras, armários de cozinha e quartos, bancos, caixa de ferramentas. Eram todos rústicos, mas, eram os moveis que usávamos. Desde muito pequeno já comecei a acompanhar todos os passos dele ao confeccionar algum móvel. Sempre fui muito curioso e ficava atento a tudo, mexendo nas ferramentas, buscando aproveitar os pedacinhos de madeiras jogados pelo chão e tentando montar alguma coisa.
Meu pai não gostava que estragassem suas ferramentas por mau uso, por isso ele começou a me dar algumas ferramentas para que eu fizesse o que quisesse, isso aos meus dez anos de idade. Com o passar do tempo fui cada vez mais gostando de ferramentas, principalmente daquelas usadas em carpintaria. Aos quatorze anos já comprava minhas próprias ferramentas, e a primeira que comprei foi um arco de pua (um tipo de furadeira manual), e sai furando tudo o que encontrava: tabuas, tacos, vigas, caibros enfim tudo que fosse madeira. Nessa fase ocorreu a separação de meus pais, como sempre fomos de origem humilde, depois desse acontecimento as coisas se complicaram muito, principalmente na parte financeira, então nesta época tive que começar a trabalhar duro para sobreviver e ajudar minha mãe e meus irmãos. Vivi em alojamentos de construções, casa de patrões na roça, e me dispersei desse prazer que tinha em estar mexendo e brincando com trabalho de madeiras. Quando trabalhava com elas, em construções ou lavouras, era por obrigação e não por prazer. Acredito que foi a própria situação da minha vida que deu essa travada no meu trabalho com as madeiras. Passei duas décadas sem fazer nada envolvendo madeiras e três décadas sem estudar, cheguei aos quarenta e dois anos de idade, com a quarta série.
Uma pessoa que mudou toda a minha vida (jamais poderia deixar de falar) foi minha esposa. Ela me fez voltar a estudar, mostrou que existe vida quando acreditamos nela, e que para vivermos nesse mundo moderno temos que estudar. Por isso ela fez a minha matricula e eu voltei para a escola. Iniciei a quinta serié do ensino fundamental em dois mil e três, e agora estou aqui, no ano de dois mil e nove, cursando o ensino superior.
Neste curso de Artes Visuais fui lapidado pouco a pouco até novamente surgir o prazer de mexer novamente com madeiras, do mesmo jeito que um dia eu havia feito. Só que com uma diferença muito grande, agora não só pelo prazer do trabalho artístico, mais também, pelo dever de reciclar e saber o que é “reaproveitar” e usar o que a natureza me oferece, sem ter que destruí-la. Até eu entrar na faculdade não entendia o que significava “meio ambiente”, e porque que o desmatamento é problema. Hoje sei que nada vale mais que uma árvore no seu habitat natural, que não devemos destruir nada mesmo que for para confeccionar uma bela obra de arte, devemos sempre pensar quanto tempo leva para uma árvore crescer e que direito temos de destruir uma vida.
Vejo agora outra coisa muito importante, todo material em madeira pode ser reaproveitado, antes gostava de mexer com madeiras sem compromisso com a natureza, não tinha entendimento. Agora eu sei que o homem é capaz de destruir nossas matas ou salva-las reciclando e reaproveitando todo tipo de material, não só a madeira.
Toda ênfase que dou a isso, é para poder mostrar que hoje todos os meus trabalhos em madeira reaproveitada viraram interessantes obras de arte que posso mostrar ao mundo. Confeccionei quatro peças exclusivas para este trabalho de conclusão de curso durante esse dois semestres finais, em madeira de caixotes e tingimento natural. Todas as quatro peças tiveram custo baixo, por que foram usados materiais de reaproveitamento. Quero deixar claro que sites importantes que conheci por causa desta pesquisa e exposições como, por exemplo, o SP Artes no Ibirapuera, também me proporcionaram a compreensão do verdadeiro valor da arte consciente frente aos problemas ecológicos que vivemos na atualidade. E que eu mesmo no anonimato posso fazer diferença!
BIBLIOGRAFIA


AMBIENTE BRASIL. Madeiras. Disponível no site: Acesso em 23 de abril de 2009

BROTAS. Desmatamento. Disponível no site:< www.vemprabrotas.com.br>. Acesso em 23 de abril de 2009

CAMPANA, Irmãos. Cartas a um jovem designer. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009

COLEÇÃO FOLHA GRANDES MESTRES DA PINTURA. Pablo Picasso. São Paulo: Editora Sol, 2007

GIRAFA MANIA. Picasso. Disponível no site: Acesso em 27 nov.2009

GORDON, Noah. O físico: a epopéia de um médico medieval. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.

GUIA RURAL. Meu Sitio. São Paulo: Editora abril, 1992.

HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva: 2001.

JORNAL DA MANHÃ. Madeiras. Disponível no site: Acesso em 23 de abril de 2009

LORENZI, Harri. Árvores Brasileiras – Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil – Vols. I e II. 2a edição – Nova Odessa – SP. Editora Plantarum, 1998.

MACHETARIA. Disponível no site: Acesso em 29 abril de 2009

PEQUENO ARTISTA. Carrancas de São Francisco. Disponível no site: Acesso em 28 abril de 2009

SANTAMERA, Jacinto Chicharro. La Talla. Escultura en Madera. Lisboa: Editorial Estampa, 1997.

VÁRIOS COLABORADORES. Nova Enciclopédia Barsa – São Paulo: Encyclopedia britanica do Brasil, 1998.

WIKIPEDIA. Madeira. Disponível no site: . Acesso em 19 fevereiro de 2009

WIKIPEDIA. Picasso. DiFACULDADE MONTESSORI DE IBIÚNA
CURSO DE ARTES VISUAIS



ARTEMIS RIBEIRO DA SILVA







REENCONTRO COM
A MADEIRA
















Ibiúna, SP
2009
FACULDADE MONTESSORI DE IBIÚNA
CURSO DE ARTES VISUAIS




ARTEMIS RIBEIRO DA SILVA







REENCONTRO COM
A MADEIRA


Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Montessori de Ibiúna, com vistas à obtenção da licenciatura em Artes Visuais
Orientadora: Paula Akita Hana











Ibiúna, SP
2009
FACULDADE MONTESSORI DE IBIÚNA


ARTEMIS RIBEIRO DA SILVA


REENCONTRO COM A
A MADEIRA



A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão de Curso em sessão pública realizada em __/__/____considerou o candidato_________________________________________


BANCA EXAMINADORA:


______________________________________
Orientadora Profª
Faculdade Montessori de Ibiúna – Ibiúna – SP

____________________________________
1º Examinador
Faculdade Montessori de Ibiúna - Ibiúna – SP

____________________________________
2º Examinador
Faculdade Montessori de Ibiúna – Ibiúna – SP


Nota: ___________________



Ibiúna, SP
2009





































Dedico este trabalho a minha querida esposa Isaura.
AGRADECIMENTOS


A finalização deste trabalho para concluir o curso de artes visuais, foi possível graças a colaboração e paciência de varias pessoas e entidades que contribuíram para este projeto. Mas agradeço em primeiro lugar a minha esposa Isaura, que sempre apoiou e incentivou os meus estudos.
Desde o inicio até a conclusão, a professora Paula Hana (minha orientadora), me acompanhou e não deixou que os erros estragassem esse trabalho, sempre supervisionando cada etapa e cobrando a perfeição. Chegou até mesmo a me emprestar muitos livros!
Tive também a contribuição da professora Eliana Gola, que sempre me ajudou muito revisando meus textos, emprestando materiais e me dando apoio moral.
Aproveito para agradecer ao Vinicius (marido da professora Eliana Gola), que me deu muitas dicas e conselhos para elaborar este trabalho.
Tive também a contribuição da professora Regina Albuquerque (com as correções de texto), e do professor Luiz Villas, que me apoiou e me deu muita sugestões nas esculturas.
Agradeço ao professor Rômulo pelo apoio e sugestões com a fotografia e soluções de imagens.
Agradeço as professoras Laura e Beatriz que contribuíram muito com as suas aulas.
Não poderia de deixar sem agradecer a muitos artistas que já se foram, outros que estão na ativa e outros que virão. Quando me refiro a esses artistas é por que eles me mostraram a riqueza que possuímos quando trabalhamos com madeira e me ajudaram para que eu me empenhasse mais nos trabalhos artísticos. Neste contexto, posso afirmar que adentrei no mundo moderno com a teoria do reaproveitamento.


































“A árvore, quando está sendo cortada,
observa com tristeza que o cabo do machado é de madeira”
(Provérbio Árabe)
RESUMO

A escolha do tema tem a prioridade de conscientizar as pessoas do verdadeiro valor da madeira, pois percebi que nem todas elas são capazes de perceber o valor incalculável que esta tem. Infelizmente alguns imaginam que se trata apenas de um simples pedaço de madeira. Esse tema sugere mil e umas propostas, mas será abordado em especifico a proposta de caixas de madeiras de Pinus, ou Pinheiro Americano e eucalipto. Na maioria das vezes esse material é todo jogado fora, então me perguntei por que não aproveitar esse material para trabalharmos, com mais freqüência (principalmente o escultor), que pode fazer grandes obras de escultura? Assim a utilização desse material, visto como apenas caixas de frutas, verduras, será transformado em grandes obras de arte. A questão do “não sei fazer nada”, aqui não existe, porque o trabalho com caixas tem a vantagem de ter os cortes e medidas quase perfeitos para esse tipo de trabalho, de fácil manuseio, pratico, simples e praticamente de graça, e se necessário comprar, é um material barato. O interesse pela arte será iniciado e ensinarei a utilizar as ferramentas necessárias para fazer esculturas e mudar a sua cor.

Palavras chaves: Conscientização; Significação; Reencontro.












ABSTRACT

The choice of the subject has the priority to acquire knowledge the people of the true value of the wood, therefore I perceived that nor all they are capable to perceive the incalculable value that this has. Unhappily some imagine that it is only about a simple wooden piece. This subject suggests a thousand and proposals, but he will be boarded in I specify the proposal of wood boxes of Pinus, or American Pine and eucalipto. Most of the time this material all is played outside, then I asked myself why not to use to advantage this material to work, with more frequency (mainly the sculptor), that it can make great workmanships of sculpture? Thus the use of this material, visa as only boxes of fruits, vegetables, will be transformed into great works of art. The question of “I do not know to make nothing”, does not exist here, because the work with boxes has the advantage to have the cuts and almost perfect measures for this type of work, easy manuscript, I practice, simple and practically of favors, and if necessary to buy, it is a cheap material. The interest for the art will be initiated and will teach to use the tools necessary to make sculptures and to change its color.

Keys words: Conscientious; Signification ; Reemitting.




LISTA DE FIGURAS



Figura 1 – Tora de madeira pau-Brasil................................................................
15
Figura 2 – Secagem natural.................................................................................
16
Figura 3 – Secagem artificial...............................................................................
16
Figura 4 – Árvore de pau-brasil...........................................................................
17
Figura 5 – Eucaliptos...........................................................................................
19
Figura 6– Pinus Ellioti.........................................................................................
20
Figura 7 – Rainha Mãe Ti....................................................................................
20
Figura 8 – Obra de Picasso..................................................................................
21
Figura 9 – Carrancas de São Francisco................................................................
22
Figura 10 – Prensagem em torno de mesa...........................................................
23
Figura 11 – Prensagem com peso (vista lateral).................................................
24
Figura 12 – Prensagem com peso.......................................................................
24
Figura 13 – Prensagem com barras rosqueadas...................................................
25
Figura 14 – Composição de obras do autor........................................................
26
Figura 15 – Esquadro...........................................................................................
28
Figura 16 – Compasso.........................................................................................
28
Figura 17 – Marreta de ferro................................................................................
29
Figura 18 – Furadeira Elétrica.............................................................................
29
Figura 19– Serra de cortar madeira.....................................................................
30
Figura 20– Ferramentas improvisadas.................................................................
30
Figura 21– Óculos protetor..................................................................................
31
Figura 22– Marreta de madeira............................................................................
31
Figura 23– Martelo..............................................................................................
32
Figura 24– Alicate de pressão.............................................................................
32
Figura 25– Pé de cabra........................................................................................
33
Figura 26– Lamina para raspagem de madeiras..................................................
33
Figura 27– Serrote...............................................................................................
34
Figura 28– Plaina.................................................................................................
34
Figura 29– Chave inglesa....................................................................................
35
Figura 30– Formões............................................................................................
35
Figura 31– Torques.............................................................................................
36
Figura 32– Limas de amolar...............................................................................
36
Figura 33– Enchós...............................................................................................
37
Figura 34– Grosas...............................................................................................
37
Figura 35– Esmeril.............................................................................................
38
Figura 36 – Pedaços de ferro velho e caldo de limão..........................................
38
Figura 37 – Flores para tingimento......................................................................
39
Figura 38 – Urucum moída..................................................................................
39
Figura 39 – Tabela de cores.................................................................................
40
Figura 40 – Pablo Picasso………………………………………………………
41
Figura 41 – Escultura no Daley Plaza (Chicago, Estados Unidos)……………..
42
Figura 42 – Irmãos Campana…………………………………………………..
42
Figura 43– Caixotes de madeira..........................................................................
44
Figura 44– Cadeira da favela.............................................................................
44
Figura 45 – Placa do museu florestal................................................................
45
Figura 46 – Dentro do museu da madeira...........................................................
45
Figura 47– Cepa de aroeira................................................................................
47
Figura 48 – Nó de pinho.....................................................................................
48
Figura 49 – Nossa história..................................................................................
49
Figura 50 – Obra sem título...............................................................................
50
Figura 51 – Dobradiça artesanal........................................................................
51
Figura 52 – Objeto transformado.......................................................................
52
Figura 53 – Pato nas alturas em mosaico...........................................................
53
Figura 54 – Pato nas alturas...............................................................................
55
Figura 55 – Sanduishe de madeiras...................................................................
57
Figura 56 – Emaranhado...................................................................................
59
Figura 57– Mar Vermelho.................................................................................
62



SUMÁRIO



INTRODUÇÃO..................................................................................................
13


I - A MADEIRA E SUA RIQUEZA PARA O HOMEM
15
1.1 - As Árvores em Crescimento
15
1.2 - Existem dois tipos de secagem, natural e artificial
16
1.3 - Madeiras do Brasil.........................................................................................
17
1.4 - Características de algumas madeiras brasileiras.................................................
17
1.5 - Madeiras Adaptadas.............................................................................................
19
1.6 - Madeiras na arte..................................................................................................
20


II – TÉCNICAS...................................................................................
23
2.1 - Processo de confecção.......................................................................................
23
2.2 - Escultura com madeiras de caixote...................................................................
26
2.3 - Mostruários de Ferramentas..............................................................................
27
2.4 - Imagens das Ferramentas...........................................................................
28
2.5 - Tingimento caseiro experimental...............................................................
38


III – OBRAS DE ARTEMIS RIBEIRO..........................................
41
3.1 - Pablo Picasso e suas Quinquilharias...................................................................
41
3.2 - Irmãos Campana.................................................................................................
42
3.3 – Museu Florestal..................................................................................................
45
3.4. - Peças confeccionadas antes do curso de Artes Visuais...................................
46
3.4.1 - Cepa de Aroeira..............................................................................................
47
3.4.2 - Nó de Pinho.....................................................................................................
48
3.5 - Peças confeccionadas durante o curso de Artes Visuais....................................
49
3.5.1 – Nossa História.................................................................................................
49
3.5.2 - Sem Título.......................................................................................................
50
3.5.3 - Demonstração de uma dobradiça Artesanal....................................................
50
3.5.4 - Projeto de um objeto transformado.................................................................
51
3.5.5 - Pato nas alturas em mosaico..........................................................................
52
3.6 - Peças confeccionadas para o término do curso de Artes Visuais........................
53
3.6.1 - Pato nas alturas.................................................................................................
54
3.6.2 - Sanduíche de madeiras......................................................................................
56
3.6.3 - O emaranhado
58
3.6.4 – Mar vermelho..................................................................................................
61


CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................
64
REERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................
66
















INTRODUÇÃO

O trabalho artístico envolvendo esculturas com madeiras de reaproveitamento, já é conhecido no Brasil e em países desenvolvidos como, por exemplo, nos países europeus, onde os Irmãos Campana já apresentavam suas peças de design, e isso sem falar em alguns artistas, que já no passado, mesmo não tendo intenção direta do reaproveitamento ou reciclagem, já colocavam em suas obras esses materiais, como Picasso, por exemplo.
De algum modo, este trabalho visa refletir o mesmo pensar dos artistas que trabalharam com estes materiais, que em vez de serem desprezados prejudicando a natureza, viraram obras de arte.
A minha visita ao Museu da Madeira foi o inicio dessa pesquisa, que possui informações, e obras como produto final. A referência que o leitor encontrara nesse trabalho é a conscientização de unir o útil ao agradável e a natureza a arte, pois a arte precisa da natureza, e esta já é uma obra de arte por si só.
Quero explicar que um trabalho artístico e experimental é para todos os públicos, ou seja, para todas as pessoas que desejam entrar no mundo da arte, na proposta de apenas construir dentro dos padrões ecológicos.
Essas palavras têm o objetivo de ajudar o leitor na compreensão do passado artístico, formando um referencial que permita estabelecer a ponte de ligação com os problemas e suas opções com o presente. Picasso, por exemplo, no século passado criou a obra “quinquilharias”, hoje os irmãos Campanas utilizam materiais achados a sua volta, assim como muitos outros artistas que existem espalhados pelo mundo todo, que tem o prazer de fazer algo que não danifique o nosso planeta.
Foi com base nesta idéia simples, que investi nas madeiras de pinus que estavam sendo rejeitadas e cheguei a grandes resultados. São experimentos, mas para mim já são resultados concretos com grandes definições.
Não posso deixar de considerar alguns fatores importantes como: o prazer de fazer; mostrar para o publico, e o ser útil para a natureza e para a arte. Tudo isto faz com que aumente mais o meu desejo de produzir melhores trabalhos, para que a minha pessoa não esteja neste mundo apenas de passagem e sim fazer parte do grupo dos mestres que fizeram a diferença, mesmo que ficando no anonimato.
Através da pesquisa fenomenológica, buscando a partir dos conhecimentos teóricos construir uma proposta de reflexão e experimentação artística, esta pesquisa foi elaborada com conceitos obtidos no curso de Artes, com praticas já desenvolvidas antes e depois da faculdade e coleta de informações através das leituras concretizadas.
No primeiro capitulo explicarei o crescimento da arvore, apresentando as características das madeiras brasileiras e madeiras adaptadas no Brasil, que incluem os Eucaliptos e Pinus de Ellioti , as técnicas de secagem da madeira natural e artificial, e uma breve historia da Madeira na Arte.
Ao decorrer do segundo capitulo será definido o que é técnica, demonstrando os meios, materiais e ferramentas necessárias na confecção de obras artísticas com madeira, assim como a fabricação de tingimentos naturais.
No terceiro capitulo, serão citadas algumas características de Picasso, Irmãos Capana e o Museu Florestal que tem intuito de demonstrar a importância da utilização racional da madeira através de esculturas, moveis e objetos.
Para a finalização apresentarei algumas de minhas obras antes e após o curso, com características e tabela descritiva para compreensão e conhecimento das obras.



















I - A MADEIRA E SUA RIQUEZA PARA O HOMEM

Para se ter a noção necessária sobre o tema especificado neste trabalho, é importante conhecer o conceito e as características que o cercam, para que possamos compreender a preciosidade desse produto natural oferecido pela terra.
A madeira é um material produzido a partir de tecido orgânico, formado pelas plantas lenhosas, onde predomina a celulose, unidos por lenhina que absorve facilmente a água e é uma importante fonte de energia, foi e ainda é utilizada como lenha para cozinhar e outros usos domésticos, numa parte importante da historia da humanidade. Sua polpa é utilizada nas indústrias para artigos de papelaria e algumas indústrias químicas; na indústria da marcenaria (fábrica de moveis); na carpintaria (para construção de diversas estruturas, incluindo navios).
Vemos que a madeira é na verdade, um dos materiais mais utilizados em arquitetura e em engenharia civil, em tabuas, vigas, sarrafo, caibros pontaletes, chapa de madeirite e demais produtos da madeira. Tanto que a indústria é uma das causas de desflorestamento e a perda do habitat para múltiplas espécies, ameaçando severamente a biodiversidade a nível planetário.

1.3 As Árvores em crescimento

Figura 1 – Tora madeira pau-brasil
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/madeira

As árvores são de crescimento lento, crescem em média doze centímetros por ano. Sua estrutura é a medula, cerne, o borne ou alburno, a casca, a parte exterior, corresponde ao supor, a proteção do tronco.

Florema: transporta a seiva;
Lenho: é a parte do tronco onde se extrai a madeira;
Medula: o centro, a parte mais escura;
Cerme: ou núcleo, a parte que não participa ativamente na condução de água, são células mortas.
Alburno: (ou borne) é a porção viva do Xilena onde processa a circulação da água e de nutrientes entre a raiz e os tecidos ativos da planta, sendo células vivas e com funções. As madeiras são usualmente classificadas como duras ou macias. A madeira coníferas (por exemplo, o Pinho) é chamada madeira macia, algumas como Pinheiro tem resinas que aumenta a resistência quando seca. A ciência da madeira abrange disciplinas, como anatomia, física e química, até as disciplinas ditas tecnológicas, por exemplo, posso citar a secagem da madeira.


1.4. Existem dois tipos de secagem, a natural e a artificial.

A secagem natural permite secar a madeira sobre as peças uma sobre as outras, de modo a permitir um arejamento uniforme. Este processo é moroso, exige grandes espaços e imobiliza grandes quantidades de madeira. A secagem natural permite secar a madeira até uma umidade mínima de 12%. Abaixo dos 20% de umidade a madeira resiste a putrefação, abaixo dos 30% podem começar a surgir defeitos de secagem: rachaduras, empenamentos, eneruamentos, colapsos, abaulamentos, torções e encanoamentos.
Figura 2 – Secagem natural
Fonte: www.madeiras.cc/imagens/secagem.jpg


A secagem artificial, feita através de estufas próprias, permite aumentar a velocidade da secagem da madeira ao mesmo tempo em que a protege dos fungos e insetos. Exige instalações de alto custo e torna a madeira menos flexível além de escurecer o seu tom.


Figura 3 – Secagem artificial
Fonte: http://correiogourmand.com.br/images/cg_cod_149_220y
1.3 Madeiras do Brasil

Figura 4 – Árvore de pau-brasil
Fonte: arquivo pessoal

Algumas madeiras se destacam em nosso território principalmente a que leva o nome do país o Pau-Brasil, com o nome cientifico de Caesalpina-Echinata. Dezenas de cidades do país também emprestaram seus nomes para arvores nativas que eram importantes ou freqüentes em suas regiões geográficas, como exemplo podemos citar: Guarantã – SP, Imbua – SC, Louveira – SP, Guaiçara – SP, Angicos – PE, Cabreuva – BA e muitos outras espalhadas pelo país.
Muitas espécies se destacam por representar tamanha importância para a população local, emprestando seus nomes a várias cidades: por exemplo, a espécie araucária angustifólia (Bort.) Kuntze (pinheiro) influenciou na denominação de dezenas de cidades, o mesmo ocorrendo com o buriti (Mauritia Flexuosa). Há espécies que representaram grande importância na vida econômica do país, que historicamente, caracterizaram uma época ou um ciclo como, por exemplo, o Pau-Brasil, a Seringueira, a Carnaúba, o Pinheiro, o Cacau, o Babaçu e mais recentemente o Mogno. Nomes de arvores nativas são também utilizados de norte à sul do país para designar ruas, praças, palácios e bairros.

1.4 Características de algumas madeiras brasileiras

Pode-se dizer que cada região tem seus nomes populares para suas madeiras, mas as características são iguais, com os mesmos perfis de utilidades, sem prejuízos em suas serventias. Em estudos e pesquisas nos livros, especificamente falando sobre madeiras, encontra-se referencias a vários nomes. Os nomes científicos são os mesmos para cada família desse produto e a seguir alguns serão citados:

Schinus Terebinthifolia Raddi – Família Anacardioceae. Nome popular: Aroeira-Mansa ou Aroeira Vermelha. Madeira moderadamente pesada, medianamente dura, textura media, bastante resistente e de grande durabilidade natural, é utilizada para moirões, esteios, lenhas e carvão.
Aspidosperma Parvifolium – Família Apocynaceae. Nome popular: Guatambu-Olivia, Guatambu-Branco ou Guatambu-Legítimo. Madeira moderadamente pesada, dura, resistente, é utilizada na construção civil, como vigas, caibros, ripas, tocas para assoalho, cabos de ferramentas, moirões e cruzetas, a árvore é bastante ornamental, podendo usar com sucesso no paisagismo geral.
Aspidosperma Polyneuron – Família – Apocynaceae. Nome popular: Peroba ou Peroba-Rosa. Atinge altura entre vinte e trinta metros, tronco de sessenta a noventa centímetros de diâmetro, madeira moderadamente pesada, dura, compacta, fácil de rachar, muito durável desde que não entre em contato com o solo e umidade, própria para construção civil, como caibros, vigas, batentes de portas e janelas, confecções de moveis pesados, carteiras escolares e carrocerias. Também é uma arvores ornamental.
Araucária Angustifólia (Bort.) Kuntze – Família Araucariaceae. Nome popular: Parane-Pine, Curi ou Coruiva. Atinge altura entre vinte e cinqüenta metros, com tronco retilíneo de noventa a cento e oitenta centímetros de diâmetro, madeira leve, macia, pouco durável quando exposto ao tempo, a madeira é própria para forros, molduras, ripas, confecções de cabos de vassouras, caixas, brinquedos, estruturas de moveis, palitos de fósforo, pás de sorvete, lápis, carretéis, utensílios domésticos, etc. É amplamente cultivado no sul do país para a produção de madeiras e celulose, o seu fruto o pinhão é comestível e muito apreciado em sua região.
Tabebuia Avellanedae – Família Bignoniaceae. Nome Popular: Ipê Roxo. Atinge altura entre vinte e trinta e cinco metros, tronco de sessenta a oitenta centímetros de diâmetro, a madeira é própria para obras externas e construções pesadas, tanto civil quanto navais, como vigas, pontes, tacos e tabuas para assoalhos, taco de bilhar, bengalas, eixo-de-roda, dentes de engrenagem, folas para jogos e também arvores excelentes para o paisagismo.
Tabubia Chysotricha – Família Bignaniaceae. Nome Popular: Ipê Amarelo. Atinge altura entre quatro e dez metros, tronco entre trinta e quarenta centímetros de diâmetro, a madeira é própria para obras externas, postes, peças para pontes, tabuas para cercas e currais, para obras internas em construção civil como tacos e tabuas, extremamente ornamental, para praças e ruas de nossas cidades. Madeira moderadamente pesada, resistente difícil de serrar, de grande durabilidade mesmo quando em condições diversas.
Caesalpinia Echinata – Família Caesalpinoideae. Nome Popular: Pau-Brasil. Planta espinhenta e atinge altura entre oito e doze metros, tronco entre quarenta e setenta centímetros de diâmetro, madeira muito pesada, dura compacta, muito resistente, de textura fino espesso e diferenciada do cerne, a madeira é utilizada para confecções de arcos de violinos.
Swietenia Machophylla – Família Meliaceae. Nome Popular: Aguano ou Araputanga. Origem brasileira atinge altura media entre vinte e quatro e trinta metros, tronco médio de trinta centímetros de diâmetro. Moderadamente pesada e dura, durável e fácil de trabalhar seca, com facilidade tanto na estufa quanto ao ar livre, sem rachaduras ou empenamentos, apresenta variações de acordo com o habitat da arvore, em terreno seco, o lenho é mais duro, em terra úmida mostra-se macio, nas capoeiras é mais vermelho e duro, cor-pardo-marelo, passando o pardo avermelhado uniforme, superfície lisa, brilhante e lustrosa, com reflexos dourados. A madeira do mogno é utilizada para fabrica mobiliaria de luxo, painéis, objetos de enfeite, régua de calculo, embarcações leves, construção civil, compensados e decoração interna.


1.5 Madeiras Adaptadas
Figura 5 – Eucaliptos
Fonte: www.younggreportes.org/img/101-0103_img-2.jpg

Eucaliptos é uma espécie originária da Austrália e introduzida no Brasil em 1909. Esta árvore adaptou-se tão bem em nossas terras que, aqui leva apenas sete anos para começar a produzir. O estado de Minas Gerais é uma das maiores extensões de áreas plantadas de Eucalipto. Um dos municípios produtores da árvore, que há mais de trinta anos desenvolve a silvicultura é o município de Itamarandiba.

Figura 6– Pinus Ellioti
Fonte: http://star.walagata.com/w/horizoncustomhomes/elliotti4.jpg
Pinus Ellioti: é uma espécie originaria da América do Norte, que adaptou-se perfeitamente no Brasil e passou a ser usado amplamente em reflorestamento devido a sua rusticidade e rápido crescimento. Dá-se o nome de pinheiro a todas espécies do gênero pinus o mais numeroso da família das pináceas, esta por sua vez a maior de todas quantas integram a ordem das coníferas. Tanto o lenho, quanto as folhas do pinheiro possuem canais secretos de resina, substancia aromática e pegajosa da qual se extrai a terebintina. Uma madeira Branda, não resiste muito tampo na umidade, uma madeira bem fibrosa e com muitos nós. A madeira de Pinus Elliotti é utilizada, para fabricar móveis, caixotes, vigas caibros, ripas, aglomerados e celulose na fabricação de papel.

1.6 Madeiras na Arte

Figura 7 – Rainha Mãe Ti
Fonte: http://egyptologie.com/images/róis/tiyi.jpg

Desde a pré-historia a madeira é usada para diversas utilidades, esculpidas pelo homem e o produto final é denominada escultura. No Egito, são encontrados numerosos exemplares de esculturas que exibem, com dignidade, o material que doa corpo. Estas obras realizadas em madeira de grande beleza, são proveniente de países distantes, como exemplo posso citar a Rainha mãe Ti (o diminuto retrato em ébano de Tigi, sogra de Nefertiti). A madeira na arte combinada com outros materiais: mármore, ferro, plástico, papel já é a muito tempo usado por muitos artistas, carpinteiros e marceneiros em suas obras artísticas ou artesanais.


Figura 8 – Obra de Picasso
Fonte: www.girafamania.com.br/artistas/picasso1.jpg




A arte da marchetaria é milenar, de um gênero raro de incrustação ou aplicação de partes recortadas de madeira, marfim, bronze, ferro e mais recente plástico, em objetos de marcenaria, formam desenhos dos mais diversos tipos. Os mais antigos exemplares de marchetaria encontram-se nas escavações no Egito e datam de 3.000 a.C. A marchetaria começou a desenvolver-se principalmente com trabalhos em mosteiros e catedrais de Verona na Itália. Já mais recentemente, falando de século XX até nos dias atuais, a madeira continua com o mesmo valor nas mãos de artistas renomados, como por exemplo: Picasso, André Derain, Gauguim e muitos outros artistas famosos. O cubismo incorporou a madeira nas suas composições, que de forma real, mediante colagem ou ainda de forma figurada, pintando-a nos quadros. No Brasil o artista Maqueson Pereira da Silva3, nascido no interior do Acre, a partir de 1977 foi estudar no instituto Pe. Libermann de Salete em Santa Catarina onde adquiriu conhecimentos de marcenaria e desenho e recebeu as primeiras orientações sobre a técnica da marchetaria, e passou a se dedicar intensamente às pesquisas sobre a arte da marchetaria, realizando exposições, com as madeiras amazônicas, o mogno, cerejeira, sucupira, imbuia, cedro, caviúna, murapiranga, ipê, arvores que alimentam de cores e texturas as obras de Maqueson e remete sua obra a exuberância da floresta onde nasceu às margens do rio Juruá, produzindo toda a importância de nossas madeiras em pássaros e flores, borboletas e rios, paisagens e histórias.

Figura 9 – Carrancas de São Francisco
Fonte: http://quebarato.com.br/photos/blg/0/d/309800_2.jpg

Tem também as famosas carrancas do rio São Francisco. São as cabeças grotescas geralmente feitas de madeira e por artistas anônimos, que os barqueiros do rio colocam na proa de suas embarcações, são figuras que representam cabeças de animais com cara de gente e vice-versa. São feitas, dizem as lendas, para afastar os monstros do rio, permitindo aos barqueiros viagens seguras e felizes, quase todas elas apresentam elementos característicos: olhos grandes, longa cabeleira, cabeça e pescoço são grandes para aproveitar ao máximo o tronco da arvore (geralmente cedo, são pintadas de branco, exceto os cabelos, que são sempre pretos), boca, olhos, narinas e orelhas apresentam toques vermelhos para realçar.

II - TÉCNICAS

De acordo com o site Wikipédia4 a palavra se origina do grego techné cuja tradução é arte. A técnica, portanto, confundia-se com a arte, tendo sido separada desta ao longo dos tempos. Técnica é o procedimento ou o conjunto de procedimentos que têm como objetivo obter um determinado resultado seja no campo da Ciência, da Tecnologia, das Artes ou em outra atividade. Estes procedimentos não excluem a criatividade como fator importante da técnica. Como os conhecimentos técnicos e a capacidade de improvisação. A técnica não é privativa do homem, pois também se manifesta na atividade de todo ser vivo e responde a uma necessidade de sobrevivência. No animal, a técnica é característica de cada espécie. No ser humano, a técnica surge de sua relação com o meio e se caracteriza por ser consciente, reflexiva, inventiva e fundamentalmente individual. O indivíduo a aprende e a faz progredir. Só os humanos são capazes de construir, com a imaginação, algo que logo podem concretizar na realidade. Campos de ação: o campo da técnica e da Tecnologia responde ao interesse e à vontade do homem de transformar seu ambiente, buscando novas e melhores formas de satisfazer suas necessidades ou desejos. Esta atividade humana e seu produto resultante é o que chamamos técnica e Tecnologia, segundo o caso. Neste capitulo será mostrado como trabalhar com madeiras de caixotes, para fins de trabalho artístico, e em especial na escultura.

2.1 Processo de confecção
Figura 10 – Prensagem em torno de mesa
Fonte: arquivo pessoal
O material usado para tal finalidade é todo reciclado de caixotes antes sem utilidade. Para recorte devemos fazer um desenho ou esboço da escultura que se pretende confeccionar, após passar o esboço na madeira deve-se marcar conforme esboço e cortar com serra ou serrote, deixando sempre uma pequena sobra porque, no final terá o desbaste com uma lima grossa.
Figura 11 – Prensagem com peso (vista lateral)
Fonte: arquivo pessoal
Para ter um manuseio pratico, é importante colocar a madeira marcada bem fixa no torno de mesa, isso facilita os cortes com serrote ou serra. Uma vez que esse trabalho é com material de caixotes, pode-se ter uma peça inteira outras vezes (peça em pedaços que não atingem o tamanho do desenho), a partir daí, terá que marcar por partes e todas as peças tem que ir sendo coladas e pensadas, camada sobre camada, até atingir a medida e espessura do projeto inicial.


Figura 12 – Prensagem com peso
Fonte: arquivo pessoal
A prensagem deve seguir camada por camada. Quem for confeccionar as peças de escultura ou qualquer outra peça artística ou artesanal e não tiver ao seu alcance algum fixador, ou qualquer outra ferramenta com potência e precisão, aqui vai uma idéia e prática: por exemplo, você poderá pegar as peças camada sobre camadas com cola, colocar num piso ou mesa em nível e colocar paralelepípedo, pedaços de ferro de trilho de trem ou qualquer outro material com peso sobre as camadas, como mostra a figura 12.
Figura 13 – Prensagem com barras rosqueadas
Fonte: arquivo pessoal

Também existe a técnica de prensagem através de barras rosqueadas, onde é necessária a utilização de uma furadeira elétrica. Faça furos nos cantos das placas de madeira e empilhe-as intercalando com bastante cola (nos furos vão pequenas barras de ferro para fazer o papel da prensagem). Após a cola curada, retira-se as barras. Então para não ficarem buracos, com a mesma madeira faça recortes com pinos do mesmo diâmetro dos buracos e introduza com marreta (com bastante cola para dar um melhor acabamento). Terminando o trabalho da prensagem, comece o trabalho de desbaste, onde se utiliza muito a grosa, dependendo do tipo da madeira, muda-se o tipo de grosa. Por exemplo: tem a grosa de grão fino, as semi-finas, as extras finas, pequena curva, folha plana, meia cana, redonda, triangular, etc.
Não pode faltar um bom formão, muitas vezes a madeira de caixotes tem defeitos, sendo então preciso fazer um trabalho parecido a de um dentista obturando um dente, fazendo enxertos com a mesma madeira com muito cuidado para não perder a qualidade. Para fazer a montagem das peças usa-se furadeira e pinos de madeira, um processo parecido com o de esconder os furos na prensagem.
As madeiras de caixotes tem muitos pregos e grampos, sendo necessário também, mais enxertos após o seu desmanche (a ferramenta certa pra esse tipo de desmanche é o pé-de-cabra). Para finalizar este primeiro passo, é preciso polir a madeira já prensada e desbastada, com grosas finas, lima, laminas e lixas de madeira. Há vários tipos de lixas. Lixa desbasta: numero trinta e seis, quarenta, cinquenta e sessenta. Lixa semi acabamento números oitenta, cem e cento e vinte, lixa acabamento número cento e cinquenta, cento e oitenta e duzentos e vinte. Como a madeira é de fácil manejo, ela permite a liberdade de adaptação na falta de lixas.
2.2 Pequena demonstração de escultura sendo confeccionada em madeiras de caixote.

Figura 14 – Composição de obras do autor
Fonte: arquivo pessoal


2.3 Mostruário de Ferramentas e uma breve explicação sobre a utilidade de cada uma.


O Esquadro e Compasso são indispensáveis para traçar linhas e círculos, já o martelo é de grande utilidade para bater pinos, bater formão e tirar pregos. As marretas servem para bater pinos para prensagem. A serra e o serrote são para cortar taboas e caibros e qualquer outro tipo de madeira.
Para tirar pregos, grampos e na desmontagem de caixotes é utilizado o pé-de-cabra, para a perfuração deste material é necessário uma furadeira elétrica. A lima grossa para desbastes ou o encho que permite desbastes mais profundos para trabalhar com madeira dura. O torque para tirar grampos, pregos e para usar no trabalho com arames.
A lima de afiar é para amolar ferramentas; por exemplo: encho, laminas, facas que ajuda no desbaste mais sensíveis durante a confecção de esculturas em madeiras.
O formão é ferramenta de grande importância para fazer trabalho de talha, cortes e enxertos na madeira. O esmerilho elétrica servi para amolar ferramentas e fabricar ferramenta de improviso. A plaina é muito útil para dar o nivelamento na madeira através de raspagem com tira lamina e o alicate de pressão para fixar peças pequenas e trabalhar a prensagem na barra rosqueada.
Para a segurança é sempre necessária a utilização dos óculos para o trabalho com madeira, pois teus olhos são muito importantes.






















2.4 Imagens das Ferramentas

Figura 15 – Esquadro
Fonte: arquivo pessoal




Figura 16 – Compasso
Fonte: arquivo pessoal





Figura 17 – Marreta de ferro
Fonte: arquivo pessoal



Figura 18 – Furadeira Elétrica
Fonte: arquivo pessoal



Figura 19– Serra de cortar madeira
Fonte: arquivo pessoal





Figura 20– Ferramentas improvisadas
Fonte: arquivo pessoal


Figura 21– Óculos protetor
Fonte: arquivo pessoal






Figura 22– Marreta de madeira
Fonte: arquivo pessoal



Figura 23– Martelo
Fonte: arquivo pessoal





Figura 24– Alicate de pressão
Fonte: arquivo pessoal



Figura 25– Pé de cabra
Fonte: arquivo pessoal




Figura 26– Laminas para raspagem de madeiras
Fonte: arquivo pessoal




Figura 27– Serrote
Fonte: arquivo pessoal




Figura 28– Plaina
Fonte: arquivo pessoal




Figura 29– Chave inglesa
Fonte: arquivo pessoal





Figura 30– Formões
Fonte: arquivo pessoal





Figura 31– Torques
Fonte: arquivo pessoal




Figura 32– Limas de amolar
Fonte: arquivo pessoal


Figura 33– Enchós
Fonte: arquivo pessoal




Figura 34– Grosas
Fonte: arquivo pessoal


Figura 35– Esmeril
Fonte: arquivo pessoal




2.5 Tingimento Caseiro Experimental

Figura 36 – Pedaços de ferro velho e caldo de limão
Fonte: arquivo pessoal
Existem numerosas possibilidades de tingimento de madeira clara, todas de fácil manuseio e com materiais de fácil acesso. Serão citados alguns tipos de produtos próprios para preparar o tingimento, como por exemplo, a beterraba, que é um fruto de coloração forte que quando acrescentado álcool, torna-se uma tinta com excelente coloração. As flores e as folhas verdes também podem ser utilizadas; assim como o carvão. O processo de extração é o mesmo para todas estas matérias-primas.
Figura 37 – Flores para tingimento
Fonte: arquivo pessoal




Para se obter a extração do sumo da beterraba, deve-se cortar em pedaços e deixar de molho com o álcool doméstico ou suco de limão, depois coar com peneira fina. Para o efeito de envelhecimento existe a limalha, extraída de pedaços de ferro enferrujados. Para obter esta pigmentação, mergulhe as peças enferrujadas no suco de limão e deixe por mais de um dia e coe o suco. Todos esses tingimentos citados, depois de aplicados e secos devem ser polidos com lixa duzentos e vinte e envernizados com verniz incolor.


Figura 38 – Urucum moída
Fonte: arquivo pessoal

Um lembrete muito importante é o uso de luvas em todas as extrações e aplicações desse material para evitar irritações de pele. O ponto bom da utilização desse tipo de material é a do fácil acesso ao material, pois quando utilizamos o industrializado, este sai caro para o artesão.

Tabela de Cores

Figura 39 – Tabela de cores
Fonte: arquivo pessoal








III - OBRAS DE ARTEMIS RIBEIRO

Neste capitulo tenho a intenção de apresentar um pouco do passado e do presente do meu fazer artístico, e ao mesmo tempo render homenagens ao meu pai que foi carpinteiro. Quero também homenagear a todos os mestres que passaram pela minha vida e influenciaram o meu trabalho artístico e intelectual, pois apuraram o meu gosto de experimentar materiais que interagissem com a madeira. Apresento também alguns artistas que souberam valorizar suas obras com materiais alternativos.

3.1 Pablo Picasso e suas Quinquilharias

Já Picasso desenhava e pintava em qualquer material, sobre o primeiro suporte que lhe caia nas mãos: toalha de papel, papelão e madeira. Como escultor, utilizava terra, madeira, pano, resíduos de quinquilharias, que cobre com pinceladas. Aos oito anos de idade Picasso pintou sua primeira obra sobre madeira.

Figura 40 – Pablo Picasso
Fonte: http://dotandmae.com/wp-content/uploads/2008/04/pablo_picasso_372x495.jpg

“Não nasce um Picasso em cada século. E quem não sente que o nosso século seria mais chato, mais sombrio, menos digno de viver-se?” (MONTEIRO 1981, p.265).

Figura 41 – Escultura no Daley Plaza (Chicago, Estados Unidos)
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/picasso



3.2 Irmãos Campana

Humberto e Fernando Campana nasceram no interior de São Paulo, filhos de Alberto Campana e Célia Maria Paiva Campana; viveram sua infância e adolescência em Brotas. Humberto se formou em direito e foi para São Paulo, onde começou a criar peças, objetos e algum mobiliário. Fernando formou-se em arquitetura e logo foi trabalhar com seu irmão.

Figura 42 – Irmãos Campana

Fonte: http://www.diegonegrellos.com/site/images/stories/julho_09/trendsetter/irmos_1.jpg

Realizaram sua primeira exposição em 1989, com uma serie de cadeiras de ferro e cobre, batizadas de Desconfortáveis.
Nestes quase vinte anos, viajaram pelo mundo todo, fazendo exposições pessoais e coletivas, workshops, palestras, cursos, ganhando inúmeros prêmios, tem suas obras expostas nos principais museus do mundo e são hoje, sem duvida, como designers de maior criatividade desde o inicio do século XXI.
A critica Maria Helena Estrada, diz no livro Irmãos Campana - Cartas a um Jovem Designer que: “ Fernando e Humberto andam pela cidade, são atraídos por vendedores de rua e lojinhas de “bric-a-bric”, tiram do cotidiano popular a inspiração para suas criações, percorrem o mundo e retornam para o campo, para Brotas, a cidadezinha onde cresceram. Esse ir e vir constante traz como resultado uma obra de matriz brasileira e expressão universal”. Nesta obra Maria Helena Estrada explica a sensibilidade dos irmãos ao criar a peça Cadeira Favela, que segundo o próprio Humberto evoca as formas de uma favela brasileira.
A intenção de citar estes artistas renomados neste trabalho vem do fato de que fios emaranhados ou entrelaçados dos mais variados materiais, nas mãos deles transformam recortes e estampas coloridas em formas exuberantes de arte, uma cadeira em obra de arte. Demonstrando que como a madeira outros materiais podem ser utilizados na arte, sem afetar o meio ambiente.
Outro fato que demonstra a preocupação dos Campana com a reciclagem é o lançamento de uma nova linha de produtos criados a partir de uma parceria entre os irmãos Campana e a Masisa do Brasil. Composta por cadeiras, mesas e um balcão-buffet, a Linha Celia leva o nome da mãe dos designers, e será lançada na Kraft Store. Utilizando a técnica de fabricação do OSB (Oriented Strand Board) e resíduos da produção de melamína (painéis revestidos com resinas melamínicas), o novo material agrega, em um produto exclusivo, a aparência e a textura do primeiro produto à variedade de cores do segundo.
Batizado como OSB Campana Masisa, o desenvolvimento deste novo produto aproximou os designers, reconhecidos internacionalmente pela utilização de materiais alternativos e reciclados, da Masisa, líder latino-americana na produção de painéis de madeira que tem como uma de suas principais características o desenvolvimento de produtos de baixo impacto ambiental.
Os painéis de MDF (medium density fiberboard), terceiro produto fabricado pela empresa em Ponta Grossa (PR), foram certificados pelo SCS, Scientific Certification Systems, empresa certificadora independente sediada nos EUA, como produzidos 100% a partir de material reciclado e recuperado. De acordo com o diretor geral da Masisa do Brasil, Ítalo Rossi, este certificado representa um aval internacional de qualidade. "Ele traduz o reconhecimento de que fomos bem sucedidos na transformação de subprodutos de madeira, até então não-aproveitáveis e sem valor comercial, em um produto cada vez mais valorizado pela indústria moveleira dentro e fora do Brasil", afirma. Nas imagens seguintes uma amostra do uso de reaproveitamento da madeira, na figura 43 temos o antes e na figura 44 o depois, ou seja , a obra pronta.



Figura 43– caixotes de madeira
Fonte: arquivo pessoal


Figura 44– cadeira da favela
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9HB9X-_vIqG9tPm-xaVwkb1yC9Si69MPalPqtMBPJ3u4-etlf6HlwGm2HOB4PsfNRKcYFhJ2SGnzXWcQ5UmItn-yNZh9cob35dHDnuY4zYebDLE_JVGXZ_zcmbFEKBJSs7rzfeezbFEz3/s320/CADEIRA+FAVELA.jpg
3.3 Museu Florestal
Figura 45 – Placa do museu florestal
Fonte: arquivo pessoal

Como primeiro passo desta pesquisa, fiz uma visita ao Museu Florestal, situado no Instituto Florestal em São Paulo (capital). O Museu Florestal foi fundado em 1931, com o objetivo de expor um acervo relativo às espécies nativas e a interdependência entre fauna e flora.





Figura 46 – Dentro do museu da madeira
Fonte: arquivo pessoal

Octávio Vicchi é o idealizador do museu fundado em 1948, com o objetivo de ressaltar a importância da madeira, mostra uma composição de madeiras arranjadas artisticamente que formam desde o teto ao assoalho, moveis e objetos confeccionados por exímios entalhadores. A arquitetura do prédio inclui doze vitrais produzidos pela Casa Conrado, que retrata a fauna e a flora paulista. Octavio Vecchi continua atual, pois seu trabalho com educação ambiental busca a conscientização ecológica, atende ao publico em geral e grupos agendados com monitores e dispõe de acesso adaptado para o publico portador de necessidades especiais.
O lugar contém uma riqueza de informações sobre madeira, visando mostrar o uso racional da madeira, utilizando os troncos, raízes e galhos de arvores, que na mão de artistas recebem toques especiais transformando-os em esculturas, conhecidas como arunas ou arte-natural. Há um mostruário de pranchas entalhado de folhas, flores e frutas e sementes de arvores de oitenta e sete espécies. Uma riqueza natural, como por exemplo, o Pau-Brasil, Carvalho Brasileiro, Olho de Onça, Coração de Negro, Jatobá, Ipê Roxo, Ipê Amarelo e outras mais.
A escola de Xilografia surgiu no Porto Florestal entre 1945 e encerrou atividade em 1950, como um de seus professores, o técnico Adolf Koller, que utilizou para os clichês o Guatambu Rosa, considerada a melhor madeira para esse fim.
Todas essas informações: a pesquisa, a visita ao Museu Florestal e a conscientização ambiental auxiliaram e enriqueceram este trabalho para o aproveitamento de madeiras pinus, proveniente de material reciclado, que deixam de se perder ou poluir ambientes transformados em peças de arte.

3.4. Peças confeccionas antes do curso de Artes Visuais
Durante a realização destas obras parti de meus conhecimentos práticos e intuitivos antes do curso de Artes, já com a criatividade em utilizar madeiras para a confecção de minhas obras, que para mim sem saber seria o inicio de uma grande pesquisa.

3.4.1 Cepa de Aroeira.

Esta imagem é de uma cepa de Aroeira encontrada em 1994, ela estava enterrada em um terreno próximo a minha moradia. Depois de um processo de limpeza manual onde tirei toda a terra e partes porosas, essa cepa tornou-se uma peça de rara beleza para o mundo da arte. Os detalhes das raízes que aparecem na cepa de aroeira, nos advertem sobre a beleza da própria aroeira.


Figura 47– Cepa de aroeira
Fonte: arquivo pessoal



3.4.2 Nó de Pinho

Esta imagem é de um nó de pinheiro araucária, ou nó de pinho, posto num pedaço de madeira (resto de construção civil). Na mão do artista se tornou uma escultura. Que pode ser vista como a obra do implante de órgão, ou seja, o tronco de uma árvore recebendo um membro de outra.


Figura 48 – Nó de pinho
Fonte: arquivo pessoal











3.5 Peças confeccionas durante o curso de Artes Visuais
Estas peças foram criadas durante o curso, o que trazem um significado próximo as aulas da faculdade, com orientação e tema a escolha do professor.

3.5.1 Escultura Nossa História

Esta peça foi confeccionada com um pedaço de prancha de madeira, também resto de construção civil. Em um trabalho de marchetaria mostrei meu trajeto do curso de artes. Foi um trabalho orientado pela professora Eliana Gola. Nela esta toda a historia do artista, todos seus companheiros de sala, mestres que o acompanharam desde o inicio do curso, tudo esta escrito nessa obra. Essa peça foi exposta no Centro Olímpico da cidade de Ibiúna, onde ganhou destaque na exposição, o que me rendeu uma nota da Imprensa local, no jornal Voz de Ibiúna, que tem como sua editora chefa “Julia Tanaka”.

Figura 49 – Nossa história
Fonte: arquivo pessoal


3.5.2 Sem Título

Este trabalho em colagem utilizou - se papel, jornais, revistas velhas. Fez parte da disciplina ministrada pela professora Paula Hana, com o intuito de contar uma parte da Historia da Arte. Nessa obra, a madeira foi usada como suporte com a base giratória.

Figura 50 – Obra sem título
Fonte: arquivo pessoal




3.5.3 Demonstração de uma dobradiça Artesanal

Projeto de portão de madeira, para a amostra de uma dobradiça de ferro, toda feita manual pelo próprio artista, para trabalho durante o curso, onde o objetivo era a fabricação de um produto.

Figura 51 – dobradiça artesanal
Fonte: arquivo pessoal






3.5.4Projeto de um objeto transformado

Este é um armário de madeira que vira sobre eixo e rolamentos, para melhor comodidade de um profissional que necessita de ferramentas durante seu trabalho, sem ter de estar deslocando-se o tempo todo. È um mini-armário em experimento.




Figura 52 – Objeto transformado
Fonte: arquivo pessoal




3.5.5 Pato nas Alturas em Mosaico

Escultura Pato nas Alturas em Mosaico foi trabalhado com vários tipos de materiais: madeira, ferro, plástico, alumínio, cobre e palitos de Taquara para churrasco.

Figura 53 – Pato nas alturas em mosaico
Fonte: arquivo pessoal




3.6 Peças confeccionadas para o término do curso de Artes Visuais
As obras que apresentarei agora possuem novas características, pois foram criadas com novas experiências vividas, novos conceitos práticos e teóricos que vivenciei durante o curso de Artes Visuais e durante esta pesquisa.

3.6.1 Pato nas Alturas

Esta peça foi confeccionada, com mais sabedoria, academicismo, dando continuação ao meu interesse por esse trabalho em madeira com consciência do que seria o produto final, ou seja, a escultura de madeira de caixote. Foram usadas técnicas de prensagem e enxertos, já a inspiração de prensar a madeira sem máquinas apropriadas, veio dos costumes que presenciei morando na casa de japoneses e trabalhando na roça, onde a senhora patroa fazia conservas de nabos colocando-os num tonel de madeira. Primeiro ela enchia o tonel com água e sal e depois deste processo ela colocava uma tabua e pesos de paralelepípedos em cima, conforme o peso ia descendo dia após dia os nabos iam se achatando, e no final ficava uma conserva muito deliciosa, bem firme e com nabos finos.
Esta explicação foi para mostrar que nos trabalhos sempre temos inspirações em cada etapa, seja nas técnicas, nas idéias, nos esboços, enfim no todo. Meu imaginário ao elaborar um trabalho, acontece com prazer e depois o coloco em pratica.
O nome “Pato nas Alturas” surgiu porque existem membros de homem como seu suporte, dando a impressão de estar suspenso no ar. Este pato tem oitenta e dois centímetros de altura, o olho é feito de carvão e casca de ovos de galinha, todos moídos e misturados com cola, tingido com tinta a base de flores vermelhas, folha de couve, limalha, caldo de limão, e acabamento com duas mãos de verniz. Quero lembrar que a mão, o braço, e o pé são membros esboçados do próprio artista. Este é um trabalho para todos os públicos, desde a criança até o adulto, independente de qualquer nível de vida, porque é interessante sabemos aproveitar o melhor das madeiras, principalmente no mundo da arte.
Hoje a arte contemporânea colabora para esse processo de reaproveitamento geral onde devemos fabricar a nossa própria matéria prima e desta forma não desbalancear nenhum setor do nosso planeta Terra. O trabalho em reaproveitamento é para confirmar o verdadeiro titulo do tema e o interesse do autor em também ajudar no estudo do aproveitamento. Quero mostrar como trabalhar com estes materiais que oferece um amplo leque de riqueza artística.

Figura 54 – Pato nas alturas
Fonte: arquivo pessoal



Tabela Descritiva

14) Nome: Pato nas Alturas;
15) Especificação: Escultura de madeira;
16) Autoria: Artemis Ribeiro da Silva;
17) Destino: Exposição, decoração e trabalho de conclusão de curso;
18) Medidas: 0,82 cm de altura;
19) Matéria – Prima: Madeira de caixotes, colas, pigmentos naturais: Hidróxido de ferro de cor vermelho-alaranjado dissolvido no suco de limão, couve-manteiga dissolvido no álcool e suco de limão, flor vermelha dissolvida no suco de limão, acabamento em verniz incolor;
20)Técnicas Usadas: Prensagem, por torno de mesa, por peso, encaixe de rosca, montagem com colagem;
21) Motivo: Representação de formas antropomórficas e zoomórficas;
22) Justificativa: As formas antropomórficas, pés e mãos e as formas zoomórficas, aparência de pato, para representar o quanto a natureza depende do apoio e do cuidado do homem;
23) Direcionamento: A princípio, a intenção desde trabalho é ressaltar a possibilidade da utilização de materiais desprezados, transformando-os em obras de arte, preservando o meio ambiente. Em segundo lugar, apresentar as belezas da madeira pinus e eucaliptos transformados em escultura artística;
24) Custo de Produção: R$ 100,00 (cem reais);
25) Valor de Venda: R$ 600,00 (seiscentos reais);
26) Ano de Produção: 2009 (dois mil e nove).


3.6.2 Sanduíche de Madeiras

Peça confeccionada com madeiras de caixotes, com o formato de sanduíche, foi prensada com a mesma técnica da peça anterior. Esse sanduíche de madeiras fica na posição vertical, é uma peça grande sobre um rolamento embutido com giro em torno da base. A base foi feita com seis peças de vigas de 0.10 cm de largura e 0.05 de espessura, todos de caixote de pecas elétricas. A peça concluída mede 0,45 cm de altura, a pintura foi feita com tingimento de flores vermelhas, couve manteiga, abobora, limalha com caldo de limão e carvão moído com caldo de limão e álcool. Foi confeccionada em 2009 para a conclusão do curso de artes visuais

Figura 55 – Sanduishe de madeiras
Fonte: arquivo pessoal



Tabela Descritiva

1) Nome: Sanduíche de Madeiras;
2) Especificação: Escultura de Madeira;
3) Autoria: Artemis Ribeiro da Silva;
4) Destino: Exposições, decorações e trabalho de conclusão de curso;
5) Medidas: 0,45 de altura;
6) Matéria-Prima: Madeira de caixotes, colas, rolamentos, pigmentos naturais: Hidróxido de ferro de cor vermelha-laranja dissolvido no suco de limão, beterraba dissolvido no álcool e suco de limão, flor vermelha dissolvida no suco de limão, abobora dissolvida no suco de limão, carvão dissolvido no álcool e suco de limão, acabamento em verniz e cera incolor de sapato;
7) Técnicas Utilizadas: Prensagem, por torno de mesa, por peso, montagem com colagem;
8) Motivo: Representação de formas de empilhamento;
9) Justificativa: As formas, empilhamentos, para representar o valor dos caixotes, representada pelo sanduíche para mostrar o prazer que é trabalhar com esse tipo de madeira;
10) Direcionamento: A principio, a intenção deste trabalho é ressaltar a possibilidade da utilização de materiais desprezados, transformando-os em obras de arte, preservando-os em obras de arte, preservando a natureza. Em segundo lugar apresentar as belezas da madeira pinus e eucaliptos transformados em escultura artística.
11) Processo Executado: Produção Manual;
12) Custo de Produção: R$ 100,00 (cem reais);
13) Valor de Venda: R$ 500,00 (quinhentos reais);
14) Ano de produção: 2009 (dois mil e nove).

3.6.3 O Emaranhado

Esta é uma peça confeccionada com ripas de madeiras, caixotes de uvas, e caibros de 0,07 centímetros por 0.07 centímetros. O Emaranhado surgiu ao cortar as madeiras de ripas de caixotes de uva para confeccionar algumas peças. Neste momento comecei a me interessar pelos cortes diagonais, então surgiu à idéia em montar essa peça com o emaranhado de ripas. Primeiro houve o corte em diagonal e após a montagem foi surgindo as formas geométricas em posição sempre menor do que 180º (cento e oitenta graus). Foi assim que completei com a inspiração em fazer uma peça, com perfil de torre de transmissão de energia elétrica, onde se usa muitas peças em posições semelhantes as da peça.

Figura 56– Emaranhado
Fonte: arquivo pessoal


Tabela Descritiva

1) Nome: O Emaranhado;
2) Especificação: Escultura de Madeira;
3) Autoria: Ártemis Ribeiro da Silva;
4) Destino: Exposições, decoração e trabalho de conclusão de curso;
5) Medidas: 0,70 centímetros de altura;
6) Matéria – Prima: Madeira de caixões, colas, pigmentos naturais: hidróxido de ferro cor vermelha-alaranjado dissolvido em suco de limão, carvão dissolvido em álcool e suco de limão, flor vermelhar dissolvida no suco de limão;
7) Técnicas Utilizadas: Prensagem, pro torno de mesa, base, a parte superior cortes diagonais e colagem, montagem com colagem;
8) Motivo: Representação de formas emaranhadas geométricas;
9) Justificativa: As formas geométricas se emaranhando, aparência de torre de estação de energia elétrica, para representar Furnas, usina hidroelétrica. Representa principalmente o quanto o homem moderno depende da energia elétrica;
10) Direcionamento: A principio, a intenção desde trabalho é ressaltar a possibilidade da utilização de matérias desprezadas, transformando-as em obras de arte, preservando a natureza. Em segundo lugar apresentar as belezas das madeiras pinus e eucaliptos transformados em esculturas artísticas;
11) Processo Executado: Manual;
12) Custo de Produção: R$ 50,00 (cinquenta reais);
13) Valor de Venda: R$ 300,00 (trezentos reais);
14) Data de Produção: 2009 (dois mil e nove).









3.6.4 Mar Vermelho

Esta peça foi elaborada por ultimo, mas teve um propósito, ou seja, a intenção de provar e fazer uma amostra completa do meu tema. E também mostrar que arte também é uma experiência. Não sou nenhum pintor de quadros, mas tento ser um escultor, pois a arte me fascina, e acredito que o fato de sempre querer fazer algo diferente já é uma arte! Assim o estudo em arte visual me fez ver o lado contemporâneo da arte, me promovendo o direito a tal direção.
A obra é uma tela feita toda de madeira de caixotes, montadas com varias camadas de ripas de caixotes de verduras, tudo com cola. Após esse processo, foi lixada e tingida com tintas feitas de beterraba, flores, couve manteiga, abóbora e limalha dando acabamento com tinta incolor usado para lustrar sapatos.

Figura 57– Mar Vermelho
Fonte: arquivo pessoal




Tabela Descritiva
15)Nome: Mar Vermelho;
16)Especificação: Tela de Madeira;
17)Autoria: Ártemis Ribeiro da Silva;
18)Destino: Exposições, decorações e trabalho de conclusão de cursos;
19)Medidas: 0.62 centímetros de largura e 0,50 de comprimento;
20)Matéria-Prima: Madeira de caixotes, colas, pigmentos naturais: hidróxido de ferro cor vermelho-alaranjado dissolvido no suco de limão, couve-manteiga dissolvida no suco de limão, flor vermelha dissolvida em suco de limão, flor laranja dissolvida em suco de limão, beterraba dissolvida em suco de limão;
21)Técnicas Utilizadas: Prensagem por peso, montagem através de colagem;
22)Motivo: Representação de formas paisagem, montanhas, mar;
23)Justificativa: As formas de montanhas, paisagem e mar, para representar o tingi mento natural, dentro da natureza;
24)Direcionamento: A intenção desde trabalho é ressaltar a possibilidade da utilização do tingi mento natural, em obras de arte, preservando a natureza, e apresentar as belezas das flores, frutas, verduras, o limão, e transformá-las em telas artísticas;
25) Processo executado: Manual;
26) Custo de produção: R$ 50,00 (cinqüenta reais);
27) Valor de venda: R$ 100,00 (cem reais);
28) Data de produção: 2009 (dois mil e nove).



CONSIDERAÇOES FINAIS
Quando comecei o curso de Artes Visuais em 2007, o meu pensamento era como iria me formar, mas, ao passar estes três anos percebi que não é a formatura que é o mais importante, o mais importante foi a minha formação global. Foi preciso muito estudo, lealdade, luta, força e muitas pesquisas, para poder superar todos os obstáculos que enfrentei, assim como para elaborar meus trabalhos e minhas obras.
Aprendi muito lendo, o que escrevo neste momento estou conversando comigo mesmo. Entendi o porquê do curso de artes visuais, por isso estudei de verdade e tentei quebrar todas as barreiras que existiam dentro de mim, sei que ficaram muitas, mas, hoje eu admito que sei superar melhor os percalços da vida, sou mais forte e tenho mais conhecimento. Descobri que o produto final do curso numa faculdade ou qualquer instituição educacional, não é o diploma e sim o que aprendemos e o que ensinamos. Foi muito importante tudo que aprendi e o que descobri. Percebi que todo ser humano é capaz, mas na maioria das vezes não enxerga isso, por falta de chance ou falta de vontade, ou uma somatória de motivos. Sei que tive sorte na vida por ter voltado a estudar, e agora estou aqui para contar um pouco da minha historia e mostrar o que aprendi. Para concluir esta pesquisa tenho que mostrar a minha verdadeira historia, pois somente assim o termino do meu curso terá inicio, meio e fim.
Iniciando a trajetória da minha vida na arte, vem meu pai que foi carpinteiro. Ele fabricava seus próprios móveis, camas, mesas, cadeiras, armários de cozinha e quartos, bancos, caixa de ferramentas. Eram todos rústicos, mas, eram os moveis que usávamos. Desde muito pequeno já comecei a acompanhar todos os passos dele ao confeccionar algum móvel. Sempre fui muito curioso e ficava atento a tudo, mexendo nas ferramentas, buscando aproveitar os pedacinhos de madeiras jogados pelo chão e tentando montar alguma coisa.
Meu pai não gostava que estragassem suas ferramentas por mau uso, por isso ele começou a me dar algumas ferramentas para que eu fizesse o que quisesse, isso aos meus dez anos de idade. Com o passar do tempo fui cada vez mais gostando de ferramentas, principalmente daquelas usadas em carpintaria. Aos quatorze anos já comprava minhas próprias ferramentas, e a primeira que comprei foi um arco de pua (um tipo de furadeira manual), e sai furando tudo o que encontrava: tabuas, tacos, vigas, caibros enfim tudo que fosse madeira. Nessa fase ocorreu a separação de meus pais, como sempre fomos de origem humilde, depois desse acontecimento as coisas se complicaram muito, principalmente na parte financeira, então nesta época tive que começar a trabalhar duro para sobreviver e ajudar minha mãe e meus irmãos. Vivi em alojamentos de construções, casa de patrões na roça, e me dispersei desse prazer que tinha em estar mexendo e brincando com trabalho de madeiras. Quando trabalhava com elas, em construções ou lavouras, era por obrigação e não por prazer. Acredito que foi a própria situação da minha vida que deu essa travada no meu trabalho com as madeiras. Passei duas décadas sem fazer nada envolvendo madeiras e três décadas sem estudar, cheguei aos quarenta e dois anos de idade, com a quarta série.
Uma pessoa que mudou toda a minha vida (jamais poderia deixar de falar) foi minha esposa. Ela me fez voltar a estudar, mostrou que existe vida quando acreditamos nela, e que para vivermos nesse mundo moderno temos que estudar. Por isso ela fez a minha matricula e eu voltei para a escola. Iniciei a quinta serié do ensino fundamental em dois mil e três, e agora estou aqui, no ano de dois mil e nove, cursando o ensino superior.
Neste curso de Artes Visuais fui lapidado pouco a pouco até novamente surgir o prazer de mexer novamente com madeiras, do mesmo jeito que um dia eu havia feito. Só que com uma diferença muito grande, agora não só pelo prazer do trabalho artístico, mais também, pelo dever de reciclar e saber o que é “reaproveitar” e usar o que a natureza me oferece, sem ter que destruí-la. Até eu entrar na faculdade não entendia o que significava “meio ambiente”, e porque que o desmatamento é problema. Hoje sei que nada vale mais que uma árvore no seu habitat natural, que não devemos destruir nada mesmo que for para confeccionar uma bela obra de arte, devemos sempre pensar quanto tempo leva para uma árvore crescer e que direito temos de destruir uma vida.
Vejo agora outra coisa muito importante, todo material em madeira pode ser reaproveitado, antes gostava de mexer com madeiras sem compromisso com a natureza, não tinha entendimento. Agora eu sei que o homem é capaz de destruir nossas matas ou salva-las reciclando e reaproveitando todo tipo de material, não só a madeira.
Toda ênfase que dou a isso, é para poder mostrar que hoje todos os meus trabalhos em madeira reaproveitada viraram interessantes obras de arte que posso mostrar ao mundo. Confeccionei quatro peças exclusivas para este trabalho de conclusão de curso durante esse dois semestres finais, em madeira de caixotes e tingimento natural. Todas as quatro peças tiveram custo baixo, por que foram usados materiais de reaproveitamento. Quero deixar claro que sites importantes que conheci por causa desta pesquisa e exposições como, por exemplo, o SP Artes no Ibirapuera, também me proporcionaram a compreensão do verdadeiro valor da arte consciente frente aos problemas ecológicos que vivemos na atualidade. E que eu mesmo no anonimato posso fazer diferença!
BIBLIOGRAFIA


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BROTAS. Desmatamento. Disponível no site:< www.vemprabrotas.com.br>. Acesso em 23 de abril de 2009

CAMPANA, Irmãos. Cartas a um jovem designer. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009

COLEÇÃO FOLHA GRANDES MESTRES DA PINTURA. Pablo Picasso. São Paulo: Editora Sol, 2007

GIRAFA MANIA. Picasso. Disponível no site: Acesso em 27 nov.2009

GORDON, Noah. O físico: a epopéia de um médico medieval. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.

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HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva: 2001.

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LORENZI, Harri. Árvores Brasileiras – Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil – Vols. I e II. 2a edição – Nova Odessa – SP. Editora Plantarum, 1998.

MACHETARIA. Disponível no site: Acesso em 29 abril de 2009

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SANTAMERA, Jacinto Chicharro. La Talla. Escultura en Madera. Lisboa: Editorial Estampa, 1997.

VÁRIOS COLABORADORES. Nova Enciclopédia Barsa – São Paulo: Encyclopedia britanica do Brasil, 1998.

WIKIPEDIA. Madeira. Disponível no site: . Acesso em 19 fevereiro de 2009

WIKIPEDIA. Picasso. Disponível no site: Acesso em 27 novembro de 2009 SHAPE

MONTEIRO. Dicionário da Pintura Moderna. São Paulo: Hemus – Livraria 1981.sponível no site: Acesso em 27 novembro de 2009 SHAPE

MONTEIRO. Dicionário da Pintura Moderna. São Paulo: Hemus – Livraria 1981.

Figura 16 – Compasso
Fonte: arquivo pessoal





Figura 17 – Marreta de ferro
Fonte: arquivo pessoal



Figura 18 – Furadeira Elétrica
Fonte: arquivo pessoal



Figura 19– Serra de cortar madeira
Fonte: arquivo pessoal





Figura 20– Ferramentas improvisadas
Fonte: arquivo pessoal


Figura 21– Óculos protetor
Fonte: arquivo pessoal






Figura 22– Marreta de madeira
Fonte: arquivo pessoal



Figura 23– Martelo
Fonte: arquivo pessoal





Figura 24– Alicate de pressão
Fonte: arquivo pessoal



Figura 25– Pé de cabra
Fonte: arquivo pessoal




Figura 26– Laminas para raspagem de madeiras
Fonte: arquivo pessoal




Figura 27– Serrote
Fonte: arquivo pessoal




Figura 28– Plaina
Fonte: arquivo pessoal




Figura 29– Chave inglesa
Fonte: arquivo pessoal





Figura 30– Formões
Fonte: arquivo pessoal





Figura 31– Torques
Fonte: arquivo pessoal




Figura 32– Limas de amolar
Fonte: arquivo pessoal


Figura 33– Enchós
Fonte: arquivo pessoal




Figura 34– Grosas
Fonte: arquivo pessoal


Figura 35– Esmeril
Fonte: arquivo pessoal




2.5 Tingimento Caseiro Experimental

Figura 36 – Pedaços de ferro velho e caldo de limão
Fonte: arquivo pessoal
Existem numerosas possibilidades de tingimento de madeira clara, todas de fácil manuseio e com materiais de fácil acesso. Serão citados alguns tipos de produtos próprios para preparar o tingimento, como por exemplo, a beterraba, que é um fruto de coloração forte que quando acrescentado álcool, torna-se uma tinta com excelente coloração. As flores e as folhas verdes também podem ser utilizadas; assim como o carvão. O processo de extração é o mesmo para todas estas matérias-primas.
Figura 37 – Flores para tingimento
Fonte: arquivo pessoal




Para se obter a extração do sumo da beterraba, deve-se cortar em pedaços e deixar de molho com o álcool doméstico ou suco de limão, depois coar com peneira fina. Para o efeito de envelhecimento existe a limalha, extraída de pedaços de ferro enferrujados. Para obter esta pigmentação, mergulhe as peças enferrujadas no suco de limão e deixe por mais de um dia e coe o suco. Todos esses tingimentos citados, depois de aplicados e secos devem ser polidos com lixa duzentos e vinte e envernizados com verniz incolor.


Figura 38 – Urucum moída
Fonte: arquivo pessoal

Um lembrete muito importante é o uso de luvas em todas as extrações e aplicações desse material para evitar irritações de pele. O ponto bom da utilização desse tipo de material é a do fácil acesso ao material, pois quando utilizamos o industrializado, este sai caro para o artesão.

Tabela de Cores

Figura 39 – Tabela de cores
Fonte: arquivo pessoal








III - OBRAS DE ARTEMIS RIBEIRO

Neste capitulo tenho a intenção de apresentar um pouco do passado e do presente do meu fazer artístico, e ao mesmo tempo render homenagens ao meu pai que foi carpinteiro. Quero também homenagear a todos os mestres que passaram pela minha vida e influenciaram o meu trabalho artístico e intelectual, pois apuraram o meu gosto de experimentar materiais que interagissem com a madeira. Apresento também alguns artistas que souberam valorizar suas obras com materiais alternativos.

3.1 Pablo Picasso e suas Quinquilharias

Já Picasso desenhava e pintava em qualquer material, sobre o primeiro suporte que lhe caia nas mãos: toalha de papel, papelão e madeira. Como escultor, utilizava terra, madeira, pano, resíduos de quinquilharias, que cobre com pinceladas. Aos oito anos de idade Picasso pintou sua primeira obra sobre madeira.

Figura 40 – Pablo Picasso
Fonte: http://dotandmae.com/wp-content/uploads/2008/04/pablo_picasso_372x495.jpg

“Não nasce um Picasso em cada século. E quem não sente que o nosso século seria mais chato, mais sombrio, menos digno de viver-se?” (MONTEIRO 1981, p.265).

Figura 41 – Escultura no Daley Plaza (Chicago, Estados Unidos)
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/picasso



3.2 Irmãos Campana

Humberto e Fernando Campana nasceram no interior de São Paulo, filhos de Alberto Campana e Célia Maria Paiva Campana; viveram sua infância e adolescência em Brotas. Humberto se formou em direito e foi para São Paulo, onde começou a criar peças, objetos e algum mobiliário. Fernando formou-se em arquitetura e logo foi trabalhar com seu irmão.

Figura 42 – Irmãos Campana

Fonte: http://www.diegonegrellos.com/site/images/stories/julho_09/trendsetter/irmos_1.jpg

Realizaram sua primeira exposição em 1989, com uma serie de cadeiras de ferro e cobre, batizadas de Desconfortáveis.
Nestes quase vinte anos, viajaram pelo mundo todo, fazendo exposições pessoais e coletivas, workshops, palestras, cursos, ganhando inúmeros prêmios, tem suas obras expostas nos principais museus do mundo e são hoje, sem duvida, como designers de maior criatividade desde o inicio do século XXI.
A critica Maria Helena Estrada, diz no livro Irmãos Campana - Cartas a um Jovem Designer que: “ Fernando e Humberto andam pela cidade, são atraídos por vendedores de rua e lojinhas de “bric-a-bric”, tiram do cotidiano popular a inspiração para suas criações, percorrem o mundo e retornam para o campo, para Brotas, a cidadezinha onde cresceram. Esse ir e vir constante traz como resultado uma obra de matriz brasileira e expressão universal”. Nesta obra Maria Helena Estrada explica a sensibilidade dos irmãos ao criar a peça Cadeira Favela, que segundo o próprio Humberto evoca as formas de uma favela brasileira.
A intenção de citar estes artistas renomados neste trabalho vem do fato de que fios emaranhados ou entrelaçados dos mais variados materiais, nas mãos deles transformam recortes e estampas coloridas em formas exuberantes de arte, uma cadeira em obra de arte. Demonstrando que como a madeira outros materiais podem ser utilizados na arte, sem afetar o meio ambiente.
Outro fato que demonstra a preocupação dos Campana com a reciclagem é o lançamento de uma nova linha de produtos criados a partir de uma parceria entre os irmãos Campana e a Masisa do Brasil. Composta por cadeiras, mesas e um balcão-buffet, a Linha Celia leva o nome da mãe dos designers, e será lançada na Kraft Store. Utilizando a técnica de fabricação do OSB (Oriented Strand Board) e resíduos da produção de melamína (painéis revestidos com resinas melamínicas), o novo material agrega, em um produto exclusivo, a aparência e a textura do primeiro produto à variedade de cores do segundo.
Batizado como OSB Campana Masisa, o desenvolvimento deste novo produto aproximou os designers, reconhecidos internacionalmente pela utilização de materiais alternativos e reciclados, da Masisa, líder latino-americana na produção de painéis de madeira que tem como uma de suas principais características o desenvolvimento de produtos de baixo impacto ambiental.
Os painéis de MDF (medium density fiberboard), terceiro produto fabricado pela empresa em Ponta Grossa (PR), foram certificados pelo SCS, Scientific Certification Systems, empresa certificadora independente sediada nos EUA, como produzidos 100% a partir de material reciclado e recuperado. De acordo com o diretor geral da Masisa do Brasil, Ítalo Rossi, este certificado representa um aval internacional de qualidade. "Ele traduz o reconhecimento de que fomos bem sucedidos na transformação de subprodutos de madeira, até então não-aproveitáveis e sem valor comercial, em um produto cada vez mais valorizado pela indústria moveleira dentro e fora do Brasil", afirma. Nas imagens seguintes uma amostra do uso de reaproveitamento da madeira, na figura 43 temos o antes e na figura 44 o depois, ou seja , a obra pronta.



Figura 43– caixotes de madeira
Fonte: arquivo pessoal


Figura 44– cadeira da favela
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9HB9X-_vIqG9tPm-xaVwkb1yC9Si69MPalPqtMBPJ3u4-etlf6HlwGm2HOB4PsfNRKcYFhJ2SGnzXWcQ5UmItn-yNZh9cob35dHDnuY4zYebDLE_JVGXZ_zcmbFEKBJSs7rzfeezbFEz3/s320/CADEIRA+FAVELA.jpg
3.3 Museu Florestal
Figura 45 – Placa do museu florestal
Fonte: arquivo pessoal

Como primeiro passo desta pesquisa, fiz uma visita ao Museu Florestal, situado no Instituto Florestal em São Paulo (capital). O Museu Florestal foi fundado em 1931, com o objetivo de expor um acervo relativo às espécies nativas e a interdependência entre fauna e flora.





Figura 46 – Dentro do museu da madeira
Fonte: arquivo pessoal

Octávio Vicchi é o idealizador do museu fundado em 1948, com o objetivo de ressaltar a importância da madeira, mostra uma composição de madeiras arranjadas artisticamente que formam desde o teto ao assoalho, moveis e objetos confeccionados por exímios entalhadores. A arquitetura do prédio inclui doze vitrais produzidos pela Casa Conrado, que retrata a fauna e a flora paulista. Octavio Vecchi continua atual, pois seu trabalho com educação ambiental busca a conscientização ecológica, atende ao publico em geral e grupos agendados com monitores e dispõe de acesso adaptado para o publico portador de necessidades especiais.
O lugar contém uma riqueza de informações sobre madeira, visando mostrar o uso racional da madeira, utilizando os troncos, raízes e galhos de arvores, que na mão de artistas recebem toques especiais transformando-os em esculturas, conhecidas como arunas ou arte-natural. Há um mostruário de pranchas entalhado de folhas, flores e frutas e sementes de arvores de oitenta e sete espécies. Uma riqueza natural, como por exemplo, o Pau-Brasil, Carvalho Brasileiro, Olho de Onça, Coração de Negro, Jatobá, Ipê Roxo, Ipê Amarelo e outras mais.
A escola de Xilografia surgiu no Porto Florestal entre 1945 e encerrou atividade em 1950, como um de seus professores, o técnico Adolf Koller, que utilizou para os clichês o Guatambu Rosa, considerada a melhor madeira para esse fim.
Todas essas informações: a pesquisa, a visita ao Museu Florestal e a conscientização ambiental auxiliaram e enriqueceram este trabalho para o aproveitamento de madeiras pinus, proveniente de material reciclado, que deixam de se perder ou poluir ambientes transformados em peças de arte.

3.4. Peças confeccionas antes do curso de Artes Visuais
Durante a realização destas obras parti de meus conhecimentos práticos e intuitivos antes do curso de Artes, já com a criatividade em utilizar madeiras para a confecção de minhas obras, que para mim sem saber seria o inicio de uma grande pesquisa.

3.4.1 Cepa de Aroeira.

Esta imagem é de uma cepa de Aroeira encontrada em 1994, ela estava enterrada em um terreno próximo a minha moradia. Depois de um processo de limpeza manual onde tirei toda a terra e partes porosas, essa cepa tornou-se uma peça de rara beleza para o mundo da arte. Os detalhes das raízes que aparecem na cepa de aroeira, nos advertem sobre a beleza da própria aroeira.


Figura 47– Cepa de aroeira
Fonte: arquivo pessoal



3.4.2 Nó de Pinho

Esta imagem é de um nó de pinheiro araucária, ou nó de pinho, posto num pedaço de madeira (resto de construção civil). Na mão do artista se tornou uma escultura. Que pode ser vista como a obra do implante de órgão, ou seja, o tronco de uma árvore recebendo um membro de outra.


Figura 48 – Nó de pinho
Fonte: arquivo pessoal











3.5 Peças confeccionas durante o curso de Artes Visuais
Estas peças foram criadas durante o curso, o que trazem um significado próximo as aulas da faculdade, com orientação e tema a escolha do professor.

3.5.1 Escultura Nossa História

Esta peça foi confeccionada com um pedaço de prancha de madeira, também resto de construção civil. Em um trabalho de marchetaria mostrei meu trajeto do curso de artes. Foi um trabalho orientado pela professora Eliana Gola. Nela esta toda a historia do artista, todos seus companheiros de sala, mestres que o acompanharam desde o inicio do curso, tudo esta escrito nessa obra. Essa peça foi exposta no Centro Olímpico da cidade de Ibiúna, onde ganhou destaque na exposição, o que me rendeu uma nota da Imprensa local, no jornal Voz de Ibiúna, que tem como sua editora chefa “Julia Tanaka”.

Figura 49 – Nossa história
Fonte: arquivo pessoal


3.5.2 Sem Título

Este trabalho em colagem utilizou - se papel, jornais, revistas velhas. Fez parte da disciplina ministrada pela professora Paula Hana, com o intuito de contar uma parte da Historia da Arte. Nessa obra, a madeira foi usada como suporte com a base giratória.

Figura 50 – Obra sem título
Fonte: arquivo pessoal




3.5.3 Demonstração de uma dobradiça Artesanal

Projeto de portão de madeira, para a amostra de uma dobradiça de ferro, toda feita manual pelo próprio artista, para trabalho durante o curso, onde o objetivo era a fabricação de um produto.

Figura 51 – dobradiça artesanal
Fonte: arquivo pessoal






3.5.4Projeto de um objeto transformado

Este é um armário de madeira que vira sobre eixo e rolamentos, para melhor comodidade de um profissional que necessita de ferramentas durante seu trabalho, sem ter de estar deslocando-se o tempo todo. È um mini-armário em experimento.




Figura 52 – Objeto transformado
Fonte: arquivo pessoal




3.5.5 Pato nas Alturas em Mosaico

Escultura Pato nas Alturas em Mosaico foi trabalhado com vários tipos de materiais: madeira, ferro, plástico, alumínio, cobre e palitos de Taquara para churrasco.

Figura 53 – Pato nas alturas em mosaico
Fonte: arquivo pessoal




3.6 Peças confeccionadas para o término do curso de Artes Visuais
As obras que apresentarei agora possuem novas características, pois foram criadas com novas experiências vividas, novos conceitos práticos e teóricos que vivenciei durante o curso de Artes Visuais e durante esta pesquisa.

3.6.1 Pato nas Alturas

Esta peça foi confeccionada, com mais sabedoria, academicismo, dando continuação ao meu interesse por esse trabalho em madeira com consciência do que seria o produto final, ou seja, a escultura de madeira de caixote. Foram usadas técnicas de prensagem e enxertos, já a inspiração de prensar a madeira sem máquinas apropriadas, veio dos costumes que presenciei morando na casa de japoneses e trabalhando na roça, onde a senhora patroa fazia conservas de nabos colocando-os num tonel de madeira. Primeiro ela enchia o tonel com água e sal e depois deste processo ela colocava uma tabua e pesos de paralelepípedos em cima, conforme o peso ia descendo dia após dia os nabos iam se achatando, e no final ficava uma conserva muito deliciosa, bem firme e com nabos finos.
Esta explicação foi para mostrar que nos trabalhos sempre temos inspirações em cada etapa, seja nas técnicas, nas idéias, nos esboços, enfim no todo. Meu imaginário ao elaborar um trabalho, acontece com prazer e depois o coloco em pratica.
O nome “Pato nas Alturas” surgiu porque existem membros de homem como seu suporte, dando a impressão de estar suspenso no ar. Este pato tem oitenta e dois centímetros de altura, o olho é feito de carvão e casca de ovos de galinha, todos moídos e misturados com cola, tingido com tinta a base de flores vermelhas, folha de couve, limalha, caldo de limão, e acabamento com duas mãos de verniz. Quero lembrar que a mão, o braço, e o pé são membros esboçados do próprio artista. Este é um trabalho para todos os públicos, desde a criança até o adulto, independente de qualquer nível de vida, porque é interessante sabemos aproveitar o melhor das madeiras, principalmente no mundo da arte.
Hoje a arte contemporânea colabora para esse processo de reaproveitamento geral onde devemos fabricar a nossa própria matéria prima e desta forma não desbalancear nenhum setor do nosso planeta Terra. O trabalho em reaproveitamento é para confirmar o verdadeiro titulo do tema e o interesse do autor em também ajudar no estudo do aproveitamento. Quero mostrar como trabalhar com estes materiais que oferece um amplo leque de riqueza artística.

Figura 54 – Pato nas alturas
Fonte: arquivo pessoal



Tabela Descritiva

14) Nome: Pato nas Alturas;
15) Especificação: Escultura de madeira;
16) Autoria: Artemis Ribeiro da Silva;
17) Destino: Exposição, decoração e trabalho de conclusão de curso;
18) Medidas: 0,82 cm de altura;
19) Matéria – Prima: Madeira de caixotes, colas, pigmentos naturais: Hidróxido de ferro de cor vermelho-alaranjado dissolvido no suco de limão, couve-manteiga dissolvido no álcool e suco de limão, flor vermelha dissolvida no suco de limão, acabamento em verniz incolor;
20)Técnicas Usadas: Prensagem, por torno de mesa, por peso, encaixe de rosca, montagem com colagem;
21) Motivo: Representação de formas antropomórficas e zoomórficas;
22) Justificativa: As formas antropomórficas, pés e mãos e as formas zoomórficas, aparência de pato, para representar o quanto a natureza depende do apoio e do cuidado do homem;
23) Direcionamento: A princípio, a intenção desde trabalho é ressaltar a possibilidade da utilização de materiais desprezados, transformando-os em obras de arte, preservando o meio ambiente. Em segundo lugar, apresentar as belezas da madeira pinus e eucaliptos transformados em escultura artística;
24) Custo de Produção: R$ 100,00 (cem reais);
25) Valor de Venda: R$ 600,00 (seiscentos reais);
26) Ano de Produção: 2009 (dois mil e nove).


3.6.2 Sanduíche de Madeiras

Peça confeccionada com madeiras de caixotes, com o formato de sanduíche, foi prensada com a mesma técnica da peça anterior. Esse sanduíche de madeiras fica na posição vertical, é uma peça grande sobre um rolamento embutido com giro em torno da base. A base foi feita com seis peças de vigas de 0.10 cm de largura e 0.05 de espessura, todos de caixote de pecas elétricas. A peça concluída mede 0,45 cm de altura, a pintura foi feita com tingimento de flores vermelhas, couve manteiga, abobora, limalha com caldo de limão e carvão moído com caldo de limão e álcool. Foi confeccionada em 2009 para a conclusão do curso de artes visuais

Figura 55 – Sanduishe de madeiras
Fonte: arquivo pessoal



Tabela Descritiva

1) Nome: Sanduíche de Madeiras;
2) Especificação: Escultura de Madeira;
3) Autoria: Artemis Ribeiro da Silva;
4) Destino: Exposições, decorações e trabalho de conclusão de curso;
5) Medidas: 0,45 de altura;
6) Matéria-Prima: Madeira de caixotes, colas, rolamentos, pigmentos naturais: Hidróxido de ferro de cor vermelha-laranja dissolvido no suco de limão, beterraba dissolvido no álcool e suco de limão, flor vermelha dissolvida no suco de limão, abobora dissolvida no suco de limão, carvão dissolvido no álcool e suco de limão, acabamento em verniz e cera incolor de sapato;
7) Técnicas Utilizadas: Prensagem, por torno de mesa, por peso, montagem com colagem;
8) Motivo: Representação de formas de empilhamento;
9) Justificativa: As formas, empilhamentos, para representar o valor dos caixotes, representada pelo sanduíche para mostrar o prazer que é trabalhar com esse tipo de madeira;
10) Direcionamento: A principio, a intenção deste trabalho é ressaltar a possibilidade da utilização de materiais desprezados, transformando-os em obras de arte, preservando-os em obras de arte, preservando a natureza. Em segundo lugar apresentar as belezas da madeira pinus e eucaliptos transformados em escultura artística.
11) Processo Executado: Produção Manual;
12) Custo de Produção: R$ 100,00 (cem reais);
13) Valor de Venda: R$ 500,00 (quinhentos reais);
14) Ano de produção: 2009 (dois mil e nove).

3.6.3 O Emaranhado

Esta é uma peça confeccionada com ripas de madeiras, caixotes de uvas, e caibros de 0,07 centímetros por 0.07 centímetros. O Emaranhado surgiu ao cortar as madeiras de ripas de caixotes de uva para confeccionar algumas peças. Neste momento comecei a me interessar pelos cortes diagonais, então surgiu à idéia em montar essa peça com o emaranhado de ripas. Primeiro houve o corte em diagonal e após a montagem foi surgindo as formas geométricas em posição sempre menor do que 180º (cento e oitenta graus). Foi assim que completei com a inspiração em fazer uma peça, com perfil de torre de transmissão de energia elétrica, onde se usa muitas peças em posições semelhantes as da peça.

Figura 56– Emaranhado
Fonte: arquivo pessoal


Tabela Descritiva

1) Nome: O Emaranhado;
2) Especificação: Escultura de Madeira;
3) Autoria: Ártemis Ribeiro da Silva;
4) Destino: Exposições, decoração e trabalho de conclusão de curso;
5) Medidas: 0,70 centímetros de altura;
6) Matéria – Prima: Madeira de caixões, colas, pigmentos naturais: hidróxido de ferro cor vermelha-alaranjado dissolvido em suco de limão, carvão dissolvido em álcool e suco de limão, flor vermelhar dissolvida no suco de limão;
7) Técnicas Utilizadas: Prensagem, pro torno de mesa, base, a parte superior cortes diagonais e colagem, montagem com colagem;
8) Motivo: Representação de formas emaranhadas geométricas;
9) Justificativa: As formas geométricas se emaranhando, aparência de torre de estação de energia elétrica, para representar Furnas, usina hidroelétrica. Representa principalmente o quanto o homem moderno depende da energia elétrica;
10) Direcionamento: A principio, a intenção desde trabalho é ressaltar a possibilidade da utilização de matérias desprezadas, transformando-as em obras de arte, preservando a natureza. Em segundo lugar apresentar as belezas das madeiras pinus e eucaliptos transformados em esculturas artísticas;
11) Processo Executado: Manual;
12) Custo de Produção: R$ 50,00 (cinquenta reais);
13) Valor de Venda: R$ 300,00 (trezentos reais);
14) Data de Produção: 2009 (dois mil e nove).









3.6.4 Mar Vermelho

Esta peça foi elaborada por ultimo, mas teve um propósito, ou seja, a intenção de provar e fazer uma amostra completa do meu tema. E também mostrar que arte também é uma experiência. Não sou nenhum pintor de quadros, mas tento ser um escultor, pois a arte me fascina, e acredito que o fato de sempre querer fazer algo diferente já é uma arte! Assim o estudo em arte visual me fez ver o lado contemporâneo da arte, me promovendo o direito a tal direção.
A obra é uma tela feita toda de madeira de caixotes, montadas com varias camadas de ripas de caixotes de verduras, tudo com cola. Após esse processo, foi lixada e tingida com tintas feitas de beterraba, flores, couve manteiga, abóbora e limalha dando acabamento com tinta incolor usado para lustrar sapatos.

Figura 57– Mar Vermelho
Fonte: arquivo pessoal




Tabela Descritiva
15)Nome: Mar Vermelho;
16)Especificação: Tela de Madeira;
17)Autoria: Ártemis Ribeiro da Silva;
18)Destino: Exposições, decorações e trabalho de conclusão de cursos;
19)Medidas: 0.62 centímetros de largura e 0,50 de comprimento;
20)Matéria-Prima: Madeira de caixotes, colas, pigmentos naturais: hidróxido de ferro cor vermelho-alaranjado dissolvido no suco de limão, couve-manteiga dissolvida no suco de limão, flor vermelha dissolvida em suco de limão, flor laranja dissolvida em suco de limão, beterraba dissolvida em suco de limão;
21)Técnicas Utilizadas: Prensagem por peso, montagem através de colagem;
22)Motivo: Representação de formas paisagem, montanhas, mar;
23)Justificativa: As formas de montanhas, paisagem e mar, para representar o tingi mento natural, dentro da natureza;
24)Direcionamento: A intenção desde trabalho é ressaltar a possibilidade da utilização do tingi mento natural, em obras de arte, preservando a natureza, e apresentar as belezas das flores, frutas, verduras, o limão, e transformá-las em telas artísticas;
25) Processo executado: Manual;
26) Custo de produção: R$ 50,00 (cinqüenta reais);
27) Valor de venda: R$ 100,00 (cem reais);
28) Data de produção: 2009 (dois mil e nove).



CONSIDERAÇOES FINAIS
Quando comecei o curso de Artes Visuais em 2007, o meu pensamento era como iria me formar, mas, ao passar estes três anos percebi que não é a formatura que é o mais importante, o mais importante foi a minha formação global. Foi preciso muito estudo, lealdade, luta, força e muitas pesquisas, para poder superar todos os obstáculos que enfrentei, assim como para elaborar meus trabalhos e minhas obras.
Aprendi muito lendo, o que escrevo neste momento estou conversando comigo mesmo. Entendi o porquê do curso de artes visuais, por isso estudei de verdade e tentei quebrar todas as barreiras que existiam dentro de mim, sei que ficaram muitas, mas, hoje eu admito que sei superar melhor os percalços da vida, sou mais forte e tenho mais conhecimento. Descobri que o produto final do curso numa faculdade ou qualquer instituição educacional, não é o diploma e sim o que aprendemos e o que ensinamos. Foi muito importante tudo que aprendi e o que descobri. Percebi que todo ser humano é capaz, mas na maioria das vezes não enxerga isso, por falta de chance ou falta de vontade, ou uma somatória de motivos. Sei que tive sorte na vida por ter voltado a estudar, e agora estou aqui para contar um pouco da minha historia e mostrar o que aprendi. Para concluir esta pesquisa tenho que mostrar a minha verdadeira historia, pois somente assim o termino do meu curso terá inicio, meio e fim.
Iniciando a trajetória da minha vida na arte, vem meu pai que foi carpinteiro. Ele fabricava seus próprios móveis, camas, mesas, cadeiras, armários de cozinha e quartos, bancos, caixa de ferramentas. Eram todos rústicos, mas, eram os moveis que usávamos. Desde muito pequeno já comecei a acompanhar todos os passos dele ao confeccionar algum móvel. Sempre fui muito curioso e ficava atento a tudo, mexendo nas ferramentas, buscando aproveitar os pedacinhos de madeiras jogados pelo chão e tentando montar alguma coisa.
Meu pai não gostava que estragassem suas ferramentas por mau uso, por isso ele começou a me dar algumas ferramentas para que eu fizesse o que quisesse, isso aos meus dez anos de idade. Com o passar do tempo fui cada vez mais gostando de ferramentas, principalmente daquelas usadas em carpintaria. Aos quatorze anos já comprava minhas próprias ferramentas, e a primeira que comprei foi um arco de pua (um tipo de furadeira manual), e sai furando tudo o que encontrava: tabuas, tacos, vigas, caibros enfim tudo que fosse madeira. Nessa fase ocorreu a separação de meus pais, como sempre fomos de origem humilde, depois desse acontecimento as coisas se complicaram muito, principalmente na parte financeira, então nesta época tive que começar a trabalhar duro para sobreviver e ajudar minha mãe e meus irmãos. Vivi em alojamentos de construções, casa de patrões na roça, e me dispersei desse prazer que tinha em estar mexendo e brincando com trabalho de madeiras. Quando trabalhava com elas, em construções ou lavouras, era por obrigação e não por prazer. Acredito que foi a própria situação da minha vida que deu essa travada no meu trabalho com as madeiras. Passei duas décadas sem fazer nada envolvendo madeiras e três décadas sem estudar, cheguei aos quarenta e dois anos de idade, com a quarta série.
Uma pessoa que mudou toda a minha vida (jamais poderia deixar de falar) foi minha esposa. Ela me fez voltar a estudar, mostrou que existe vida quando acreditamos nela, e que para vivermos nesse mundo moderno temos que estudar. Por isso ela fez a minha matricula e eu voltei para a escola. Iniciei a quinta serié do ensino fundamental em dois mil e três, e agora estou aqui, no ano de dois mil e nove, cursando o ensino superior.
Neste curso de Artes Visuais fui lapidado pouco a pouco até novamente surgir o prazer de mexer novamente com madeiras, do mesmo jeito que um dia eu havia feito. Só que com uma diferença muito grande, agora não só pelo prazer do trabalho artístico, mais também, pelo dever de reciclar e saber o que é “reaproveitar” e usar o que a natureza me oferece, sem ter que destruí-la. Até eu entrar na faculdade não entendia o que significava “meio ambiente”, e porque que o desmatamento é problema. Hoje sei que nada vale mais que uma árvore no seu habitat natural, que não devemos destruir nada mesmo que for para confeccionar uma bela obra de arte, devemos sempre pensar quanto tempo leva para uma árvore crescer e que direito temos de destruir uma vida.
Vejo agora outra coisa muito importante, todo material em madeira pode ser reaproveitado, antes gostava de mexer com madeiras sem compromisso com a natureza, não tinha entendimento. Agora eu sei que o homem é capaz de destruir nossas matas ou salva-las reciclando e reaproveitando todo tipo de material, não só a madeira.
Toda ênfase que dou a isso, é para poder mostrar que hoje todos os meus trabalhos em madeira reaproveitada viraram interessantes obras de arte que posso mostrar ao mundo. Confeccionei quatro peças exclusivas para este trabalho de conclusão de curso durante esse dois semestres finais, em madeira de caixotes e tingimento natural. Todas as quatro peças tiveram custo baixo, por que foram usados materiais de reaproveitamento. Quero deixar claro que sites importantes que conheci por causa desta pesquisa e exposições como, por exemplo, o SP Artes no Ibirapuera, também me proporcionaram a compreensão do verdadeiro valor da arte consciente frente aos problemas ecológicos que vivemos na atualidade. E que eu mesmo no anonimato posso fazer diferença!
BIBLIOGRAFIA


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